Museu Metropolitano de Nova York
Museu Metropolitano de Nova York. Crédito: Wikimedia Commons

Um museu de grandes novidades: a devolução de peças para os países de origem

Durante séculos, a prática de extravio de objetos de povos originários e comunidades inteiras alimentou um extenso e robusto mercado da arte. Entretanto, com a evolução dos museus e das políticas internacionais, esse cenário está em transformação

Tempo de leitura: 2min
Publicado em 07/01/2023 às 00h10
  • Carlos Augusto Ribeiro Jotta

    É Ph.D. em História, mestre em Ciência da Informação e museólogo

É sabido que grande parte dos museus formados na Europa e nos Estados Unidos são os maiores museus do mundo. Podemos citar exemplos como o Museu Britânico em Londres, o Museu do Louvre em Paris e o Museu Metropolitano de Arte em Nova York.

O que pouco se fala é que a formação das suntuosas coleções expostas nesses e em outros museus no hemisfério norte está relacionada com prática de subtração de artefatos de nações do hemisfério sul como países africanos, americanos, asiáticos e oceânicos.

Durante séculos, a prática de extravio de objetos de povos originários e comunidades inteiras alimentou um extenso e robusto mercado da arte na Europa e América do Norte. Entretanto, com a evolução dos museus e das políticas internacionais, esse cenário está em transformação.

Neste ano, um dos mais importantes museus de arte dos Estados Unidos anunciou a devolução de aproximadamente 161 artefatos para as Ilhas Cíclades na Grécia. Essas peças são de propriedade do colecionador de arte Leonard Stern, um filantropo milionário norte-americano, e  estão sob tutela do Museu Metropolitano de Arte de Nova York.

Após anos de negociações diplomáticas e jurídicas de forma discreta, Grécia e EUA firmaram um acordo para a devolução gradual das peças ao seu país de origem e seu empréstimo formal ao museu na América do Norte.

A coleção formada por estatuetas de bronze e mármore remontam os anos de 3200 a 2000 A.c. O colecionador e o Museu Metropolitano de Arte não têm registros concretos da aquisição e da saída legal das peças da Grécia. Fato que suscitou diversas discussões entre especialistas e acadêmicos do mundo da arte.

Como acordo entre os dois países, as peças retornarão gradualmente para a ilha da qual é pertencente e ambos os países farão um contrato de divulgação cultural e pesquisa. Estima-se que até 2045 a coleção completa esteja nas Ilhas Cíclades após exposições nos EUA.

Casos como esse se repetem por vários museus com coleções americanas, africanas, asiáticas e oceânicas. O que se vê timidamente acontecendo é o museu se abrindo para grandes novidades marcado pela volta das coleções para sua cultura de origem.

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