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Retomada da economia pós-pandemia vai passar pelo turismo regional

Setor no Espírito Santo não pode mais aceitar somente um aperto de mão e promessas de que teremos apoio nestas eleições. Precisamos participar dos projetos e documentar, assim poderemos cobrar

  • Paulo Maia
Publicado em 22/10/2020 às 10h00
Santa Teresa: restaurantes e bares na rua de lazer funcionaram em horário restrito
Santa Teresa: restaurantes e bares na rua de lazer funcionaram em horário restrito. Crédito: Reprodução/Redes sociais

As eleições municipais estão chegando e com elas os candidatos com os discursos prontos para melhorar o desenvolvimento das cidades e a qualidade de vida da população. Mais uma vez, o trade turístico precisa se atentar às propostas dos candidatos para o setor. Precisamos de propostas concretas e com ações imediatas, e o turismo deve fazer parte da plataforma de governo.

Com certeza, o turismo precisa ser um dos principais agentes para a retomada do crescimento econômico em vários municípios de nosso maravilhoso Estado do Espirito Santo.

Certa vez, escutei um discurso que dizia que é preciso ter coragem política para colocar o turismo como prioridade.

O significado de coragem no dicionário “é a capacidade de agir apesar do medo, do temor e da intimidação”. Indaguei o mesmo com uma retórica: o que pode nos assustar a tal ponto de sermos corajosos para enfrentar uma atividade econômica que gera riquezas para nosso país, oferecendo emprego e renda para a população? Por que um segmento tão importante tem o menor orçamento para desenvolver suas atividades?

O turismo precisa ser visto com o mesmo olhar do comércio, indústria e outros serviços, sendo um importante eixo dessa engrenagem. Já passou o tempo que se pensava que uma secretaria de turismo só estava ali para realizar a festa da cidade ou contratar shows.

Infelizmente, os governantes olham o turismo como uma subpasta, acaba ocupando uma pauta secundária dentro dos municípios. O fato não é falta de recursos financeiros e sim falta de iniciativa, organização, alinhamento e planejamento.

A vocação turística de nosso Estado é inegável, temos cidades que se desenvolvem a passos largos e outras que andam para trás. Lugares que têm riquezas em suas histórias e outras com cenários de tirar o fôlego. E qual a diferença deste desenvolvimento? Simplesmente a vontade política.

Essas comunidades precisam eleger políticos comprometidos com a pauta do turismo e que acreditem nos atrativos turísticos, não desperdiçando o potencial de suas cidades. Precisamos de políticos que acreditem na inovação e no empreendedorismo.

O turismo é feito de detalhes, de pessoas e de um conjunto de ações, e quem vive de turismo em nossas cidades são verdadeiros heróis, lutando contra um sistema político que faz de tudo para dificultar o crescimento da atividade.

O turismo não precisa de promessas e sim de seriedade! O poder público precisa fazer a sua parte, começando por estradas e investindo em sinalização que facilitem o acesso do turista aos locais. O desenvolvimento de ações de mídia para divulgar amplamente as atrações, a criação de uma agenda de eventos e a aprovação de projetos para o desenvolvimento do turismo de cada município são os pontos básicos para a construção de uma atividade turística próspera. E o fortalecimento das instâncias de governança tem um papel importante de contribuir com estas ações acima.

A retomada da economia pós-pandemia vai passar pelo turismo regional! Serão milhares de pessoas viajando por nossas cidades, consumindo nossos produtos e serviços.

Chegou a hora de todo o trade turístico se movimentar e cobrar esta identidade e engajamento de seus candidatos!

Só com essa mudança de postura é que poderemos almejar melhoras no setor. Não podemos mais aceitar somente um aperto de mão e promessas de que teremos apoio. Precisamos participar dos projetos e documentar, assim poderemos cobrar e não ter a sensação de que perdemos mais quatro anos para melhorar nosso desenvolvimento. O antônimo de coragem é covardia, não queremos isso para nossas futuras gerações.

O autor é gestor de hotelaria há mais de 20 anos

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