Publicado em 22 de maio de 2024 às 08:00
Os medicamentos genéricos já são comercializados no Brasil há cerca de 20 anos, com garantia de médicos e farmacêuticos de que funcionam exatamente como os medicamentos originais e ainda assim, levantam suspeitas. De acordo com especialistas da área da saúde o preço baixo não é motivo para questionar a eficácia dos genéricos. >
A partir da necessidade de remédios mais acessíveis à população, em 1999, foi criada a Lei dos Genéricos (9.787/1999), que prevê que as patentes dos remédios de marca, durem apenas 20 anos. Após esse período qualquer laboratório pode criar medicamentos com a mesma formulação, mas sem precisar investir dinheiro em pesquisas, motivo pelo qual os genéricos são bem mais baratos.>
Segundo a ginecologista Mariana Andreata Pontello, da Rede Meridional, os anticoncepcionais genéricos são, simplesmente, os que não possuem uma marca referência e são vendidos com o nome do princípio ativo do fármaco. “Eles têm a mesma indicação que os anticoncepcionais referência, não existem diferenças, já que as substâncias presentes são as mesmas”, revelou.>
A especialista explica que, na teoria, os genéricos deveriam ter o mesmo efeito do original, pois possuem os mesmos princípios ativos. “Porém, como dependemos de tecnologia para a fabricação das medicações, medicamentos referências podem ter ação superior aos genéricos pelas tecnologias empregadas na formulação”, esclareceu. >
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Mariana afirma que, quimicamente, são as mesmas substâncias presentes em ambos os medicamentos, porém existem diferenças nas tecnologias de fabricação e envasamento que podem influenciar até mesmo na absorção dessas medicações.>
A ginecologista enfatiza que a escolha pelo melhor método anticoncepcional sempre deve ser feita entre médico e a paciente. “Somente o médico pode indicar o anticoncepcional, seja ele genérico ou não, já que eles possuem muitas contraindicações e efeitos colaterais. Durante a consulta, fazemos uma anamnese, com questionamentos como doenças prévias, história familiar e estilo de vida da paciente. Todas essas questões devem ser levadas em conta na escolha do método”, comentou.>
Questionada se há evidências quanto ao uso contínuo da pílula pode causar câncer, a médica esclarece que alguns estudos mostraram associações de contraceptivos com alguns tipos de câncer, principalmente o câncer de mama, no entanto, a associação tem pouca relevância estatística e ainda não se tem literatura robusta para confirmar esses dados.>
Mariana lembra, ainda, que o efeito do anticoncepcional não sofre interferência do tempo, e nem o uso contínuo da mesma substância. “Os efeitos podem ser diminuídos em caso de esquecimento, uso de medicações concomitantes que podem reduzir a absorção do anticoncepcional e também algumas doenças no sistema gastrointestinal. Ou então, pacientes que fizeram cirurgias no estômago e intestino podem ter a eficácia do anticoncepcional oral prejudicadas”, afirmou.>
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