Repórter / labrantes@redegazeta.com.br
Publicado em 9 de julho de 2024 às 18:58
Uma lei aprovada no Espírito Santo estabelece regras que garantem autonomia das gestantes no trabalho de parto, para poderem escolher pelo parto normal ou pela cesária. O Projeto de Lei 118/2023, aprovado na segunda-feira (8) na Assembleia Legislativa, também garante à gestante a presença durante o processo de parte do genitor, do companheiro ou outro acompanhante – bem como de uma doula – no momento do parto.
Segundo o projeto, um parto considerado adequado é definido como “constituído pelo respeito ao protagonismo da mulher e às práticas comprovadamente recomendadas baseadas em evidências científicas atualizadas”.
As novas medidas garantem ainda o respeito ao plano individual de parto, em que a mulher manifesta as suas vontades a respeito do tipo de parto, uso de medicações para alívio da dor, anestesias, entre outras questões. Mas, em caso de risco comprovado à saúde da gestante ou de seu bebê, o médico poderá restringir as opções feitas por ela.
O que a lei considera direito das gestantes:
O texto também determina que todos os estabelecimentos de saúde de atendimento a gestantes e parturientes deverão expor cartazes informando sobre a existência da norma. Essas divulgações terão que estar em locais visíveis ao público, preferencialmente nas recepções dos estabelecimentos, com linguagem simples e acessível.
A medida visa inibir atos de violência obstétrica. Inclusive, o projeto exemplifica alguns atos de violência contra mulheres em trabalho de parto (confira lista abaixo).
O que a lei considera atos de violência obstétrica:
O projeto foi proposto pelo deputado estadual Callegari (PL), que afirmou ter elaborado a proposta em conjunto com integrantes da Comissão de Direito Médico da OAB-ES, do Ministério Público (MPES), do Conselho Regional de Medicina (CRM-ES) e da Associação de Doulas do Espírito Santo.
Fátima Miguel, coordenadora do Instituto Pró-Vida, afirmou que o projeto apoiará famílias desassistidas pelo Estado. "Infelizmente, muitas mulheres sofrem violência obstétrica e são silenciadas pela falta de acesso a informações corretas. Temos relatos de mães que perderam filhos devido à falta de atendimento adequado em diversos hospitais e que não tiveram seus direitos como gestantes preservados. Este projeto é de suma importância e estou confiante de que será sancionado pelo governador. Vamos formar uma comissão para dialogar com todos os setores necessários."
Agora, a proposta segue para sanção do governador Renato Casagrande para que de fato possa entrar em vigor.
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