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Projetos bilionários vão tratar água, esgoto e qualidade do ar na Grande Vitória

Projetos bilionários vão tratar água, esgoto e qualidade do ar na Grande Vitória

Meio ambiente soma mais de R$ 6,5 bi em obras. Entre as iniciativas está a adequação do processo produtivo de grandes indústrias

Publicado em 30 de dezembro de 2024 às 16:06

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Obras para troca de tubulação usa robôs
Obras para troca de tubulação usa robôs. (Cesan)

O meio ambiente é o setor que deve receber o maior volume de investimentos na Microrregião Metropolitana do Espírito Santo até 2028, segundo o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), totalizando R$ 6,59 bilhões. As iniciativas abrangem a redução da emissão de poluentes e obras de contenção de encostas e de saneamento.

Os projetos para melhorar a qualidade do ar são da ordem de R$ 4,67 bilhões. Parte foi estabelecida pelo Termo de Compromisso Ambiental (TCA) firmado com a Vale e ArcelorMittal. O documento determina o cumprimento de 131 metas, o que garante R$ 1,9 bilhão em investimentos.

De acordo com o diretor-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Mário Louzada, os compromissos do TCA foram firmados em 2018, com as empresas e governo do Estado, Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

A ArcelorMittal tem 131 metas, das quais 76 foram cumpridas até o momento. Já a Vale tem o total de 48 metas e 21 foram cumpridas. Todos os investimentos são feitos pelas empresas para o cumprimento do acordo.

Além do meio ambiente, outras áreas aparecem com vultosos valores de investimentos previstos: saneamento e urbanismo (R$ 6,46 bilhões), comércio, serviço e lazer (R$ 4,64 bilhões), indústria (R$ 3,36 bilhões), energia (R$ 3,29 bilhões) e transporte (R$ 3,11 bilhões).

No setor de tratamento de água e esgoto, o destaque fica com a parceria público-privada (PPP) para o município de Cariacica, que vai destinar mais de R$ 1,7 bilhão para o esgotamento da cidade. Outras PPPs para ampliação da coleta e tratamento de esgoto estão previstas para Serra e Vila Velha, com investimentos de mais de R$ 500 milhões e R$ 400 milhões, respectivamente.

A Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan) também está investindo na troca das tubulações. As obras começaram em Vitória e Guarapari. No futuro, devem se expandir para outras cidades da Grande Vitória. A instalação da nova rede tem contado com o auxílio de robôs e usa o método não destrutivo, que permite a substituição do duto sem a necessidade de abertura de grandes crateras em toda a extensão asfáltica.

Em entrevista para A Gazeta em junho de 2024, o presidente da Cesan, Munir Abud, explicou que as redes de abastecimento de água em Vitória foram danificadas em decorrência do envelhecimento natural. “O índice de perda de água em Vitória era muito alto, e interrupções no abastecimento eram frequentemente causadas pela má qualidade das redes. Isso nos levou à necessidade urgente de substituição. Optamos por métodos que permitem reconstruir, reparar e expandir as redes de maneira ágil, minimizando os transtornos para a população durante as obras”, detalhou à época.

Outro investimento de peso voltado à sustentabilidade é a operação da primeira usina de briquetes no mundo, localizada no Complexo de Tubarão, da Vale, em Vitória. A unidade é a primeira a produzir esse derivado do minério de ferro com a garantia de redução de 10% na emissão de gás carbônico durante o processo de fabricação do aço.

No setor de comércio, serviço e lazer, a conclusão das obras do Cais das Artes (R$ 308 milhões), na Capital, e a construção da Arena Capixaba (R$ 150 milhões) e do Centro de Convenções no Pavilhão de Carapina (R$ 100 milhões), na Serra, são as propostas com mais relevância.

Trabalhadores fazem manutenção no Cais das Artes
Cais das Artes terá obras concluídas. (Fernando Madeira)

Na Capital, o meio ambiente também é o setor com mais investimentos previstos para o próximo ano. Nas outras áreas, sobressaem-se os investimentos públicos, como a reurbanização do Canal de Camburi, no valor de R$ 220 milhões, a revitalização da Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, a Beira-Mar (R$ 120,4 milhões), a recuperação do pavimento asfáltico (R$ 214 milhões), a segunda etapa da reurbanização da Orla da Grande São Pedro (R$ 107 milhões), além do novo Mergulhão de Jardim Camburi (R$ 77,5 milhões).

Segundo o secretário municipal de Gestão e Planejamento, Regis Mattos, boa parte do investimento feito em Vitória virá do caixa da própria prefeitura. Serão aplicados R$ 2 bilhões nos próximos quatro anos. “Estamos convictos de que atraímos investimentos sólidos que, de fato, contribuem para o desenvolvimento da cidade, para a criação de emprego e renda e para a qualidade de vida da população”, avalia.

Nos investimentos privados, a construção civil se destaca. Um edifício localizado na Enseada do Suá, por exemplo, está orçado em R$ 700 milhões. Já um em Bento Ferreira está estimado em R$ 135 milhões.

Para Cariacica, a Companhia Siderúrgica do Espírito Santo (Simec) vai investir R$ 1,5 bilhão para ampliação da planta. Já em Vila Velha, a Chocolates Garoto desembolsará R$ 1 bilhão para realizar obras de ampliação e modernização da fábrica, com o uso de novas tecnologias, além de lançar novos produtos.

Em Guarapari, de acordo com o secretário de Turismo, Edgar Behle, a cidade tem feito melhorias na infraestrutura para receber visitantes, como intervenções nos acessos às praias, com drenagem e pavimentação, e reestruturação do serviço de salvamento marítimo, além de obras para incrementar os negócios em Buenos Aires, área de montanha que terá a instalação do Parque Terra dos Dinos, um centro comercial com sete restaurantes e 13 lojas, na Avenida dos Apaixonados.

“Vale destacar também as parcerias com investidores que viabilizaram a reativação da hotelaria, com a abertura do Hotel Gaeta, em Meaípe, e reforma do Hotel Porto do Sol, na Praia do Morro, além da construção de um resort, no local do antigo Siribeira, no Centro”, frisa.

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