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Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 13:47
Assim como a água do mar, a conta para o capixaba e o turista que optarem por comer nos quiosques nas praias da Grande Vitória também vai estar salgada. Segundo alguns comerciantes entrevistados por A Gazeta em Vitória, Vila Velha e na Serra, os pratos mais procurados por banhistas, como peroá e camarão, puxam a fila dos que ficaram mais caros.>
Bruna Gusmão, gerente do Quiosque Marujo, de Vila Velha, destacou que o valor do peroá tem gerado preocupação. Como está em falta, o preço de compra do peixe ficou mais mais caro, o que acaba sendo repassado para o consumidor final nos quiosques. Em pesquisa realizada por A Gazeta, a porção do peroá simples, com acompanhamentos, foi encontrada por até R$ 159 (veja os valores no fim do texto). Da mesma forma, a casquinha de siri e o camarão também estão inflacionados. "Estamos receosos de como isso vai ser recebido pelos clientes”, disse Bruna. >
Geraldo Wagner, proprietário do Quiosque Gaivotas, na Praia de Camburi, em Vitória, reforça a explicação de Bruna. “Este ano o peroá sumiu. Os barcos estão voltando com a quantidade mínima. Estávamos segurando os preços, mas vamos ter que repassar isso para o cliente”, admite.>
Outros comerciantes da Capital ainda relutam em repassar o aumento do valor da matéria-prima dos pratos aos clientes. Inclusive, nos quiosques consultados, a diferença de preços em relação ao verão passado não chegava aos R$ 5. Mas todos são unânimes em afirmar os preços não devem permanecer "congelados" por muito tempo.>
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Proprietário e chef do Maresia’s, na Serra, David de Jesus Santos reforça a preocupação com o aumento do preço dos insumos, especialmente os frutos do mar. “O badejo, produto principal da moqueca capixaba, deu uma disparada. A carne vermelha também, assim como o peroá. Ele está escasso e o preço está indo lá em cima.”>
Luiza Martins, do Berro d’Água, na Serra, também lamenta o preço dos produtos. “Tanto as comidas básicas, como arroz e óleo, estão caríssimos, quanto os peixes e as carnes. Estou comprando peroá mais caro como nunca e o dourado também está acima do valor esperado”, relata.>
O aumento de preços já é percebido pelos turistas. Érica Costa, que veio de Brasília (DF) com a família para o Espírito Santo, disse que o preço da caipirinha na Praia da Costa, em Vila Velha, está mais caro que em sua cidade. “Está quase o dobro da de lá. Eu pensei até em mudar de quiosque, mas já estava estabelecida aqui. Vi tudo bem mais caro que em Brasília”, disse. >
Porém, de um modo geral, apesar dessa variação de preços, a expectativa dos comerciantes para o próximo verão é alta. No Maresia’s, por exemplo, houve ampliação da equipe de atendimento. “Ampliamos um pouco o nosso quadro de funcionários. Tivemos uma alta de mais ou menos 20% de público, o que é bem considerável. Assim, precisamos fazer treinamentos para poder absorver essa expectativa”, afirma David de Jesus Santos.>
Os restaurantes da Serra também esperam receber uma quantidade maior de clientes, especialmente aproveitando a revitalização da orla de Jacaraípe. "A expectativa é de melhora este ano. Nossa orla era muito defasada. Não tinha condição para o turista ser bem recebido. Precisávamos mesmo desse investimento”, comenta Luiz Cavalari, um dos proprietários do Tulipas.>
O carro-chefe do estabelecimento é o galopé, que leva carne suína, feijão e galo. Segundo ele, todas estas proteínas, assim como os frutos do mar, encareceram, o que se refletiu no valor final. “Os aumentos foram abusivos.” >
Lucas Silva, gerente do Restaurante Belo Horizonte, também na Serra, faz coro e diz que a carne vermelha chegou a ter 10% de aumento. Ele, porém, afirma não ter repassado o preço ao consumidor. E destaca ter contratado quatro funcionários, pensando no verão.>
Cidades consultadas: Vila Velha, Vitória e Serra, nos dias 10/12, 13/12 e 17/12, respectivamente>
Porção de fritas >
Casquinha de Siri >
Bolinho de Bacalhau
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Peroá simples>
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