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Virginia Fonseca diz que a voz engrossou após chip hormonal; entenda os efeitos colaterais

Virginia Fonseca diz que a voz engrossou após chip hormonal; entenda os efeitos colaterais

O implante hormonal subcutâneo é inserido sob a pele — geralmente na região glútea — que libera substâncias de forma contínua por um ano

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Guilherme Sillva

Editor do Se Cuida / [email protected]

Publicado em 24 de setembro de 2025 às 19:00

Virginia Fonseca
Virginia Fonseca revelou que um chip hormonal foi a causa de sua voz ter engrossado nos últimos anos Crédito: Reprodução @virginia

A influenciadora Virginia Fonseca revelou que um chip hormonal foi a causa de sua voz ter engrossado nos últimos anos. A declaração surgiu em meio à sua preparação para o Carnaval 2026 como rainha de bateria da Grande Rio.

Virgínia negou o uso de substâncias conhecidas como 'bombas'. No entanto, deixou em aberto a possibilidade de utilizá-las no futuro. "Não estou tomando bomba, mas não descarto a possibilidade. É tudo Carnaval", disse. Apesar da afirmação, ela fez questão de destacar que sente receio. "Tenho muito medo de usar".

Em entrevista ao Portal Léo Dias, Virginia negou o uso de anabolizantes e disse que sua voz teria engrossado após o uso de um chip com hormônios. "A minha voz, é que eu tinha um chip de testosterona, né?! Eu tinha um chip com um pouquinho de testosterona. Se for pegar lá atrás, a minha voz, ela foi engrossando mesmo. Mas acho que é por causa desse chip que eu tenho de testosterona e gestrinona, que venceu", justificou, afirmando que já não usa o método.

O que é o implante hormonal

O chamado ‘chip da beleza’ é, na verdade, um implante hormonal subcutâneo, inserido sob a pele — geralmente na região glútea — que libera substâncias de forma contínua por um ano. Ele é constituído principalmente do hormônio gestrinona. “Esse hormônio é liberado lentamente na corrente sanguínea, com o objetivo de promover determinados efeitos no organismo com indicação para doenças estrogênio dependentes como endometriose, adenomiose, TPM e TDPM (transtorno disfórico pré-menstrual). A Anvisa não autoriza o uso de implantes hormonais com fins exclusivamente estéticos. Esses produtos, quando registrados, são indicados para tratamentos médicos específicos, como endometriose, miomas, distúrbios menstruais e doenças estrogênio dependentes. Qualquer uso fora dessas indicações é considerado ‘off label’”, esclarece a ginecologista Patricia Magier.

A médica conta que os riscos mais comuns associados ao uso de implantes hormonais com finalidade estética incluem acne severa, oleosidade da pele, queda de cabelo, alterações no humor e aumento da irritabilidade, crescimento de pelos em áreas indesejadas, alterações menstruais (amenorreia ou sangramentos irregulares). "Além disso, há risco de supressão do eixo hormonal natural, dificultando a reversão dos efeitos mesmo após a retirada do implante”, comenta. 

Segundo a ginecologista, a popularidade do chip para uso estético cresceu por conta da promessa de benefícios rápidos e visíveis, como melhora do corpo, disposição, libido e celulite, atributos associados à autoestima feminina. “As redes sociais amplificaram essa tendência, promovendo o “chip” como uma solução estética quase milagrosa. No entanto, essa fama muitas vezes ignora os riscos, a ausência de indicações médicas precisas e o uso indiscriminado, sem o devido acompanhamento. O implante é indicado para tratar doenças e foi visto que apresentava benefícios em algumas mulheres, associados a estética”, explica.

“A prescrição de implantes hormonais deve ser feita exclusivamente por médicos, com especialização e conhecimento em ginecologia, endocrinologia ou medicina integrativa e funcional. O uso médico é pautado por critérios diagnósticos e exames que justifiquem a necessidade da gestrinona. Já o uso com foco apenas estético, sem respaldo clínico, não é reconhecido como conduta ética ou legalmente segura”, destaca Patricia.

Com relação aos efeitos de longo prazo, a ginecologista destaca que o uso de implantes hormonais, especialmente os que contêm gestrinona, pode alterar o metabolismo hepático, os lipídios sanguíneos (declínio do HDL e aumento do LDL), a sensibilidade à insulina e a função tireoidiana, aumentando o risco cardiovascular. “Mulheres com histórico de câncer de mama (hormônio-dependente), trombose venosa profunda, doença hepática em atividade devem evitar esse tipo de terapia”, comenta Patricia.

Ele engrossa a voz?

A ginecologista Mariana Andreata explica que o implante hormonal libera doses contínuas de hormônios, mais comumente progesterona, estrogênio ou testosterona, conforme a necessidade de cada paciente. "É possível fazer uma combinação de hormônios em doses individuais para cada paciente. Esses hormônios são liberados de forma contínua por um período de tempo determinado que pode variar de seis meses a um ano". 

A médica conta que ainda tem muitas discussões na medicina quanto ao uso dos implantes hormonais. "Eles não são ilegais, porém não existem protocolos específicos para seu uso de acordo com a literatura médica, em alguns países como Europa e Estados Unidos eles são usados para terapia de reposição hormonal na menopausa e aqui no Brasil também. Além disso já temos alguns estudos evoluindo sobre o uso para endometriose".

E será que o uso do implante hormonal pode engrossar a voz? "Pode sim, mas obviamente vai depender do hormônio e da dose utilizada, já que esses dispositivos tem suas composições e dosagens variáveis de acordo com a indicação do profissional prescritor", diz Mariana Andreata.

O uso de hormônios em geral precisa de muita avaliação prévia, pois podem levar a alterações em todo o organismo. "O uso de hormônios em qualquer via de administração para fins estéticos não é liberado no Brasil. O uso dos hormônios são apenas para patologias, transição de gênero ou reposição hormonal na menopausa", finaliza a médica.

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