Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 17:04
A Síndrome do X Frágil é uma condição genética que causa alterações no neurodesenvolvimento. A mutação ocorre no gene FMR1, localizado no cromossomo X, reduzindo ou impedindo a produção da proteína FMRP, essencial para o funcionamento adequado do sistema nervoso. Isso resulta em atrasos no desenvolvimento , dificuldades cognitivas e comportamentais e algumas características físicas típicas, como face alongada e orelhas proeminentes. >
Estima-se que ela acometa um em cada 4 mil meninos e uma em cada 6 mil meninas no mundo. No entanto, a falta de conhecimento sobre a síndrome dificulta a identificação precoce. Inclusive, costuma-se confundi-la com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). >
Abaixo, os geneticistas Dr. Gustavo Guida e Dr. Marcial Francis, da Dasa Genômica, explicam sobre a Síndrome do X Frágil. Confira! >
A síndrome decorre de alterações no gene FMR1, localizado no cromossomo X, o que explica sua transmissão hereditária e a manifestação geralmente mais intensa em meninos . Trata-se de uma das causas genéticas mais frequentes de deficiência intelectual e de uma alteração frequentemente associada ao TEA. >
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“Essa síndrome é frequentemente associada ao autismo, e muitas vezes a causa do autismo não é investigada, prejudicando o aconselhamento genético da família”, ressalta o geneticista Dr. Gustavo Guida, do laboratório Sérgio Franco, marca da Dasa no Rio de Janeiro. >
Como dito, a condição é provocada por uma expansão anormal de repetições da sequência CGG no gene FMR1. Quanto maior for o número dessa repetição, maior a probabilidade de o gene ser silenciado — o que impede a produção da proteína FMRP, fundamental para o desenvolvimento neurológico. >
A investigação deve ser considerada em: >
O diagnóstico tardio ainda é frequente, especialmente devido à baixa investigação genética em crianças com atrasos significativos. >
Conforme o Dr. Marcial Francis, geneticista da Dasa Genômica, o diagnóstico tardio ainda ocorre com frequência devido à falta de informação sobre a condição. “É indispensável que os profissionais de saúde e os familiares considerem a investigação genética como parte da avaliação de crianças com atrasos significativos e histórico familiar sugestivo”, destaca. >
A síndrome apresenta grande variabilidade clínica. Entre os sinais mais comuns, estão: >
Características físicas, como face alongada e orelhas grandes, também podem estar presentes, mas não são determinantes isoladamente. >
Outros sinais incluem fragilidade emocional, crises de ansiedade, dificuldade de atenção e problemas de coordenação motora. Devido à diversidade de manifestações e à variabilidade entre os indivíduos, é fundamental avaliar o conjunto de características e realizar a investigação genética para confirmar o diagnóstico. >
“O que faz da Síndrome do X Frágil um desafio é a ampla variedade de manifestações clínicas. Nenhum sinal isolado confirma o diagnóstico, mas a combinação de atrasos no desenvolvimento, características físicas específicas, alterações comportamentais e deficiência intelectual são indicativos importantes que devem ser investigados”, destaca o Dr. Gustavo Guida. >
O diagnóstico é confirmado por exames genéticos, especialmente a pesquisa para o X-Frágil, por meio do PCR para FMR1, que identifica o número de repetições da sequência CGG. >
O resultado do teste classifica como: >
“As tecnologias atuais como o PCR tornam o diagnóstico mais rápido e eficiente, o que é fundamental para o acompanhamento adequado do paciente e para o aconselhamento genético das famílias”, explica o Dr. Marcial Francis. >
O PCR é um método rápido e preciso, essencial para confirmar o diagnóstico e orientar o aconselhamento genético da família. >
Ainda não há cura para a síndrome, mas há diversas abordagens que ajudam no manejo dos sintomas e na promoção de autonomia e qualidade de vida. Entre elas, estão: >
O aconselhamento genético é uma etapa fundamental, especialmente para famílias com histórico da condição. “ Esse tipo de avanço, aliado à rápida evolução dos testes genéticos, pode transformar o cenário atual. Hoje, conseguimos diagnosticar precocemente e oferecer suporte direcionado, e isso já é um passo gigante para as famílias que enfrentam a condição”, finaliza o Dr. Gustavo Guida. >
Por Mariana Bego >
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