Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 17:04
Com a chegada do verão, a praia se torna o cenário preferido para quem deseja praticar exercícios ao ar livre. Correr ou treinar na areia parece mais agradável e desafiador, mas o terreno irregular e instável pode aumentar o risco de lesões quando não há técnica e preparo adequados. >
Segundo o mestre Lucas Marques, coordenador do curso de Educação Física da Faculdade Anhanguera, entender como o corpo reage ao impacto do solo é fundamental para praticar atividade física com segurança no litoral. >
O especialista explica que a areia funciona como um amortecedor natural, reduzindo o impacto direto nas articulações, porém, ao mesmo tempo, exige muito mais esforço muscular. “A areia fofa aumenta o trabalho de panturrilhas, quadríceps e musculatura estabilizadora. Isso é ótimo para fortalecer, mas, para quem não está acostumado, pode gerar sobrecarga e lesões por esforço excessivo, como tendinites e dores no tornozelo”, afirma. >
Conforme Lucas Marques, a instabilidade do solo faz com que joelhos , tornozelos e quadris precisem estabilizar o corpo a cada passo, exigindo maior equilíbrio e controle motor. “A articulação do tornozelo é a que mais sofre. Torções são muito comuns na praia justamente pela falta de firmeza do solo. Quem já tem histórico de entorse ou instabilidade ligamentar deve redobrar os cuidados”, orienta. >
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Para os corredores, a inclinação natural da faixa de areia, mais baixa próxima ao mar e mais alta perto das barracas, também é um fator de risco. “Correr sempre na mesma direção, em terreno inclinado, altera o alinhamento da coluna e do quadril. Isso pode causar dor lombar ou sobrecarga nos joelhos. O ideal é alternar direções ou buscar trechos mais planos, como a areia mais compacta perto da água”, explica. >
Lucas Marques também recomenda que iniciantes evitem começar o treino direto na areia fofa. “A areia dura é a melhor opção para quem está começando. Depois de algumas semanas de adaptação, é possível alternar trechos mais firmes e mais soltos. Subidas longas ou tiros na areia fofa devem ser reservados para pessoas com bom condicionamento”, destaca. >
O calçado também faz diferença, embora muitas pessoas associem a praia a treinos descalços. “Treinar descalço fortalece a musculatura intrínseca do pé, mas aumenta o risco de lesões se a pessoa não tiver preparo. O ideal é alternar, parte do treino com tênis, parte sem. E sempre observar o terreno para evitar pedras, cacos de vidro ou conchas”, orienta. >
A hidratação e a temperatura da areia também exigem cuidado. “A areia muito quente pode causar queimaduras na sola dos pés. Além disso, a perda de líquidos é muito maior na praia. Beber água antes, durante e depois da atividade é fundamental, e treinar nos horários de menor incidência solar reduz riscos de mal-estar”, destaca Lucas Marques. >
Para quem deseja aproveitar o cenário para treinos funcionais, o professor reforça que a progressão deve ser gradual. “Agachamentos, saltos, corridas curtas e exercícios de core funcionam muito bem na areia, mas exigem técnica para não sobrecarregar a lombar e os joelhos. A orientação de um profissional pode fazer toda a diferença na evolução”, afirma. >
Por fim, Lucas Marques lembra que a praia oferece benefícios únicos para o condicionamento físico, desde o fortalecimento muscular até o ganho de resistência. “O treino na areia pode ser extremamente eficiente e prazeroso. O segredo é respeitar os limites do corpo, começar devagar e entender que a instabilidade do terreno exige atenção redobrada. Com orientação e progressão adequadas, é possível aproveitar o verão com saúde e sem lesões”, conclui. >
Por Bianca Lodi Rieg >
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