Publicado em 8 de agosto de 2022 às 09:59
Explosões neste fim de semana na maior usina nuclear da Europa, a usina de Zaporizhzhia, na cidade ucraniana de Enerhodar, ocupada por forças russas ao longo do Rio Dnipro, provocaram temores de que a guerra possa desencadear uma catástrofe nuclear. >
Cerca de 500 soldados russos estavam na estação nuclear, onde estão entrincheirados há várias semanas e de onde vêm disparando mísseis contra posições ucranianas do outro lado do rio, segundo autoridades ucranianas.>
Cada lado culpa o outro pelo bombardeio perto da usina, que levou ao corte de uma linha de alta tensão, levando a equipe da usina a fechar um de seus seis reatores no fim de semana, de acordo com o regulador nuclear ucraniano, Energoatom. A usina é controlada pelos russos desde os primeiros dias da guerra, mas a equipe ucraniana ainda a opera.>
"Desta vez, uma catástrofe nuclear foi milagrosamente evitada, mas milagres não podem durar para sempre", disse a Energoatom pelo Telegram neste domingo.>
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Até agora, as autoridades ucranianas disseram que não houve danos aos reatores e nenhuma liberação radiológica. Mas mísseis disparados na noite de sábado (6) danificaram três monitores de radiação, segundo informou a Energoatom pelo Telegram neste domingo, 7. Cerca de 800 metros quadrados de superfícies de janelas em edifícios de usinas foram danificados devido a fragmentos de explosões. Um funcionário da usina nuclear foi hospitalizado com ferimentos causados por estilhaços.>
Mais explosões em torno de Enerhodar foram relatadas nas mídias sociais no domingo, mas não puderam ser verificadas de forma independente.>
Oleksandr Starukh, governador da região de Zaporizhzhia, escreveu no Telegram nesta segunda-feira, 8, que, devido às hostilidades, apenas dois dos seis reatores da usina nuclear estavam conectados à rede elétrica. "Devido à destruição da rede elétrica, existe o perigo de não ser possível transmitir eletricidade a partir da estação", escreveu ele. A Energoatom também acusou a Rússia de tentar desconectar a estação nuclear da rede, o que poderia provocar um apagão em grande parte do sul da Ucrânia.>
O chefe da agência atômica das Nações Unidas condenou no sábado a atividade militar perto da usina e pressionou para que sua equipe tenha acesso às instalações. A Ucrânia já é o local do acidente nuclear mais catastrófico do mundo, o derretimento da usina nuclear de Chernobyl, em 1986. "Qualquer poder de fogo militar direcionado para ou a partir da instalação equivaleria a brincar com fogo, com consequências potencialmente catastróficas", disse Rafael Grossi, da Agência Internacional de Energia Atômica. Fonte: Dow Jones Newswires.>
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