Publicado em 10 de março de 2020 às 18:35
A principal pergunta no esporte mundial é se os Jogos Olímpicos (24 de julho a 9 de agosto) e Paralímpicos (25 de agosto a 6 de setembro) de Tóquio serão mantidos nas datas programadas. Com o avanço do coronavírus em diversos países do mundo, muitos eventos estão sendo cancelados ou adiados. >
Nesta terça-feira, a publicação de uma entrevista com Haruyuki Takahashi, um dos 25 membros do conselho executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional), no Wall Street Journal, amplificou o debate. "Eu não acho que os Jogos seriam cancelados, eles seriam adiados. O COI teria problemas em caso de cancelamento. Os direitos televisivos nos EUA geram sozinhos uma quantia enorme de dinheiro", disse.>
O dirigente, que também participa do Comitê Organizador dos Jogos, lembra que o adiamento seria a opção mais realista por causa dos muitos interesses financeiros envolvidos. Mas Takahashi pondera que o conselho executivo não se reúne desde dezembro, quando o problema do coronavírus não tinha tomado a proporção atual.>
Apesar da declaração de Takashi, a Carta Olímpica em seu capítulo 5, artigo 32, diz que os Jogos devem ser celebrados no primeiro ano da Olimpíada (2020). O contrato da cidade de Tóquio com o COI também é válido apenas para este ano. Ou seja, a competição poderia ser adiada apenas se fosse realizada em 2020, caso contrário teria de ser cancelada, como ocorreu em outras ocasiões décadas atrás por causa das duas Grandes Guerras Mundiais.>
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Uma alteração nos Jogos de Tóquio seria uma atitude bastante drástica também por causa dos valores envolvidos no evento. Para se ter uma ideia, o Comitê Organizador anunciou que já investiu US$ 12,6 bilhões (R$ 58,5 bilhões) até agora e os valores devem ser maiores quando a conta for fechada. A NBC, emissora que transmitirá a competição nos EUA, divulgou que já captou US$ 1,25 bilhão (R$ 5,8 bilhões) em patrocínios.>
Para blindar os Jogos Olímpicos, o Comitê Organizador e o governo japonês têm tomado uma série de medidas para diminuir o impacto do coronavírus no país - já são 530 casos confirmados e nove mortes. As aulas nas escolas foram canceladas até 3 de abril, vários eventos esportivos foram reduzidos (como a Maratona de Tóquio) ou adiados e até o revezamento da tocha olímpica será menor do que o programado.>
Até o momento, o COI mantém sua postura de que não haverá mudanças no cronograma dos Jogos e que está atento à situação. Recentemente, o brasileiro Bernard Rajzman, que é membro do COI, disse em entrevista para os atletas continuarem treinando porque a Olimpíada será realizada na data programada.>
Um fato que corrobora com esse otimismo do COI é que a cerimônia de acendimento da tocha olímpica está mantida para ocorrer nesta quinta-feira. O evento é uma espécie de pontapé inicial (e comercial) para os Jogos de Tóquio. Mas o evento em Olímpia, na Grécia, ocorrerá sem a presença de público, por causa de medidas mais rígidas para proteção contra o coronavírus.>
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