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Câncer de pâncreas: conheça os sintomas do tumor que afeta Tony Bellotto

Câncer de pâncreas: conheça os sintomas do tumor que afeta Tony Bellotto

Considerado silencioso, o câncer de pâncreas geralmente só apresenta sintomas perceptíveis nos estágios mais avançados da doença

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Guilherme Sillva

Editor do Se Cuida / [email protected]

Publicado em 5 de março de 2025 às 16:24

Tony Bellotto
Tony Bellotto  foi diagnosticado com um tumor no pâncreas Crédito: Chico Cerchiaro/Divulgação

O guitarrista Tony Bellotto, de 64 anos, foi diagnosticado com um tumor no pâncreas e precisará passar por uma cirurgia em breve. O músico explicou que descobriu o tumor durante um exame de rotina e que já está sob cuidados médicos. Apesar da pausa temporária nos palcos, ele afirmou estar tranquilo e confiante para enfrentar o tratamento.  

"Logo que eu me recupere vou retomar os shows e as minhas atividades profissionais, então desde já eu quero agradecer os pensamentos, palavras e mensagens de apoio e carinho e pedir que vocês não sofram, sem drama. Eu estou tranquilo, confiante, enfrentando tudo com coragem e dignidade", disse. 

Considerado silencioso, o câncer de pâncreas geralmente só apresenta sintomas perceptíveis nos estágios mais avançados da doença. "Os principais sinais de alerta incluem dor abdominal, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), perda repentina de peso e diminuição do apetite", explica Camila Giro, oncologista clínica do IBCC Oncologia. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), devem surgir cerca de 10 mil casos de câncer de pâncreas. 

O pâncreas é uma glândula que faz parte tanto do sistema digestivo quanto do sistema endócrino. O órgão está localizado atrás do estômago e próximo ao duodeno. Na parte digestiva ele tem a função de produzir enzimas pancreáticas que são liberadas no intestino delgado para auxiliar na digestão dos alimentos. Já na parte e endócrina ele auxilia produzindo hormônios que são liberados na corrente sanguínea para regular o metabolismo do corpo.

“Alguns sintomas podem ser notados pelo paciente, mas nem sempre são investigados, como por exemplo, indigestão, perda de peso, dor abdominal ou nas costas, inchaço, piora ou aparecimento rápido de Diabetes e evacuações com gordura. Isso acontece quando a doença bloqueia o ducto pancreático impedindo a liberação de enzimas digestivas no trato intestinal, o que leva a um amarelamento da pele e mucosas, condição conhecida como icterícia. Dor na região da lombar também é relatada, e isso ocorre quando o tumor comprime alguns nervos ao redor do pâncreas”, detalha o médico Felipe Felipe Coimbra, do A.C. Camargo Câncer Center.

O médico ressalta também a presença de diabetes no paciente com câncer no pâncreas. “O câncer e o diabetes têm vários fatores de risco em comum, como obesidade, tabagismo, envelhecimento, sedentarismo e alimentação não saudável. No câncer pancreático, isso toma uma proporção maior, pois o pâncreas é uma glândula responsável por produzir a insulina, um hormônio essencial no aproveitamento da glicose como fonte de energia para as células trabalharem. A doença altera o funcionamento desse órgão, que passa a produzir menos insulina, levando ao diabetes, por isso alguns pacientes já chegam com diabetes mesmo sem saber do diagnóstico do tumor”.

Outros sintomas

Urina escura;

Fezes de cor clara;

Perda de apetite e perda de peso inexplicável;

Dor ou desconforto na parte superior do abdômen;

Náusea ou vômito;

Diarreia;

Fadiga e fraqueza;

Aparecimento repentino de diabetes. 

Tratamento e prevenção

Após a confirmação do câncer de pâncreas, em estágio inicial, o oncologista João Paulo Fogacci de Farias, da Oncoclínicas, diz que tanto a cirurgia, como a quimioterapia, são de igual importância. "Caso o paciente tenha condições para realizá-las, ambos os procedimentos serão necessários. Nas últimas décadas, a cirurgia oncológica teve um grande avanço através de técnicas minimamente invasivas, o que leva a recuperação e reabilitação mais rápida do paciente. A cirurgia robótica em câncer de pâncreas é promissora, porém, estudos estão em andamento para comprovar sua segurança", explica.

Uma tendência atual nos casos de doença localizada no pâncreas (apenas estágio inicial) é de realizar a quimioterapia antes da cirurgia. “Estudos mostram que até 50% dos pacientes podem não se recuperar a tempo após a cirurgia de pâncreas para iniciar o tratamento quimioterápico. Além disso, a inversão da ordem pode promover melhores resultados no controle da doença, pois, consequentemente, pode reduzir o tumor e posteriormente facilitar sua remoção".

Contudo, entre 70% e 80% dos casos ainda são diagnosticados em estágio avançado e inoperável, reduzindo muito a probabilidade de cura através dos tratamentos ainda é baixa. Em casos como esse, o objetivo é oferecer o maior conforto possível ao paciente, além dos cuidados paliativos para a diminuição dos sintomas.

Como forma de prevenir o risco do desenvolvimento do câncer pancreático, o oncologista cita cuidados importantes para serem colocados em prática. "Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar atividades físicas regularmente, ter uma dieta equilibrada rica em frutas, vegetais e grãos integrais, manter um peso saudável e parar de fumar são pontos fundamentais para adotar na rotina. Ficar atento ao histórico familiar e na dúvida buscar orientação médica especializada".

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