Publicado em 24 de novembro de 2021 às 04:50
Com belezas naturais e forte influência da cultura pomerana e italiana, a Central Serrana é rota de turismo e lazer no Espírito Santo. Tudo nesse cantinho do Estado encanta, desde a arquitetura e comidas típicas até o clima mais frio no inverno dessa microrregião, que tem muitos atributos para crescer ainda mais e atrair novos negócios sustentáveis nas áreas de turismo e agronegócio. >
Para fortalecer as características regionais e expandir as oportunidades, Santa Teresa, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Itaguaçu e Itarana precisam apostar em integração. A proposta é criar uma espécie de rota turística e cultural nas montanhas, conforme aponta o diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Lira. >
O Produto Interno Bruto (PIB) da região é de R$ 2,5 bilhões, sendo que o setor de serviços é responsável por 54% do indicador, impulsionado pelo turismo agropecuário e de montanha. >
Santa Teresa, por exemplo, tem a Rua de Lazer e o Festival de Jazz & Bossa, enquanto que Santa Maria de Jetibá celebra a história da imigração pomerana durante a Festa do Colono. Isso sem esquecer o turismo de aventura de Itarana e Itaguaçu. >
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“Esses atrativos contribuem para agregar valor à produção local e projetar essas cidades para todo o Estado e para o Brasil. Os imigrantes europeus colonizaram a região e até hoje essa composição cultural é mantida. Esses são fatores que tornam o turismo bastante forte no local. Além disso, a proximidade com a Região Metropolitana, é considerada uma vantagem”, aponta Lira. >
As prioridades da região são discutidas durante reunião do Conselho de Desenvolvimento da Regional Central Serrana, presidido pelo prefeito de Santa Teresa, Kleber Medice. >
Entre as iniciativas está a implantação do selo turístico das Três Santas e dos programas para a melhora dos recursos hídricos. “Para que se tenha o desenvolvimento esperado, precisamos da colaboração do Estado com a infraestrutura, ou seja, melhoria das estradas e retomada dos programas de recursos hídricos, como o Reflorestar e a manutenção das barragens. Essas medidas vão ajudar o sistema produtivo como um todo”, observa Medice. >
O prefeito de Santa Teresa quer ainda ampliar circuitos turísticos, como o Caravaggio. Ele lembra que, no local, estão instaladas diversas cervejarias, pousadas, restaurantes, vinhedos e a rampa de voo livre. Para isso, a prefeitura aguarda a ordem de serviços para que o governo do Estado faça a pavimentação das estradas. >
Além do turismo, a economia da Central Serrana também é pautada pelo setor primário. O agronegócio representa 31% do PIB local. Pablo Lira avalia que a atividade econômica é responsável por manter um número considerável de pessoas em áreas rurais, com destaque para as pequenas propriedades familiares, sobretudo as que cultivam café conilon e hortifrúti. >
A Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) ressalta que Santa Maria de Jetibá, por exemplo, evidencia-se na produção de ovos, sendo o segundo maior produtor do Brasil. >
O vice-presidente do Conselho Regional de Economia, seccional Espírito Santo (Corecon-ES), Leandro Lino, aponta que a cidade também é considerada a maior produtora de hortifrúti, enquanto que em Santa Leopoldina é forte o cultivo de gengibre e hortaliças.>
Pablo Lira acrescenta que, para desenvolver o agronegócio, é essencial reforçar o associativismo e o cooperativismo, dado o alto percentual dessa atividade. >
Entretanto, o economista Vaner Corrêa alerta sobre a importância de estruturar uma agricultura mais sustentável, eliminando o uso de agrotóxico nas lavouras. “É possível melhorar, fazer essa transformação. A contaminação impacta diretamente a saúde pública. É possível cultivar sem estragar o meio ambiente”, observa. >
Outra orientação é apostar na profissionalização das lavouras, fomentar o turismo e a produção de café e uva, criar o espírito empreendedor entre os produtores e ainda instalar escolas técnicas e superiores voltadas para o agronegócio. >
Corrêa acredita que algumas iniciativas podem contribuir para o fortalecimento da microrregião e o crescimento dos produtores rurais. Uma delas seria a possibilidade de oferecer linhas de crédito mais baratas. >
“Se isso for feito de maneira inteligente, vai valer muito a pena. Esse tipo de alternativa ajuda no desenvolvimento, incentiva o empreendedorismo e garante uma melhora na produção como um todo”, pondera. >
O diretor do Instituto Jones lembra que dois municípios foram incluídos recentemente na área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que concede benefícios fiscais às empresas: Itarana e Itaguaçu. >
“Quem investir nas duas cidades terá estímulos fiscais, redução de tributos e acesso à linha especial no Banco do Nordeste. Essa inclusão tende a atrair empresas para esses municípios”, explica Lira. ;>
Com a pandemia do novo coronavírus, as prefeituras da microrregião Central Serrana tiveram de suspender todo o calendário de eventos, responsáveis por grande parte do fluxo de pessoas e de recursos nos municípios. No entanto, com a melhora gradativa dos indicadores da doença no Espírito Santo, algumas programações estão sendo retomadas. >
Em Santa Teresa, já estão confirmados os festivais gourmet e de música e a festa do imigrante italiano, afirma o prefeito do município, Kleber Medice. >
Além de fortalecer o turismo, setor tão afetado pelo isolamento social, os municípios têm o desafio de readequar a infraestrutura das escolas. Segundo Medice, em Santa Teresa, as escolas da rede municipal serão todas reformadas nos próximos anos. >
“Também já foi aprovada na Câmara a liberação de uma área para a construção de uma creche. As obras devem começar em meados do próximo ano. No município, não há creche com berçário, e muitas mães precisam deixar de trabalhar por não terem onde deixar seus filhos”, comenta. >
Recentemente, aliás, a prefeitura realizou algumas melhorias importantes que eram reivindicadas por professores e pedagogos efetivos já há algum tempo, como a aquisição de novos brinquedos para todas as escolas de ensino fundamental e a adequação do salário-base do magistério. O prefeito anuncia ainda que a cidade vai receber uma brinquedo-praça e uma brinquedoteca a partir de 2022. >
A microrregião registra um alto desenvolvimento na Educação, de acordo com dados do índice Firjan. Os municípios apresentam indicadores entre 0,824 e 0,886. >
Itaguaçu e Santa Teresa têm as avaliações mais elevadas da Central Serrana, com 0,886 e 0,862, respectivamente, sendo que o município de Santa Leopoldina é o que apresenta o menor índice, de 0,824, ainda assim considerado de alto desenvolvimento. A média estadual é de 0,836.>
A maioria dos municípios da Central Serrana ainda é bem avaliada no quesito Saúde, com índices variando entre 0,831 e 0,926. A exceção é Itarana, que tem um indicador moderado (0,653), conforme levantamento da Firjan. >
Os municípios que apresentam as maiores médias são: Santa Leopoldina (0,926), Santa Maria de Jetibá (0,907) e Itaguaçu (0,906). >
Em Santa Teresa, a prefeitura continua ampliando os serviços ofertados à população. Entre essas iniciativas, está o aumento das especialidades oferecidas no Hospital Madre Regina Protmann, que atende a um conjunto de oito municípios da região. >
Medice afirma que as iniciativas incluem ainda a reforma da unidade de Saúde de Vila Nova e da Policlínica. “Desde o início de 2021, estávamos com várias demandas reprimidas de exames e consultas. Aos poucos estamos reduzindo o período de espera dos pacientes por atendimento”, pontua.;>
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