Dara Leonel de Souza, de 22 anos, foi espancada e morta pelo companheiro no dia 17 de abril
Dara Leonel de Souza, de 22 anos, foi espancada e morta pelo companheiro no dia 17 de abril. Crédito: Acervo pessoal

Espancada até a morte, Dara queria ser maquiadora profissional

Dara Leonel de Souza, de 22 anos, foi agredida e morta no dia 17 de abril, em Jaguaré. O companheiro é suspeito de feminicídio. Os filhos dela, uma menina de 7 anos e um menino de 4, estavam em casa e viram a mãe ser agredida

Tempo de leitura: 3min
Colatina
Publicado em 04/05/2022 às 11h39

Dara Leonel de Souza, de 22 anos, era uma jovem vaidosa que queria compartilhar com outras mulheres a segurança de se sentir bonita. Mãe de dois filhos, uma menina de 7 anos e um menino de 4, ela trabalhava em uma lanchonete, no município de Jaguaré, para sustentar os filhos, mas sonhava em ser maquiadora. Sonho que a família de Dara viu ficar cada vez mais distante por causa do relacionamento abusivo em que ela estava há cerca de quatro anos.

Segundo familiares, o companheiro proibiu a jovem de trabalhar. Ela não podia ter celular, nem manter contato com a mãe ou amigos. Agressões também eram constantes no relacionamento. Na última briga, no dia 17 de abril, Dara foi espancada até a morte, na frente dos filhos. O companheiro, de 29 anos, é suspeito de feminicídio.

“Ele era ciumento, muito possessivo. Ela não podia ter amigos. Não deixava ela ter contato com a gente. Até o telefone dela ele tirou, ela só podia usar o dele”, relata a mãe de Dara, a dona de casa Lucinei Leonel, de 44 anos.

Dara trabalhava em uma lanchonete, mas sonhava em ser maquiadora profissional. Durante o período em que ficou separada do companheiro, ela comprou maquiagens e se preparava para fazer um curso profissionalizante. Mas o casal voltou a ficar junto e o sonho foi interrompido.

Dara queria ser maquiadora profissional
Dara queria ser maquiadora profissional. Crédito: Redes sociais

Lucinei Leonel

Mãe de Dara

"Ela era trabalhadora. Trabalhava para não deixar faltar nada para os filhos, mas sonhava com mais. Ela ia começar um curso de maquiadora. As maquiagens ainda estão todas aqui em casa. Minha filha não merecia isso."

DARA QUERIA SAIR DO RELACIONAMENTO ABUSIVO

Segundo a mãe, a jovem tinha tentado terminar o relacionamento, mas o companheiro não a deixava. “Ela tentou sair (do relacionamento) várias vezes. Até ficaram uns meses separados, mas ela voltou para ele. Ele fazia a cabeça dela, sufocava ela até voltar. Ficava perseguindo ela”, disse.

O irmão da vítima, o técnico em refrigeração Unique Leonel de Souza, de 24 anos, disse que após duas agressões ela procurou a delegacia, mas depois retirou as queixas contra o agressor.

Dara com a filha de 7 anos, a mãe Lucinei Leonel, de 44 anos, e o irmão, Unique Leonel de Souza, de 24 anos.
Dara com a filha de 7 anos, a mãe Lucinei Leonel, de 44 anos, e o irmão, Unique Leonel de Souza, de 24 anos. Crédito: Acervo pessoal

“Ela era a caçula da família, a única filha mulher de quatro irmãos. O casal brigava muito. Ela já procurou a delegacia, prestou queixa e depois retirou. Até o momento não temos informação dele. Ele sumiu, queremos que ele seja encontrado”, contou o irmão.

A mãe conta que era o companheiro que pedia à filha para retirar as denúncias. “Ele pedia perdão e falava que não ia fazer mais. Eu falava: ‘ele ainda vai acabar te matando’”, diz.

ESPANCADA NA FRENTE DOS FILHOS

Dara e o parceiro voltaram para casa após uma discussão em uma festa, por ciúmes. A mulher foi para casa a pé e o homem, suspeito do crime, deixou o local, em seguida, em uma motocicleta. Os filhos dela, uma menina de 7 anos e um menino de 4, estavam em casa e viram a mãe ser agredida pelo companheiro. O mais novo é filho do casal.

Preocupadas com a integridade física da mulher, duas testemunhas disseram para os policiais militares que foram até a casa do casal e lá encontraram a vítima desacordada próxima ao suspeito, que permanecia na residência. Elas prestaram socorro, no momento em que o homem fugiu.

Dara foi socorrida pelas testemunhas e levada para uma unidade de saúde no município. Ela recebeu atendimento, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

A Polícia Civil informou que nenhum suspeito foi detido até o momento e que as investigações estão em curso. O caso segue sob investigação da Delegacia de Polícia de Jaguaré.

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