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Quanto tempo duram os anticorpos do coronavírus?

Quanto tempo duram os anticorpos do coronavírus?

Estudo diz que a redução de anticorpos contra a Covid-19 pode ocorrer em três meses. Infectologistas dizem que a prevenção continua sendo necessária para pessoas que já foram infectadas

Publicado em 30 de junho de 2020 às 18:45

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Ainda não é possível saber também como serão os sintomas se a pessoa for infectada novamente. (Divulgação)

Pessoas que tiveram Covid-19, com ou sem sintomas, podem apresentar queda nos níveis de anticorpos contra a doença entre dois e três meses após a infecção. É o que diz o estudo publicado no periódico Nature, realizado por pesquisadores da Universidade de Chongqing e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Chongqing, na China. A pesquisa afirma que os níveis de anticorpos encontrados em pacientes recuperados da covid-19 diminuíram rapidamente dois a três meses após a infecção em pacientes sintomáticos e assintomáticos. Os pacientes foram analisados até oito semanas após deixaram o hospital.

O infectologista Lauro Ferreira Pinto explica que questões sobre a imunidade ao novo coronavírus permanecem em aberto. "Existem trabalhos já mostrando que deve existir imunidade celular além de imunidade por anticorpos. Porém, precisamos de mais pesquisas para ter informações confiáveis". O médico diz ainda que não dá para dizer por quanto tempo duram os anticorpos contra o coronavírus. "Não dá para dizer por quanto tempo persistem os anticorpos. O trabalho mostra que principalmente os assintomáticos, praticamente 4 em 10 pacientes, ficam sem anticorpos no final da fase de convalescença. Esse número é pequeno".

Medidas de prevenção

De acordo com a infectologista Rúbia Miossi, o que os pesquisadores sabem até o momento é que a imunidade específica ao coronavírus de resfriado comum dura somente 90 dias. "Mas a de Sars-Cov não sabemos ao certo ainda. A nossa imunidade, na verdade, é o anticorpo anticoronavírus", diz.

O estudo ainda não traz respostas definitivas, mas aponta questões sobre uma possível segunda onda da pandemia a partir de reinfecções. E é isso que também tem preocupado as pessoas. "A segunda onda de contágios tem ocorrido nos países onde a pandemia começou. Portanto, existe sim essa possibilidade. Nem com a vacina sabemos se tem imunidade duradoura, isso só os estudos que estão acontecendo dirão. Mas não temos nenhum caso de reinfecção documentada", explica Rúbia.

Documento divulgado pela OMS em abril, que revisou 20 estudos científicos, disse que “não há evidências de que as pessoas que se recuperaram da Covid-19 e tenham anticorpos estejam protegidas contra uma segunda infecção”. Por isso, o risco é que pessoas com resultado positivo no teste passem a ignorar conselhos de saúde pública, por se considerarem imunes a uma segunda infecção. "Não temos essa informação. Acreditamos que a pessoa vai ter a doença uma vez nessa pandemia, mas não temos certeza. Por isso quem já teve o vírus precisa continuar se cuidando, no sentido de ter uma certa cautela e manter as medidas de proteção para não se reinfectar", alerta Lauro Ferreira.

Para Rúbia, também é fundamental que as pessoas continuem com as medidas de proteção. "O estudo da Universidade de Chongqing mostrou que quem foi assintomático e teve anticorpos detectados, também perdeu parte desses anticorpos mais rápido, principalmente após 90 dias da infecção. Mas não sabemos se as pessoas que tiveram a doença estão protegidas de fato e por quanto tempo", alerta Rúbia. Ainda não é possível saber também como serão os sintomas se a pessoa for infectada novamente. 

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