Publicado em 7 de setembro de 2022 às 18:33
JÚLIA BARBON, ITALO NOGUEIRA, LEONARDO VIECELI E BRUNA FANTTI >
Em discurso na tarde desta quarta-feira (7) diante de milhares de apoiadores na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou adversários de jogar fora das quatro linhas da Constituição e mais uma vez, para vaia geral dos presentes, disse que todos conhecem como funciona o STF (Supremo Tribunal Federal). >
Bolsonaro manteve o tom eleitoral, com críticas ao ex-presidente Lula, e afirmou: "Eu não sou ladrão".>
O presidente atacou a esquerda, dizendo que devem ser extirpados da vida pública e distorceu sua fala ao dizer que seu governo está há três anos e meio sem corrupção, deixando de lado, por exemplo, o escândalo do MEC que derrubou um ministro do governo e as suspeitas em torno da compra de vacinas e de obras da Codevasf (estatal federal).>
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Bolsonaro disse que o Brasil é referência para o mundo todo, apontou números positivos da economia e disse que o país está decolando sob a sua gestão.>
Voltou a adotar um tom religioso, assim como fizera em Brasília mais cedo, dizendo-se cristão e contra o aborto e ao que chama de ideologia de gênero. Repetiu que o seu governo colocou fim às invasões do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).>
No Rio, o presidente falou em um palco acompanhado do governador Cláudio Castro (PL), do empresário Luciano Hang e dos deputados federais Clarissa Garotinho (União Brasil) e Daniel Silveira (PTB-RJ), que teve sua candidatura ao Senado impugnada nesta terça (6).>
O candidato à vice-presidência, Walter Braga Netto, general da reserva e ex-ministro da Casa Civil, também estava ao seu lado, além do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. O pastor Silas Malafaia participou dos atos em um carro de som.>
O presidente chegou à capital fluminense por volta das 14h. Primeiro foi ao Aterro do Flamengo (entre o centro e a zona sul da cidade), sendo recebido em um carro aberto aos gritos de "mito". Depois, seguiu em motociata até Copacabana.>
Por ordem de Bolsonaro, as Forças Armadas mudaram o evento às pressas para o bairro, que normalmente é usado para atos a favor do presidente. Tradicionalmente, os desfiles de 7 de Setembro ocorrem na avenida Presidente Vargas, no centro da capital fluminense.>
O feriado de 7 de Setembro deste ano marca os 200 anos da Independência do Brasil, mas foi usado por Bolsonaro como ato de campanha.>
Pela manhã, diante de milhares de apoiadores na Esplanada dos Ministérios, o presidente discursou em tom de ameaça contra outros Poderes, com citação crítica ao STF e elogios a Michelle, que sorria ao seu lado.>
Com tom machista, entoou os gritos de "imbrochável" e ensaiou fazer uma comparação com outras primeiras-damas, mas não citou diretamente a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher de Lula, que também tem buscado votos femininos para o marido.>
"A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro, vamos todos votar, vamos convencer aquelas pessoas que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil. Podemos dar várias comparações, até entre as primeiras-damas. Ao meu lado, uma mulher de Deus e ativa na minha vida. Ao meu lado, não, muitas vezes ela está é na minha frente", discursou ele.>
"Tenho falado com homens que estão solteiros: procure uma mulher, uma princesa, se casem com ela, para serem mais felizes ainda", acrescentou.>
A fala em tom eleitoral e com pedido de votos ocorre no momento em que enfrenta dificuldade para impulsionar sua popularidade entre eleitoras. Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas, atrás do ex-presidente Lula (PT) nas simulações de primeiro e de segundo turno.>
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