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Câncer de esôfago: entenda causa da morte de Pepe Mujica

Câncer de esôfago: entenda causa da morte de Pepe Mujica

Os principais sintomas dessa neoplasia são a dificuldade de engolir, dor torácica, sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda do apetite

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Guilherme Sillva

Editor do Se Cuida / [email protected]

Publicado em 13 de maio de 2025 às 20:38

O ex-presidente do Uruguai, José Mujica
O ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, morreu nesta terça-feira, aos 89 anos Crédito: MATILDE CAMPODONICO/AP

O ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos. A informação foi confirmada pelo presidente Yamandú Orsi. Nesta semana, Lucía Topolanski, mulher do ex-presidente uruguaio, anunciou que ele estava em fase 'terminal' de um câncer de esôfago e recebia cuidados paliativos para aliviar a dor. 

Diagnosticado com câncer de esôfago em abril de 2024, ele anunciou, em janeiro deste ano, que o tumor havia se espalhado para o fígado e, "por ser um idoso", seu corpo não aguentaria novos tratamentos.

O esôfago é um tubo muscular oco, com cerca de 25 centímetros de comprimento, localizado entre a traqueia e a coluna vertebral, ligando a garganta ao estômago para transportar os alimentos. O esfíncter, um músculo localizado na porção final do esôfago, controla a passagem dos alimentos e líquidos e também impede o retorno do ácido estomacal e das enzimas digestivas por esse tubo.

Em geral, o câncer de esôfago ocorre em pessoas acima de 50 anos, sendo mais prevalente em homens. Os dois principais tipos desse câncer são o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. O oncologista Thiago Assunção, diz que os principais sintomas dessa neoplasia são a dificuldade de engolir (disfagia), sobretudo a alimentos sólidos, dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito), dor torácica, sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda do apetite.

Além disso, a perda de peso não intencional é outro sinal de alarme para esse tipo de câncer. “Caso esses sintomas se tornem recorrentes, é preciso ir ao médico. O diagnóstico será feito por meio da história clínica, exames de imagem, endoscopia digestiva alta, biópsia e alguns testes adicionais, a depender do caso”, comenta Assunção.

A investigação diagnóstica se inicia com exames como a endoscopia ou a tomografia e, caso sejam identificadas lesões no esôfago, realiza-se uma biópsia, que consiste na retirada de um pequeno fragmento. A análise das células da lesão é realizada pelo médico patologista, que emite o laudo anatomopatológico com o diagnóstico.

De acordo com informações do Inca, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada, conforme o estágio da doença e das condições clínicas do paciente. Casos selecionados de tumores iniciais podem ser tratados por ressecção local durante a endoscopia, sem a necessidade de procedimento cirúrgico formal.

Nos casos onde o objetivo é a cura, os pacientes são inicialmente submetidos a um tratamento combinado com quimioterapia e radioterapia, e posteriormente é feita a cirurgia. Para os tumores muito avançados ou no caso de pacientes muito debilitados, o tratamento tem caráter paliativo (sem finalidade curativa) e é feito por radioterapia combinada ou não à quimioterapia.

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