Publicado em 7 de dezembro de 2025 às 11:04
A presença de um animal de estimação costuma trazer conforto emocional, alívio do estresse e melhora na autoestima de pacientes humanos em tratamento contra o câncer. No entanto, o convívio com cães e gatos durante a quimioterapia requer atenção especial, tanto para proteger o paciente quanto o próprio pet . >
Conforme a médica-veterinária e mestre em Ciências Juliana Rozolen, oncologista e professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, o tratamento quimioterápico enfraquece o sistema imunológico, deixando o organismo mais suscetível a infecções secundárias. >
“A microbiota residente na pele, trato digestivo ou trato urinário podem sofrer alterações e não exercer seu papel como camada protetora, proporcionando assim uma porta aberta para possíveis infecções, caso o paciente possua fissuras cutâneas e as mucosas fragilizadas”, explica. >
Assim como há perigos para o paciente em tratamento contra o câncer, a docente alerta que também há riscos para os animais de estimação a convivência com pessoas que estão sob efeitos dos quimioterápicos. >
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“Durante o tratamento, parte das substâncias químicas pode ser eliminada pelo suor, pela urina ou até pela descamação da pele. Em alguns casos, o contato direto e constante ou por meio de lambeduras podem representar risco de contaminação para o pet , dependendo da substância, intensidade e da frequência de exposição”, observa Juliana Rozolen. >
Contudo, nada que um bom manejo e orientações tanto dos médicos quanto dos médicos veterinários não possam harmonizar estas condições. >
A professora destaca que em alguns casos há recomendações médicas mais extremas para o afastamento temporário dos animais de estimação, quando a condição do paciente está bem vulnerável e a imunidade, bem delicada. “[O afastamento é afeito] até que o quadro do paciente estabilizasse, justamente para evitar riscos tanto para o animal quanto para o tutor. São decisões delicadas, mas sempre baseadas na segurança e no bem-estar de ambos”, comenta. >
Apesar disso, Juliana Rozolen reforça que a separação entre tutor e pet deve ser a última alternativa, e que, na maioria dos casos, a convivência é possível com medidas simples de higiene , orientação e manejo adequado, sempre com acompanhamento veterinário. >
“Com vacinação e vermifugação em dia, banhos regulares e cuidados com o ambiente, o convívio é seguro. É importante que o médico oncologista e o médico-veterinário trabalhem juntos para definir as melhores orientações para cada caso e para cada paciente, ou seja, se o tutor é o paciente oncológico ou o seu pet é o paciente oncológico”, conclui. >
Por Bianca Lodi Rieg >
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