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Mulheres trocam experiências para se empoderar nos negócios

Mulheres trocam experiências para se empoderar nos negócios

Evento do Sebrae contou com palestrante nacionais e rodas de conversa entre empreendedoras capixabas; espaço também contou com mentorias

Publicado em 21 de novembro de 2023 às 21:32

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Nina Silva, CEO do Movimento Black Money, foi uma das palestrantes do EmpoderaDonas
Nina Silva, CEO do Movimento Black Money, foi uma das palestrantes do EmpoderaDonas. (Andrea Salsa)

Cada pessoa ao seu lado pode contribuir para a sua jornada. A afirmação é da CEO do Movimento Black Money, Nina Silva, considerada a mulher mais disruptiva do mundo em 2021. “Cada uma deve identificar e entender se está sendo motivada no seu dia a dia pelos seus propósitos e se está conseguindo investir o seu tempo e o que tem de valor naquilo que realmente acredita”, pontua.

Nina Silva foi uma das palestrantes desta terça-feira (21) do EmpoderaDonas, realizado pelo Sebrae no Centro de Convenções de Vitória. Ela falou sobre o tema Liderar para Transformar. O evento teve como objetivo compartilhar experiências, criar novas conexões e celebrar histórias inspiradoras de mulheres que comandam seus próprios negócios e são protagonistas de suas histórias.

Além de Nina Silva, também estiveram presentes a apresentadora Rafa Brites, a ex-jogadora Hortência Marcari e a sócia fundadora da G2 Capital, Camila Farani. O espaço também contou com espaços para mentorias individuais e coletivas e rodas de conversas com empreendedoras do Espírito Santo.

A CEO é formada em Administração e especialista em tecnologia. Ela chegou a trabalhar em grandes empresas, mas preferiu seguir carreira solo porque não se sentia conectada ao mundo corporativo.

O movimento Black Money surgiu em 2017. Trata-se de uma plataforma de afroempreendedorismo que visa conectar pessoas negras do marketplace e consumidores, além de oferecer oportunidades de qualificação, investimentos em novos negócios e ser aceleradora de novas startups.

“Muito se fala que a inteligência artificial vai roubar emprego e o espaço das pessoas. É importante lembrar que a tecnologia sempre existiu, mas o que realmente importa é de que maneira a inovação pode otimizar recursos e impactar o maior número de pessoas. O que mudou foram as necessidades e comportamentos humanos e não o processo tecnológico”, analisa Nina.

Síndrome de impostora

Muitas mulheres acabam se boicotando quando têm uma sensação de insuficiência, condição inversamente proporcional às suas conquistas. A apresentadora Rafa Brites falou sobre esse sentimento durante a palestra Síndrome de Impostora.

“Quanto mais a gente sabe, mais a gente fica insegura. Muitas mulheres do mundo todo passam por isso e é preciso passar por cima disso porque precisamos ocupar os nossos lugares, usando essas experiências”, ressalta.

Rafa Brites recorda que ela já passou por diversas dessas experiências e que elas serviram de aprendizado, compartilhado com outras mulheres. “Essa sensação não tem uma cura, mas a gente pode impedir que ela nos impacte. Eu, por exemplo, cheguei a recusar uma vaga de estágio porque achei que estavam me contratando por outros motivos que não a minha competência”, lembra.

A síndrome de impostora, inclusive, faz com que muitas mulheres percam oportunidades de alcançarem cargos mais altos ou conquistar espaço no empreendedorismo, conforme destaca Rafa Brites.

Outros painéis

No espaço Inspiradonas, a ativista Deborah Sabará e a empreendedora Ana Cláudia Evangelista falaram sobre “Lutas e conquistas das empreendedoras trans”. Durante o painel, elas contaram um pouco de suas histórias e que serviram de estímulo para quem estava na plateia.

Ana Cláudia relatou que viveu em situação de rua há alguns anos e conseguiu recuperar-se após fazer um curso de artesanato no projeto Fazendo Arte. Além da qualificação, ela faz o curso de Técnico em Turismo, no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

“Vivo do artesanato e quero envelhecer com dignidade. Hoje estou tendo a oportunidade e buscando o meu espaço. Se a gente se respeitar, a gente chega em qualquer lugar. Não quero que ninguém sinta pena, quero que todos vejam como somos capazes”, comenta a artesã.

Já a ativista Deborah Sabará vê na capacitação as oportunidades para que travestis e pessoas trans possam conquistar seus espaços. “É necessário melhorar a autoestima e possibilitar a formação para dar visibilidade a essas pessoas”, destaca.

Troca de ideias

O EmpoderaDonas serviu como uma troca de ideias e experiências entre as participantes. Uma delas foi a artesão Vanessa Vicente, que trabalha com a confecção de bolsas em macramê. Ela participava de eventos do Sebrae muito antes de saber em que iria investir.

“Eventos como este servem para agregar valor a muitas empreendedoras. Há um ano abri o meu próprio negócio, com apoio da instituição, que oferta ferramentas de graça e acessível a todos”, valoriza.

A também artesã Rita Melin trabalha com costura e, inspirada em Vanessa, começa a investir na confecção de bolsas em macramê. “Fazer cursos é a chave para crescer e se desenvolver”, complementa.

Mariana Mota Tessarolo, que tem uma casa de repouso de idosos, acredita que o evento ajudou no networking, além da troca de experiência. Já a empresária Daniela Gurgel, que atua no ramo da agroindústria, considerou o evento uma experiência única. “É incrível saber que muitas mulheres querem ter sucesso em seus negócios, desejam empreender e se inspiram umas nas outras”, avalia.

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