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Vítima de abuso sexual pode repetir a agressão tempos depois?

Vítima de abuso sexual pode repetir a agressão tempos depois?

O assunto surge após Petrix Barbosa, participante eliminado do 'BBB 20', ser acusado nas redes sociais de atitudes indevidas com participantes do jogo

Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 20:16

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Petrix e Bianca Andrade (Boca Rosa) na primeira festa do BBB20. (Reprodução | Redes sociais)

O BBB Petrix Barbosa, eliminado do jogo na noite de terça-feira (04),  está sendo acusado de assédio nas redes sociais após atitudes envolvendo as participantes Bianca Andrade e Flayslane. Antes de ser eliminado do reality, a Polícia Civil do Rio de Janeiro chegou a abrir um procedimento para apurar os casos e intimou o atleta a depor nesta sexta-feira, 7.  

Ele, que é ginasta, é uma das vítimas que acusa o ex-treinador Fernando de Carvalho Lopes de abuso sexual entre os anos de 1999 e 2016. Só que enquanto esteve no programa algumas cenas chamaram a atenção dos telespectadores. Uma delas mostra o esportista supostamente tentando alongar as costas de Bianca,  em abraço apertado, e logo depois pegando nos seios dela, que estava completamente bêbada. Durante outra festa ele teria esfregado seu orgão genital na cabeça de Flayslane, que estava sentada no chão da sala. O atleta começou a rebolar na cabeça da participante com uma expressão que sugeria tesão.

As cenas revoltaram os internautas que acompanham o programa, principalmente os do Twitter, que comentam em tempo real,  e além da #forapetrix acabou surgindo uma outra pergunta nas redes sociais: Uma vítima de abuso sexual pode repetir a agressão tempos depois?

A psicóloga e comentarista da CBN Vitória Adriana Muller explica que hoje existe o olhar da sociedade para essas questões críticas.  Além de um olhar da nossa parte reflexiva, atenta a essas questões.  "E temos uma mídia disposta a refletir sobre isso para que as pessoas não fiquem paralisadas no impacto do que estão enxergando", ressalta.

Ela diz que a sociedade analisou uma atitude sexualizada de um rapaz que todo mundo sabe que sofreu a violência sexual. "E todo mundo acaba mesmo se perguntando: A pessoa que sofreu abuso vai ser um abusador? Na verdade, não é algo linear. Nem toda vítima vai ser um abusador, mas pode acontecer". 

Identidade

A psicóloga explica os traumas na vida de uma vítima de abuso. "Fica uma ferida na identidade da pessoa, uma vergonha muito grande, a chantagem emocional do agressor. Isso tudo faz com que ela se sinta refém. Ela fica paralisada, ela não consegue reconstruir a identidade", analisa. Por conta disso, existe toda uma questão até que a pessoa se cure, saindo da postura de refém e do círculo vicioso e conseguindo reconstruir a identidade dela. 

Por tudo isso é importante que as vítimas de abuso sejam cuidadas, para que possam curar essa ferida. "A pessoa que suspeita ou sabe de um abuso precisa denunciar e buscar ajuda profissional para os envolvidos. Ressalto, não necessariamente uma pessoa que passou pelo ocorrido vai se tornar um abusador no futuro.

"É preciso ficar atento também a modulação do comportamento - como o ser humano é moldado ao longo da vida, como trata outras pessoas, a questão do respeito, o comportamento sexual e social... - que é o reflexo do que aprendemos em casa", acrescentou a especialista.

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Sem acompanhar a atual edição do programa, Adriana abre o debate: "Será que os participantes estão tendo atitudes diferentes? Ou estamos esquecendo de outras edições onde coisas tão 'feias'  como essas já aconteceram? O bom é que agora podemos discutir sobre o assunto e refletir para que outras pessoas não sofram com isso". 

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