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Publicado em 12 de setembro de 2025 às 12:00
Se você acha que Ibiraçu se resume ao monumental Buda, prepare-se para uma surpresa. Bem perto da BR-101, um roteiro de sabores e tradições espera por você. Neste guia, nós te levamos para conhecer:>
Quem passa pela BR-101, em Ibiraçu, geralmente se impressiona com o Buda Gigante que domina a paisagem. Mas o que poucos sabem é que, atrás dele, uma estrada escondida leva a uma rota repleta de encantos: restaurantes familiares, cafeterias, pousadas, pesque-pagues, floriculturas e até apiários. Lugares que carregam histórias de gerações e que, juntos, mostram que o interior capixaba tem muito mais a oferecer além do famoso cartão-postal. >
A história de Ibiraçu está profundamente ligada à chegada dos imigrantes italianos no Espírito Santo, a partir de 1877. Movidos pela esperança de uma vida melhor, eles encontraram terras férteis na região, mas também muitos desafios, como doenças e a mata fechada. >
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Com fé e persistência, ergueram capelas, cultivaram café e trouxeram consigo tradições que permanecem vivas até hoje. O município, que já se chamou Abreu Lima, Guaraná e recebeu em 1943 o nome de Ibiraçu, palavra de origem tupi-guarani que significa “pau gigante”, em homenagem a uma grande árvore que existia na região nos primórdios.>
A Casa do Nonno é daquelas descobertas que transformam um simples almoço em uma viagem no tempo. O restaurante nasceu em 2010, quando os atuais proprietários readquiriram parte das terras onde estava a antiga casa centenária da família. A história começou ainda na década de 1960, quando o bisavô comprou a propriedade em Pedro Palácios para o cultivo de café. Décadas depois, o espaço voltou às mãos da família, carregado de lembranças. >
Foi então que surgiu a ideia de homenagear as gerações passadas. O nome “Casa do Nonno” celebra três avós que já cuidaram da terra e inspiraram a continuidade do legado. “Cada detalhe aqui resgata uma história. Nosso objetivo é oferecer uma experiência que vai além da comida, que conecta as pessoas às suas próprias memórias afetivas”, contam os irmãos Alex e Anderson Pegoretti.>
O espaço é todo construído em madeira de demolição, com peças originais que remetem ao passado. Objetos da família viraram parte da decoração e o cardápio é um capítulo à parte: massas artesanais, risotos, sobremesas típicas e a estrela da casa, a carne de porco na lata, receita trazida pelos imigrantes italianos como forma de conservar a carne sem energia elétrica.>
Mais do que saborear, o visitante é convidado a viver uma experiência imersiva. “Não é apenas sobre comer bem, é sobre reviver a tradição italiana que faz parte de tantas famílias do Espírito Santo”, reforçam. >
Contato: (27) 99999-4269 >
Imagine tomar um café cercado por girassóis, no meio da roça, com direito a um banho de floresta e aulas de barista. É essa a experiência do Florada Café, criado por Lúcia Helena Sagrillo e seu marido Sebastião. >
A ideia nasceu na pandemia, quando eles restauraram uma casa abandonada para passar os fins de semana. O que seria apenas um refúgio virou sonho de negócio. “Sempre tivemos vontade de voltar para a roça. Com o Buda trazendo tantos visitantes, vimos a oportunidade de oferecer algo diferente, que ainda não existia na cidade”, conta Lúcia.>
Em 2020, veio o primeiro campo de girassóis. Já em 2025, o café rural abriu as portas, com uma proposta que une natureza e experiência. Além do cardápio caprichado, o espaço oferece momentos únicos, como uma aula-show sobre cafés especiais do Espírito Santo, ministrada por um barista convidado.>
Mas o diferencial vai além do café. “Aprendi com meus pais que ninguém pode sair de casa sem tomar um café e comer um pedaço de bolo. Tentamos resgatar esse carinho no jeito de receber”, diz Lúcia. O resultado aparece nos comentários dos visitantes, que elogiam a mesa farta, o atendimento afetuoso e a beleza natural do espaço.>
Contato: (27) 99590-7418>
Na rota do Buda, a família Scarpatti transformou a tradição em experiências que encantam pela simplicidade e pelo afeto. O Sítio Scarpatti, com sua produção de mel, e a Boa Esperança Floricultura, com suas rosas do deserto, se complementam e oferecem ao visitante uma verdadeira imersão na vida rural.>
A história do mel começou com Anderson Batista, cunhado de Paulo Henrique dos Anjos, que trabalha com apicultura desde 1992. Mas foi a parceria entre eles que deu forma ao negócio atual. A ideia surgiu de maneira despretensiosa: engarrafar o mel e vender na porta de casa, aproveitando o fluxo de turistas que buscavam o Buda e os restaurantes da região. “Chegamos a ter clientes do Rio de Janeiro pedindo para enviar mel pelo correio”, lembra Anderson.>
Agora, o plano é abrir uma “casa do mel”, espaço físico que vai unir a produção do apiário local à venda de própolis e outros derivados. “É um trabalho artesanal, do apiário ao pote. E cada vez mais valorizado, já que as abelhas também ajudam na agricultura e na preservação ambiental”, destaca Anderson.>
Ao lado do mel, flores também floresceram no terreno da família. Foi durante a pandemia, em 2020, que Nilma Rosa Gomes de Lima Scarpatti, bibliotecária aposentada, decidiu transformar sua paixão por plantas em negócio. No início, cultivava frutíferas e suculentas, mas encontrou nas rosas do deserto sua grande vocação. “A variedade de flores numa mesma planta me encanta até hoje. Cada uma é única, e ver o florescer me dá a sensação de estar recomeçando também”, conta Nilma.>
A floricultura, chamada Boa Esperança, chama atenção pela localização nos “Caminhos da Sabedoria” e pela charmosa casa italiana à beira da estrada, que virou ponto de fotos e selfies. Além da beleza das plantas, o acolhimento é a marca registrada. “Sempre dou galhos a quem pede e gosto de compartilhar histórias com os visitantes. As pessoas elogiam o jardim, o clima da roça e a simplicidade de estar aqui. Isso é o que mais me motiva”, completa Nilma.>
A história da família Rodrigues em Ibiraçu remonta a mais de 150 anos de ligação com a terra. Desse vínculo nasceram dois empreendimentos que transformaram o passado em experiências para quem busca lazer e descanso: a Lagoa do Vale e a Pousada João e Maria.>
Lagoa do Vale: Em 2004, após parte da propriedade ser alagada para construção de um aterro, João Carlos Rodrigues decidiu aproveitar a área para criar peixes. No início, vendia apenas para peixarias, mas logo montou um barzinho para fritar o pescado. A ideia cresceu e hoje a Lagoa do Vale é um centro de lazer rural com piscina natural, tirolesa, restaurante de fogão a lenha, churrasco e, claro, a tradicional pescaria.>
Pousada João e Maria: Em 2015, Sérgio Luiz e Maria José Rodrigues deram vida a um antigo sonho de seus pais, inaugurando a pousada que leva seus nomes, João Rodrigues Pereira e Maria Helena Cutini. Os chalés ficam de frente para a lagoa, e o café da manhã com produtos da roça é um dos pontos altos da hospedagem.>
Se o Buda gigante é o cartão-postal, os pastéis de Ibiraçu são o verdadeiro símbolo da cidade. Ao longo da BR-101, existem 3 pastelarias principais, que ajudaram a consolidar essa fama, transformando o município na Capital Estadual do Pastel, título oficializado por lei em 2019. Conheça um pouco da história de cada uma delas: >
Fundada em 1960 por Gilberto Rosalém, a Lanchonete Califórnia foi a primeira pastelaria do município e logo virou referência gastronômica no Espírito Santo. Antes dos pastéis, o prato da casa era o frango frito, mas em 1967 entrou no cardápio o famoso combo de pastel com caldo de cana, que até hoje conquista quem passa pela BR. >
Endereço: R. Ernesto Maioli, 125 – Centro, Ibiraçu / Rod. Governador Mário Covas, Ibiraçu
Horário de funcionamento: todos os dias, das 6h às 22h>
A história da família Sfalsin em Ibiraçu está ligada à chegada dos imigrantes italianos no século XIX. Mas foi em 1971 que Alvino “Bino” Sfalsin inaugurou a lanchonete às margens da BR-101, que rapidamente se tornou famosa pelo ambiente sempre aberto – literalmente sem portas – e pela gastronomia farta. >
O grande destaque foi o pão com linguiça, que nasceu ali e se espalhou pelo Estado, além dos clássicos pastéis e do bolinho de carne. Por décadas, o Sfalsin foi ponto de encontro de caminhoneiros e viajantes, ajudando a escrever a história gastronômica da cidade. Hoje, segue aberto 24 horas, preservando essa tradição.>
Endereço: BR-101, Ibiraçu
Horário de funcionamento: aberto 24h>
A Parada Ibiraçu nasceu nos anos 1980 pelas mãos do empresário Ariel Teixeira do Amaral e rapidamente ganhou força como ponto de apoio na rodovia. Mais tarde, em homenagem à história local, passou a usar também o nome Parada Sfalsin. >
O espaço combina pastéis coloridos, pamonhas, lanches variados e estrutura completa para quem precisa descansar na viagem. Assim como os outros ícones da cidade, funciona 24 horas e mantém viva a tradição que transformou Ibiraçu na terra do pastel.>
Endereço: BR-101, km 212 – Centro, Ibiraçu
Horário de funcionamento: aberto 24h>
A nova temporada do programa Destinos Capixabas está no ar todos os sábados, às 8h30, na TV Gazeta. Sob o comando do jornalista Felipe Khoury, a atração leva o telespectador a diferentes localidades do Espírito Santo, revelando paisagens deslumbrantes, experiências de aventura, histórias marcantes e curiosidades que ajudam a compreender a identidade e a riqueza cultural de cada destino visitado. >
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