O hábito de circular com pouco combustível pode desencadear diversos riscos no dia a dia. Além de puxar sujeira acumulada no fundo do tanque, é possível ficar parado em lugares perigosos ou desagradáveis e ainda se deparar com o posto mais próximo fechado ou sem gasolina, etanol e diesel. A recomendação dos especialistas é não deixar o carro com menos de 1/4 do tanque.
A maioria dos carros modernos possui uma bomba elétrica que fica dentro do tanque. O combustível ajuda a deixar a bomba refrigerada, contribuindo para que ela trabalhe em um ambiente mais fluido. Ao circular com o veículo na reserva, a bomba só pesca o combustível, mas fica fora dele. Não aconselho agir dessa forma, já que sacrifica a bomba, comprometendo a vida útil dela, explica o engenheiro mecânico Walter Abramides.
Segundo ele, dependendo do tipo de percurso, se o condutor estiver com o carro na reserva e passar por algum trecho inclinado, pode ser que o resto de combustível desloque e o veículo apague. O custo médio das bombas de carros populares gira em torno de R$ 400. Caso quebrem, elas precisam ser trocadas imediatamente. Geralmente, esse item elétrico deixa as pessoas na mão e com o carro parado. O processo da troca das bombas dura cerca de duas a três horas, conta.
A frequência de abastecimento no mesmo posto é aconselhada a ser mantida, caso o condutor não perceba problemas com o combustível. Não é muito fácil descobrir que houve adulteração. Normalmente, o combustível adulterado pode gerar problema nos bicos injetores, nas velas e no catalisador do motor. A orientação é manter uma regularidade no posto que já tem confiança, acrescenta o engenheiro.
Everton Peroni, engenheiro e professor de eletromecânica do Senai/ES, aponta que, caso a bomba entre em circuito, o gasto com a troca da peça e com a mão de obra pode chegar a R$ 8 mil. Toda vez que o carro entra na reserva, há a liberação de mais vapor de combustível para o motor. Dá a sensação de que aumenta a potência do carro, mas é perceptível que o nível de abastecimento reduz drasticamente. Ocorre uma depressão no tanque, ressalta.
Segundo ele, é sempre bom que o dono do veículo saiba qual é o consumo médio, sem confiar na reserva, que costuma ter a capacidade de cinco a nove litros. Vale evitar carregar peso desnecessário no porta-malas. Se esse compartimento estiver cheio, pode agregar o consumo do veículo de 1% a 3%. Isso pode passar despercebido, acrescenta.
Para quem tem o hábito de abastecer o carro somente quando o tanque está na reserva e ainda prefere colocar pouco combustível, é bom ficar de olho nos imprevistos. Além de ser perigoso enfrentar a pane seca em vias movimentadas, há a possibilidade de receber multa e ter o veículo removido. De acordo com o artigo 180 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a infração é média e tem o custo de R$ 130,16.
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