Publicado em 1 de agosto de 2021 às 13:00
O capixaba Paulo André Camilo disputou às semifinais dos 100 m rasos na Olimpíada de Tóquio neste domingo (1º), mas não conseguiu a classificação para a final. Decepcionado com sua prova ruim, o velocista evitou dar desculpas, mas fez críticas à Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) pela ausência de seu pai e treinador, Carlos Camilo. >
"É uma conexão muito forte, não tem jeito, ele me conhece pelo olhar, e hoje isso foi visível. Não é na prova, mas na preparação, no aquecimento. Infelizmente, os gestores não conseguiram enxergar isso, mas não é desculpa. A responsabilidade da prova é minha, não é de ninguém mais. Mas faz diferença, sim, se é essa a resposta que você quer, faz toda diferença ter um treinador do lado. Agora, um pai, faz muito mais diferença. Agora é trabalhar e calar a boca de todos eles que cortaram meu pai", afirmou o atleta após a prova. >
Se foi bem nas eliminatórias e garantiu vaga na semifinal com 10s17, Paulo André não fez boa semifinal e acabou com 10s31, pior tempo entre os 23 atletas. Reece Prescod, da Grã-Bretanha, foi desclassificado por queimar a largada. Para o corredor, visivelmente emocionado, o resultado pode ter sido ocasionado por erros no fim da preparação, mais uma vez citando a ausência do pai. >
"O fato de o meu treinador não estar comigo pode ter influenciado. No aquecimento hoje vi todos os semifinalistas com o treinador do lado, e eu era o único sem treinador. A Olimpíada não permite isso. Tem que ter um treinador do lado para estar com você", declarou o atleta, que já havia homenageado Carlos Camilo neste sábado (31), por sua classificação às semifinais: "Você é o cara, e está aqui comigo. É por você, te amo", disse. >
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O brasileiro tem como melhor tempo a marca de 10s02, e havia expectativa que se tornasse o primeiro sul-americano a quebrar a barreira dos 10 segundos. Essa pressão, entretanto, garante, não o atrapalhou. O recorde continental é do brasileiro Robson Caetano, e está em voga desde 1988. >
"Essa pressão vem desde os 18 anos, quando corri 10s06. Cheguei muito perto. De lá para cá, corri cinco vezes abaixo de 10s05, essa pressão já não é de hoje. Mas não me incomoda. Os 100m não permitem falhas em nenhum momento. Já é assim normalmente, e na Olimpíada multiplica mil vezes mais. A prova é rápida, a competição também, tudo muito intenso, então um passo que você dá errado pode ser fatal", disse. >
Agora, apesar da frustração com seu resultado individual, Paulo André Camilo volta suas atenções para o revezamento 4x100m rasos, onde o Brasil tem tradição e chance de medalha - as eliminatórias da prova serão realizadas em 4 de agosto, às 23h30 (de Brasília). >
"A gente tem dois anos vencendo muito, já virei a página dessa prova que passou porque a nossa realidade é o revezamento, sempre foi. Não dá para fugir disso. Agora é revezamento 4x100m, nossa equipe é muito qualificada, a gente estava um pouco distante, porque cada um estava em sua prova individual, mas vamos unir com todas as forças, é um momento único para nós e vamos fazer de tudo para trazer essa medalha", afirmou.>
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