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Equipe estuda se excesso de algas em lagoa de Anchieta tem relação com poluição

Equipe estuda se excesso de algas em lagoa de Anchieta tem relação com poluição

Fenômeno de eutrofização é monitorado desde dezembro e pode estar associado ao despejo de rejeitos no manancial.

Anchieta

Publicado em 18 de maio de 2023 às 14:33

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura
Lagoa Mãe/Bá
Prefeitura realizou visita técnica esta na última terça-feira (16). (Divulgação/Prefeitura de Anchieta)
Sara Oliveira
Repórter / [email protected]

A multiplicação excessiva de microalgas na Lagoa de Mãe-Bá, em Anchieta, é alvo de estudos da prefeitura do município. Em visita técnica realizada esta semana, a Secretaria de Meio Ambiente, juntamente com analistas do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), analisaram os pontos com registro do fenômeno de eutrofização, reprodução excessiva dos organismos que, a longo prazo, pode ser prejudicial ao ecossistema aquático do manancial.

A bióloga e secretária de Meio Ambiente de Anchieta, Jéssica Martins, explica que o fenômeno é mais comum entre os meses de novembro e janeiro, quando as algas se reproduzem mais. No momento, a reprodução das microalgas está controlada,  por isso elas não estão aparentes, mas estudos estão sendo realizados para propor soluções a curto, médio e longo prazo.

“Esses organismos são naturais do corpo d'água, então eles vão aparecer, só que quando a lagoa recebe muitos nutrientes, principalmente o fósforo, que é o alimento das algas, isso pode se desordenar porque enquanto tem alimento elas vão se reproduzindo”, explica.

Lagoa Mãe-Bá em Anchieta
Visita técnica foi realizada com analistas do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). (Divulgação/Prefeitura de Anchieta)

O estudo da prefeitura tem o objetivo de identificar o que está provocando esse fenômeno na lagoa. A secretária explica que a eutrofização pode estar relacionada ao esgoto lançado pelas casas, a resíduos provenientes de pias e tanques que desembocam no manancial, aos rejeitos de empresas locais, e até à drenagem do solo ao redor. “A chuva pode lavar o solo ali próximo, de agricultura, de pecuária, levando matéria orgânica para a lagoa”, pontua.

A longo prazo, o resultado é o desequilíbrio do ecossistema aquático local, provocado justamente pelo crescimento desordenado dessas microalgas. “Ela começa a fazer uma nata em cima da lagoa e impede a luz solar de entrar, prejudicando outros organismos, além de poder gerar toxinas para as lagoas, e até mortalidade de peixes”, explica Jéssica.

Em dezembro do ano passado, a Prefeitura de Anchieta chegou a recomendar que o uso da lagoa de Mãe-Bá fosse interrompido, por causa do mesmo problema. As águas foram classificadas como impróprias para banho e pesca depois que a coloração da água mudou, ficando esverdeada, justamente devido à eutrofização.

A ideia da visita técnica realizada esta semana foi fazer um retrato da lagoa, identificando os possíveis causadores da eutrofização no local. O objetivo é elaborar um plano de ação de curto, médio e longo prazo para evitar a continuação do aporte de fósforo dentro da lagoa, fazendo o controle do crescimento dessas algas.

O resultado dos laudos não apresentou toxicidade imediata provocada pela eutrofização, por isso o uso do manancial está permitido.

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