Publicado em 12 de abril de 2023 às 12:33
As mulheres entre 40 e 50 anos, de classe B, com união estável, com filhos e que estão economicamente ativas participam com intensidade nos índices do mercado imobiliário brasileiro. Esses foram alguns dos resultados apurados pela organização DataZap+ em estudo que apontou que a boa localização e a segurança são os pontos mais valorizados pelo público feminino na hora de escolher um imóvel, tanto para compra quanto para locação. >
No que diz respeito aos aspectos de localização avaliados, são considerados como importantes, principalmente segurança, proximidade com comércios e transporte. Residir em bairro seguro destaca-se nas menções de 100% do público da classe A. Proximidade com escolas e faculdades é indicado em maior proporção pelas mulheres com filhos (46%). >
O levantamento trouxe a tipologia mais buscada, como metragem, dormitórios, vaga na garagem — e o que mais as motiva a buscar imóvel, além de uma análise de perfil considerando faixa etária, renda e estado civil, por exemplo. A pesquisa com 7.623 mulheres, realizada de janeiro a dezembro de 2022, traçou uma avaliação de que o perfil da compradora de imóveis está concentrado, em sua maioria, na geração X — ou seja, as nascidas entre 1964 e 1983, que, atualmente, têm 39 e 58 anos.>
Ao avaliar o perfil da locatária, cerca de quatro em cada dez fazem parte da geração X, no entanto, “esse perfil tende a ser mais jovem, uma vez que há uma concentração de 31% na geração Y. A média de idade é de 43 anos”, demonstrou a pesquisa. Entre as locatárias também, embora a maior parcela da amostra declara estar casada, 37% indicaram estar solteira, com destaque na geração Z (73%) e entrevistadas sem filhos (61%).>
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Além disso, em média de 67% das compradoras declaram ter filhos. Entre as locatárias, esse percentual é de 55%. E, em ambos perfis das entrevistadas, a maioria declara estar na classe B (renda domiciliar mensal de R$ 4.458,01 a R$ 16.768,00). Cerca de um terço da amostra de locatárias está na classe C (renda domiciliar mensal de R$ 1.378,01 a R$ 4.458,00). No imóvel buscado pelas mulheres, elas declararam que, em média, três pessoas estão previstos para morarem com ela.>
Entre as compradoras, 40% indicam como principal ocupação ser assalariada registrada e 24% indicam ser funcionária pública. Entre as locatárias, 41% é assalariada registrada e 16% é funcionária pública.>
O estudo apontou também que as participantes da pesquisa residem, sobretudo no Sudeste (74%) e a maioria informou alguma cidade na capital. >
A economista do DataZAP+ Larissa Gonçalves explica que esse levantamento com foco no público feminino é um recorte específico de pesquisas periódicas que o instituto faz com a própria base de usuários para entender suas preferências na busca por imóveis para compra ou locação.>
"Esta foi a primeira vez que o DataZAP+ fez esse recorte de gênero, então os dados todos são bastante relevantes. Mas os dados reforçam que, assim como nas diferentes esferas sociais, no mercado imobiliário elas também têm assumido o protagonismo nesse setor, isso não só no momento da busca, mas na escolha do imóvel", pontua.>
Segundo ela, as mulheres também têm preferência por apartamento padrão, tanto quando querem comprar (39%) quanto quando decidem alugar (55%). "Além disso, ambos perfis prezam principalmente pela segurança, proximidade com comércios e transporte, quando indicam valorizar a oferta de ônibus e lotação na região do imóvel", acrescenta.>
A diretora da Associação Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES) Flávia Gimenes concorda que há uma diferença de preferências de acordo com o estilo de vida das mulheres.>
"As casadas e mães se preocupam muito mais com questões que envolvem proximidade do trabalho e da escola dos filhos para facilitar a rotina familiar e na presença de área de lazer dentro ou próximo da residência para os finais de semana e feriados. Já as que são solteiras focam-se em outras exigências, como o uso de tecnologias para reduzir custos condominiais e até mesmo a presença ou não de carregadores de veículos elétricos", observa.>
O presidente em exercício do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Espírito Santo (Creci-ES), Antônio Alberto Coutinho reconhece a importância do público feminino nas comercializações imobiliárias, que a cada dia aumenta e de forma independente. “No fundo, sempre foram elas que decidiram sobre as aquisições imobiliárias. Atualmente, a sociedade têm se constituído de pessoas que preferem a independência financeira-econômica e também para moradia e trabalho, seja para locação ou compra”, observa. >
O presidente eleito do conselho, Aurélio Capua Dallapicula, complementa ainda que o perfil das mulheres no Espírito Santo pretendentes às novas aquisições imobiliárias ou utilização para locação, normalmente têm idade superior a 26 anos, renda superior a R$ 6 mil, solteiras ou separadas, que, em sua maioria, buscam residir em imóveis compactos, com dois ou três dormitórios quando possuem filhos, com vaga de garagem e lazer mínimo para seu bem-estar e descanso. >
“Por isso, os corretores de imóveis precisam focar no bom atendimento e nas ofertas imobiliárias diante do crescente e decisivo público feminino que anda se destacando nos últimos anos”, frisa.>
Cerca de três em cada quatro entrevistadas pelo DataZAP+ estão em busca de imóveis usados para comprar. Entre quem busca imóveis de lançamento, destaca-se a geração Z no comparativo com outras gerações: 39% delas buscam apartamento padrão, 33% preferem casa de rua, 12% preferem casa em condomínio e 2% procuram por studio e quitinete.>
A busca das mulheres por imóveis com dois ou três dormitórios destaca-se dos demais. A média é de 3,3 dormitórios. Destaque para dois dormitórios entre entrevistadas sem filhos (67%) e três entre aquelas que têm filhos (59%). >
Ter vaga de garagem é outra questão relevante na busca do imóvel para cerca de 93% das entrevistadas e tende a ser relevante principalmente para as mulheres casadas (96%) e entrevistadas das classes A e B, com 96% e 94%, respectivamente.>
Em relação ao tamanho, os imóveis de 61m² a 90m² são os mais desejados pelas mulheres entrevistadas e indicados, principalmente, pelas gerações mais jovens, Z (52%) e Y (42%) e os com valores menores, na faixa de R$ 250 mil a R$ 399.999. >
Entre as formas de pagamento para a compra do imóvel, a preferência pelo financiamento imobiliário corresponde à maioria das menções das mulheres. O financiamento imobiliário destaca-se principalmente na intenção das mais jovens, geração Z (72%) e geração Y (75%).>
Entre as mulheres que informaram que pretendem adquirir o imóvel através de financiamento imobiliário, 35% indicaram a Caixa Econômica Federal (CEF). No entanto, uma em cada três ainda não escolheu a instituição para realizar o financiamento.>
As entrevistadas, mencionam em média, três motivos para buscar um imóvel para comprar. A principal motivação está nas características, pois desejam imóveis com configurações diferentes, com vaga de garagem, quintal, varanda e outros aspectos. Em segundo aspecto, está a segurança da região onde o imóvel está localizado (27%).>
Já a estrutura do imóvel, onde se considera principalmente o tamanho (maior, menor) tende a ser mais indicado pelo público da classe A (34%) e moradoras das capitais (28%).>
Entre os itens de lazer que impactam na decisão de escolha do imóvel, as compradoras indicam principalmente churrasqueira e piscina externa. Academia, salão de festas e espaço gourmet são mencionados por cerca de um terço da amostra entrevistada.>
Indicado por quase a totalidade das mulheres, quando considerados aspectos referentes ao imóvel, preço e bom estado de conservação são as características mais relevantes no momento da busca. A quantidade de dormitórios também é mencionada principalmente pelas mulheres que têm filhos (96%) e ter vaga de garagem tende a ser mencionada em maior proporção pelo público da classe A (95%).>
Outro dado apontou que 8 em cada 10 entrevistadas acham importante na decisão pelo imóvel, tamanho/área privativa, quantidade de banheiros e potencial de valorização, e que a importância de suíte no imóvel é menos percebida pelas mulheres solteiras (48%) e mais indicado por mulheres com filhos (63%). Entre as mulheres que trabalham, ter áreas de lazer é muito relevante (62%).>
A possibilidade de criar animais é mais comum nas menções das mulheres que são mães (61%) e a de ter um do quintal estão mais atreladas ao público de mulheres que residem nas regiões metropolitanas ou no interior (65%). >
Já entre o público de mulheres com intenção de alugar um imóvel, a preferência por apartamento padrão atinge o desejo da maioria. Considerando as regiões de moradia, a busca por apartamento é maior entre moradoras das capitais (59%), enquanto que a busca por casas de rua, ou seja, fora de condomínio, compreende o desejo de 34% das moradoras das regiões metropolitanas e do interior.>
Outro ponto levantado foi que a casa de rua — em outras palavras, aquela fora do condomínio — tende a ser uma tipologia menos desejada pelas mulheres da geração Z (21%) e da classe A (10%). No entanto, na comparação entre estado civil, a tipologia é mais indicada pelas mulheres casadas (35%). Também destaca-se na geração X (32%) e entre mulheres com filhos (35%). Por fim, o estudo mostrou que o apartamento padrão já é o desejo, principalmente, do público sem filhos (63%), da classe A (72%) e das solteiras (61%).>
A economista do DataZap+ Larissa Gonçalves sinalizou, ainda, que apesar desta ser a primeira pesquisa com recorte específico do público feminino, a partir do que tem sido acompanhado nas pesquisas realizadas anteriormente feitas pelo instituto sobre o comportamento do consumidor no mercado imobiliário, é possível prever um cenário futuro. "Desde 2020, a participação das mulheres com interesse em comprar ou alugar um imóvel se manteve constante nos últimos anos. Por isso, acreditamos que é provável que siga assim, por enquanto", finaliza.>
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