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Árvores de manguezal viram lar para garças em ilha no litoral do ES

Árvores de manguezal viram lar para garças em ilha no litoral do ES

Pesquisadores fazem 1° 'censo' dos animais e se surpreendem com quantidade de ninhos. São 349 para uma área tão pequena

Publicado em 25 de novembro de 2023 às 18:48

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Ilha em Aracruz abriga população de garças, que construíram ninhos em árvores de manguezal
Ilha em Aracruz abriga população de garças, que construíram ninhos em árvores de manguezal. (Acervo pessoal)

Um grupo de pesquisadores realizou uma espécie de 'censo' de garças em uma pequena ilha que fica na unidade de conservação Piraquê-Açu e Piraquê-Mirim, em Aracruz, no Norte do Espírito Santo. A coleta de dados aconteceu no dia 18 de novembro.

Os pesquisadores descobriram que a ilha, de apenas 2,1 mil m², tem 349 ninhos de garças nas árvores do manguezal, além de filhotes e adultos de garças-branca-pequena, algumas garças-azul e poucas aves de savacu-de-coleira.

O grupo afirma que se surpreendeu com a quantidade de ninhos encontrados e que isso pode indicar que a ilha é um lugar seguro para a reprodução da espécie.

"A ilha possui uma alta densidade de ninhos, o que surpreendeu a equipe e evidencia a importância da região para a conservação dessas e outras espécies que utilizam a região como área de alimentação e reprodução", comentou um dos integrantes da pesquisa, o biólogo marinho Jhonatas Barreto.

A contagem de ninhos foi feita a bordo de uma canoa havaiana. Dois pesquisadores ficaram responsáveis por contabilizar durante 40 minutos.

A equipe também foi composta por uma fotógrafa, uma anotadora de registros, além do capitão da canoa que dava direção à embarcação.

A realização de censo para contagem de aves permite conhecer e monitorar o tamanho populacional das colônias reprodutivas. Essas informações são importantes para conhecermos as tendência populacionais , contribuem para identificação e avaliação de impactos, além de subsidiar possíveis medidas de manejo em prol da conservação da espécies", explicou o oceanógrafo Lucas Cabral, que também integra o grupo.

Monitoramento

Essa foi a primeira expedição para realizar um diagnóstico da quantidade de aves da colônia reprodutiva na ilha, mas o grupo quer que a iniciativa continue e defende que seja consolidado um programa de monitoramento das aves na ilha.

"De forma geral, em todo o mundo, as aves marinhas e costeiras estão sofrendo fortes declínios populacionais e sofrendo com diversas ameaças. Entender e monitorar os tamanhos, as tendências populacionais e alguns parâmetros reprodutivos é um passo fundamental para avaliar o status de conservação dessa população", defendeu Lucas.

Segundo os pesquisadores, a ilha, há 30 anos, era apenas um banco de areia e de lama, mas ganhou uma cobertura vegetal por meio do plantio realizado por um morador da região. E é justamente essa cobertura vegetal que proporciona abrigo para essas aves.

O grupo ainda não identificou nenhum grande impacto humano que possa prejudicar as garças, mas alerta para a postura de pescadores e turistas que pode assustar as aves.

"Algumas pessoas, com as embarcações, começam a fazer barulho para ver a revoada das aves. Isso causa perturbação nas garças e elas podem acabar deixando os ninhos, atrapalhando a reprodução", explica Priscila Nobres, bióloga e coordenadora da Reserva de Desenvolvimento Sustentável.

Com informações do g1ES e da TV Gazeta

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