Publicado em 18 de agosto de 2020 às 17:19
O doutorando de Informática da Ufes, André Pacheco, orientado pelo professor Renato Krohling, foi premiado na maior conferência mundial sobre visão computacional. O trabalho, que tem por base o algoritmo Gram-OOD*, recebeu o prêmio de melhor artigo na sessão da Skin Image Analysis Workshop (ISIC), da Conference on Computer Vision and Pattern Recognition (CVPR), nos Estados Unidos. >
André liderou um time com alunos de graduação, mestrado e doutorado para desenvolver um software de coleta de dados que é um servidor web e aplicativos para smartphone. "Por meio deste software, alunos da área de saúde que atuam no Programa de Assistência Dermatológica e Cirúrgica (PAD), da Ufes, coletam imagens das lesões de pele e dados clínicos dos pacientes. Nós, da área da computação, utilizamos esses dados para desenvolver algoritmos para auxiliar os profissionais de saúde na detecção de câncer de pele", explica André. >
André Pacheco
Doutorando de Informática da UfesO motivo principal da pesquisa na área de detecção de câncer de pele é que, no interior do Estado, existe uma falta de dermatologistas e de equipamentos para o diagnóstico da doença. "A gente visa, no futuro, que esse software possa auxiliar um generalista, um enfermeiro ou um estudante de medicina a prover um diagnóstico inicial para um paciente. Um profissional que não é especialista no assunto, vai ter um software para dar um indicativo da gravidade da lesão. Porém, a palavra final é sempre da pessoa. O software visa auxiliar, nunca substituir". >
Um software é colocado em um smartphone e o profissional de saúde tira uma foto e preenche o perfil clínico do paciente. "O software processa ambos os dados (imagem e informação clínica) e fornece uma saída indicando a probabilidade da lesão em questão ser um câncer de pele", explica o aluno. >
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O programa usa inteligência artificial, mais especificamente redes neurais artificiais, para identificar quais lesões cutâneas merecem mais atenção. "Hoje, as lesões que ele mais dá atenção são os carcinomas basocelular e espinocelular e o melanoma, que é o caso mais grave de câncer de pele, que tem potencial para matar uma pessoa silenciosamente caso não seja identificado com antecedência", ressalta. >
André explica ainda que a coleta dados acontece desde 2017. E eles são utilizados para desenvolver esse software. "Porém, são necessários testes exaustivos antes de liberar um modelo como esse, mesmo para profissionais de saúde. Hoje a gente possui um protótipo para uso interno dos pesquisadores do PAD e do Laboratório de Computação e Engenharia Inspirada na Natureza (LABCIN), que são coordenados pela doutora Patrícia Lyra Frasson e pelo professor Renato Krohling, respectivamente. A ideia era validar o protótipo do aplicativo com os dados coletados deste ano. Porém, devido à pandemia, o trabalho está suspenso", conta.>
No ano passado, em um doutorado sanduíche - quando parte dos estudos é feita em universidade fora do país - realizado na Dalhousie University, no Canadá, a pesquisa foi aprofundada para chegar ao resultado de agora. André diz que não existe a intenção de liberar o software para uso geral da população. >
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