Mata Atlântica é uma das riquezas do Estado que precisam ser preservadas 
Mata Atlântica é uma das riquezas do Estado que precisam ser preservadas . Crédito: Vitor Jubini

Futuro do Espírito Santo está garantido pelas ondas verde e do bem

Empresas e poder público já entenderam que investidores e consumidores estão mais conscientes e cobram ações sociais, sustentáveis e éticas

Tempo de leitura: 4min

O tsunami de transformações que começou a tomar o Espírito Santo tem potencial para impulsionar novos negócios e aquecer o mercado de trabalho, mas, principalmente, para formar as bases de um Estado mais inovador, sustentável, ético e com oportunidades para todos. São mudanças causadas por debates sobre questões climáticas, discriminações de gênero e raciais e a importância da transparência e da governança.

Cada vez mais conscientes, investidores, consumidores e contribuintes passam a exigir que o setor público e privado empreendam de um modo diferente e adotem boas práticas. Os reflexos desse movimento podem ser vistos no mundo corporativo e também nas administrações públicas.

Esse conceito, que tem chegado junto à modernização das fábricas, da internet 5G, do agrotech e de modelos de gestão humanizados, deve garantir no Estado cerca de R$ 10 bilhões em investimentos até 2026, segundo levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).

Os recursos serão aplicados em novos projetos que pretendem surfar nessa “onda do bem” provocada pelo modelo ESG, uma sigla que carrega muito mais que três letras ao se tornar imprescindível para garantir o futuro em diversos aspectos.

O ESG (Environmental, Social and Governance) é usado para se referir a programas ambientais, sociais e de governança.

O termo foi criado em 2004 em uma publicação do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins, ou “Ganha Quem se Importa”.

Apesar de não ser tão nova, a proposta ganhou ainda mais força após a chegada da pandemia do novo coronavírus, uma crise sanitária provocada por questões ambientais, uma consequência, por exemplo, do desmatamento e da caça predatória de animais silvestres.

Em território capixaba, a revolução já começou não só nas grandes companhias, mas também nas micro, pequenas e médias empresas, além de pautar as administrações públicas e de levá-las a entender a relevância de se perpetuar essa cultura.

Todos os envolvidos estão atentos ao que o atual investidor busca: aplicar dinheiro em lugares onde o poder público e os negócios atuam de forma mais sustentável, ao respeitar os recursos naturais, e que, além de boa condução financeira, agem com responsabilidade social, trazendo impactos positivos para as comunidades que os cercam.

Segundo o consultor em ESG Paulo Cezar Silva, da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a pauta tem crescido nos últimos anos após empresas notarem que boas práticas geram bons valores. “Nem todas as organizações capturaram isso, mas quem percebeu consegue avançar. O assunto é uma jornada longa, mas necessária”, destaca.

Cris Samorini - Presidnete da Findes
Cris Samorini, Presidnete da Findes. Crédito: Divulgação Findes

Cris Samorini

Presidente da Findes

"O mundo tem demandado a adoção de ações com esse olhar voltado para as práticas ambientais, sociais e de governança. Para nós da Findes, esse é um ponto central"

314

projetos de ESG são conduzidos pelo governo capixaba

313

projetos refletem no social

99

ações impactam no ambiental

87

projetos melhoram a governança

Na avaliação da subsecretária de Competitividade do Espírito Santo, Rachel Freixo, o Estado tem adotado papel de protagonista no assunto. “Estamos tratando de um movimento mundial. Um exemplo no Espírito Santo é o portal que monitora as ações, o que mostra a transparência, um dos critérios do ESG.”

O site citado por Rachel é o portalesg.es.gov.br, que traz todas as iniciativas estaduais dentro dos parâmetros da sustentabilidade. De acordo com os dados, são 314 projetos em andamento, que tocam em temas como erradicação da pobreza, saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, inovação na indústria, entre outros projetos.

Em âmbito empresarial, muitos negócios estão em andamento focados em cumprir o pacto. Para a presidente da Findes, Cris Samorini, o mundo tem demandado a adoção de ações com esse olhar voltado para as práticas ambientais, sociais e de governança. “Para nós da Findes, esse é um ponto central”, explica, ao afirmar ainda que a agenda ESG faz parte do Conselho Estratégico da federação, que reúne as 32 maiores indústrias do Estado.

“A federação tem atuado em iniciativas diversas, como: a adesão ao Pacto Global da ONU; o programa de inclusão e diversidade Findes Mais, lançado neste ano; e a participação na Rede Governança Brasil (RGB), iniciativa de âmbito nacional”, acrescenta.

Segundo Cris, a intenção é desenvolver a indústria capixaba para que ela se torne referência na elaboração de soluções que auxiliem na mudança da matriz energética e em processos cada vez mais sustentáveis. “Por isso, a pauta ambiental é um dos nossos compromissos. Nas demais frentes, social e de governança, seguimos também com o compromisso de difundir uma cultura entre as indústrias e a sociedade para que possamos adotar cada vez mais práticas concretas e mensuráveis.”

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