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Transplante de medula óssea: entenda o tratamento do cantor Netinho

Transplante de medula óssea: entenda o tratamento do cantor Netinho

Netinho revelou que fará transplante de medula óssea. O tratamento é indicado em casos de doenças que afetam diretamente a medula óssea como leucemias, linfomas e mielomas

Publicado em 11 de abril de 2025 às 18:51

Netinho
Netinho revelou que fará transplante de medula óssea. Crédito: Reprodução @netinhooficialbrasilerio

O cantor Netinho, de 58 anos, revelou que fará transplante de medula óssea. O artista diagnosticado com câncer no sistema linfático disse que está terminando a segunda fase da quimioterapia e, no final do tratamento, passará pelo transplante autogênico, um procedimento que utiliza as células-tronco do paciente para tratar a doença.

"Estou aqui terminando a segunda fase da quimioterapia. Serão seis fases no total, vou fazer as seis e, no final, haverá um transplante de medula. Sem doador, um transplante de mim para mim mesmo", disse o músico em vídeo gravado na rede social.

O transplante de medula óssea é um tratamento que substitui uma medula óssea doente por células tronco hematopoiéticas. "A medula óssea é um tecido que fica dentro dos ossos e é responsável por produzir o sangue. No transplante, essas células são renovadas para que o corpo volte a produzir sangue de forma normal. Temos dois tipos de transplante o autólogo e alogênico", explica a hematologista Rayana Bomfim Leonel, da Rede Meridional.

O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente, conforme dito pelo cantor Netinho. Já no transplante alogênico a medula vem de um doador. A médica, que é especializada em oncohematologia e transplante de medula óssea, conta que o transplante é indicado em casos de doenças que afetam diretamente a medula óssea como leucemias, linfomas e mielomas. "No caso de Netinho, o transplante autólogo está sendo indicado para tratar um linfoma, que é um câncer do sistema linfático".

Rayana Bomfim Leonel
Rayana Bomfim Leonel explica como é realizado o transplante de medula óssea Crédito: Divulgação / Rayana Bomfim Leonel

"No transplante autólogo, as próprias células progenitoras hematopoiéticas do paciente são coletadas, armazenadas, e depois reinfundidas no corpo"

Rayana Bomfim Leonel

Hematologista

Como é realizado?

Primeiro, as células tronco hematopoiéticas do paciente são estimuladas e após o sangue do paciente são coletadas. "Em seguida, ele passa por uma quimioterapia intensa para destruir as células doentes. Por fim, suas próprias células são devolvidas ao corpo por meio de uma infusão, parecida com uma transfusão de sangue. Essas células vão até a medula óssea e começam a produzir sangue novamente", explica a médica.

Embora o transplante possa ser muito eficaz, ele também traz riscos. No transplante autólogo, os principais riscos estão ligados à quimioterapia em altas doses, que pode causar queda da imunidade, infecções, sangramentos e efeitos colaterais como náuseas e fraqueza. "Apesar dos riscos, o transplante pode ser uma etapa fundamental na cura ou controle de doenças como o linfoma, e muitos pacientes conseguem se recuperar bem com o tratamento adequado", diz Rayana Bomfim Leonel.

DOAÇÃO DE MEDULA

Já no transplante alogênico a medula vem de um doador. Os requisitos para doação de acordo com o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) são ter idade entre 18 e 35 anos, sendo que o doador permanece no cadastro até os 60 anos e pode realizar uma doação até essa idade, estar com a saúde em boas condições e não ter nenhuma das doenças consideradas impeditivas para a doação.

Etapas da doação

1 - Cadastro no Redome: o primeiro passo é realizar seu cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Para isso, você deve comparecer a um hemocentro, levando um documento de identidade com foto.

2 - Coleta de Amostra de Sangue: no local de cadastro, é feita uma coleta de amostra de sangue. Esse sangue será utilizado para um teste de histocompatibilidade (HLA), que identifica suas características genéticas.

3 - Manutenção de Dados Atualizados: após se cadastrar, é muito importante manter seus dados atualizados para que, caso surja compatibilidade com algum paciente, você possa ser facilmente contatado. Você pode atualizá-los diretamente no hemocentro onde se cadastrou.

4 - Confirmação de Compatibilidade: em caso de paciente compatível, serão feitos novos exames de sangue para confirmar a compatibilidade. Você será consultado novamente para confirmar sua disponibilidade e interesse em realizar a doação.

De acordo com a hematologista Maria Cristina Macedo, do IBCC Oncologia, a doação de medula óssea pode ser realizada de duas maneiras principais. A primeira é através da punção diretamente da medula, um procedimento que demanda um centro cirúrgico e é realizado sob anestesia geral, em que o médico coleta a medula dos ossos da bacia.

“A segunda forma é por meio da aférese de células-tronco. Nesse método, as células são coletadas diretamente da corrente sanguínea após o doador passar por um tratamento que estimula as células-tronco a entrarem na circulação sanguínea. Esta técnica não exige anestesia geral, tornando-se uma opção menos invasiva. A doação de medula óssea é um procedimento seguro, e a medula se regenera totalmente em poucas semanas”, reforça. 

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