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Publicado em 22 de novembro de 2025 às 08:00
No universo do skincare, o termo “pele sensível” é uma constante. Porém, para milhões de pessoas, essa sensibilidade faz parte de uma condição que exige cuidados ainda mais especiais: a dermatite atópica. Longe de ser uma simples alergia ou um ressecamento passageiro, trata-se de uma doença inflamatória crônica, de base genética e não contagiosa. Ela se manifesta em um ciclo desafiador de pele extremamente seca, lesões avermelhadas e uma coceira persistente que afeta o sono, o bem-estar e a autoconfiança. >
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a dermatite atópica pode aparecer acompanhada de outras formas de atopia como asma, rinite ou conjuntivite, embora essas não precisem ocorrer ao mesmo tempo. Ainda segundo a entidade, alguns fatores podem agravar essa condição, como sudorese excessiva, baixa umidade no ambiente, roupas de lã, tecidos sintéticos e ásperos em contato direto com a pele, banhos demorados com água quente, uso de sabonetes em excesso (associado ou não ao uso de buchas) e situações de estresse.>
“É importante entender a dermatite atópica como uma doença inflamatória de origem genética, e não um problema de contágio ou falta de higiene. Na prática, ela é, em sua essência, uma falha na barreira de proteção natural da pele. Quando essa deficiência acontece, a pele se torna mais suscetível à perda de água e à entrada de agentes irritantes, desencadeando um processo inflamatório”, explica a dermatologista Paula Bellotti.>
O sintoma mais emblemático e incômodo da dermatite atópica é a coceira intensa e persistente. Essa sensação, que muitas vezes piora durante a noite, desencadeia um ciclo vicioso: coçar alivia momentaneamente, mas agrava a inflamação e danifica ainda mais a barreira da pele. Visualmente, a condição se manifesta através de uma pele cronicamente seca e pelo surgimento de lesões avermelhadas e ásperas, conhecidas como eczemas. Essas áreas inflamadas são mais comuns nas dobras dos braços e joelhos, pescoço e pulsos e, em fases agudas, podem apresentar descamação, pequenas bolhas ou até mesmo crostas.>
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Embora não exista uma cura definitiva para a dermatite atópica, a condição pode ser muito bem controlada. O pilar fundamental é a rotina de cuidados, focada em restaurar e proteger a barreira cutânea. Isso se traduz em hidratação intensa e constante, com o uso de dermocosméticos emolientes, sem fragrância, hipoalergênicos e não comedogênicos, aplicados generosamente pelo corpo, especialmente após o banho e nas áreas mais afetadas.>
"O acompanhamento da dermatite atópica se apoia em duas frentes: o cuidado diário e o gerenciamento das crises agudas. O primeiro é responsabilidade do paciente e envolve a hidratação constante e a escolha de produtos adequados para fortalecer a barreira da pele. O segundo pilar é onde o dermatologista atua, prescrevendo tratamentos específicos, como anti-inflamatórios tópicos, para controlar a inflamação de forma segura e eficaz”, complementa Paula Bellotti.>
A dermatologista Alessandra Nogueira, da Galderma, diz que o tratamento da dermatite atópica tem como principal objetivo restaurar e proteger a barreira da pele, reduzindo a inflamação e o desconforto. "O primeiro passo é a hidratação diária — de preferência com produtos específicos para peles sensíveis e atópicas, aplicados logo após o banho para reter a umidade. Durante as crises, o dermatologista pode indicar medicamentos tópicos, como corticoides ou imunomoduladores, para controlar a inflamação e aliviar a coceira".>
É essencial também identificar e evitar gatilhos, como banhos muito quentes, tecidos sintéticos, produtos com fragrância e situações de estresse, que podem agravar o quadro. A rotina de cuidados contínua é o que garante o controle e a melhora progressiva da condição.>
O ideal é optar por fórmulas suaves, sem fragrâncias, corantes ou sabões agressivos, e que contenham ativos que ajudem a reestabelecer a barreira cutânea, como glicerina, ceramidas, niacinamida e pantenol. "Cremes e bálsamos mais espessos costumam ser mais eficazes em peles muito ressecadas, pois criam uma camada protetora que reduz a perda de água e o desconforto. Já as loções podem ser uma boa alternativa em dias mais quentes ou para reaplicações ao longo do dia. O mais importante é que os produtos sejam hipoalergênicos, testados dermatologicamente e desenvolvidos especialmente para peles sensíveis ou com tendência à dermatite atópica", finaliza Alessandra Nogueira.>
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