É sabido que grande parte dos museus formados na Europa e nos Estados Unidos são os maiores museus do mundo. Podemos citar exemplos como o Museu Britânico em Londres, o Museu do Louvre em Paris e o Museu Metropolitano de Arte em Nova York.
O que pouco se fala é que a formação das suntuosas coleções expostas nesses e em outros museus no hemisfério norte está relacionada com prática de subtração de artefatos de nações do hemisfério sul como países africanos, americanos, asiáticos e oceânicos.
Durante séculos, a prática de extravio de objetos de povos originários e comunidades inteiras alimentou um extenso e robusto mercado da arte na Europa e América do Norte. Entretanto, com a evolução dos museus e das políticas internacionais, esse cenário está em transformação.
Neste ano, um dos mais importantes museus de arte dos Estados Unidos anunciou a devolução de aproximadamente 161 artefatos para as Ilhas Cíclades na Grécia. Essas peças são de propriedade do colecionador de arte Leonard Stern, um filantropo milionário norte-americano, e estão sob tutela do Museu Metropolitano de Arte de Nova York.
Após anos de negociações diplomáticas e jurídicas de forma discreta, Grécia e EUA firmaram um acordo para a devolução gradual das peças ao seu país de origem e seu empréstimo formal ao museu na América do Norte.
A coleção formada por estatuetas de bronze e mármore remontam os anos de 3200 a 2000 A.c. O colecionador e o Museu Metropolitano de Arte não têm registros concretos da aquisição e da saída legal das peças da Grécia. Fato que suscitou diversas discussões entre especialistas e acadêmicos do mundo da arte.
Como acordo entre os dois países, as peças retornarão gradualmente para a ilha da qual é pertencente e ambos os países farão um contrato de divulgação cultural e pesquisa. Estima-se que até 2045 a coleção completa esteja nas Ilhas Cíclades após exposições nos EUA.
Casos como esse se repetem por vários museus com coleções americanas, africanas, asiáticas e oceânicas. O que se vê timidamente acontecendo é o museu se abrindo para grandes novidades marcado pela volta das coleções para sua cultura de origem.
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