Publicado em 13 de agosto de 2025 às 12:35
Com pedido de recuperação judicial em curso desde o fim do ano passado, o Vasco conseguiu recentemente na 4ª Vara Empresarial da Capital Rio de Janeiro o deferimento do processamento da recuperação judicial com a suspensão de execuções contra a SAF e o clube associativo, que entraram em conjunto no processo em outubro de 2024. >
Inicialmente, o Cruz-Maltino conseguiu 180 dias do chamado "stay period" a partir de 24 de outubro – marco inicial do processo. No fim do primeiro período, em 22 de abril, mais 90 dias. Em decisão recente, a M.M. Juíza Dra. Luciana Losada Albuquerque Lopes deferiu o pedido vascaíno e concedeu o terceiro prazo – mais 90 dias a partir de 22 de julho. Ou seja, um ano completo sem execuções. >
" O modelo de SAF facilita a vida de clubes que planejam pedir recuperação judicial. Em 2024, o STJ decidiu que não cabe recuperação judicial para associações e fundações civis sem fins lucrativos. A SAF é uma empresa com finalidade lucrativa e, por isso, se enquadra no perfil descrito pela lei. Um bom plano de recuperação ajuda e muito a suprir essa situação de crise, porque os débitos ficam suspensos e à mercê da aprovação em assembleia de credores desse plano de recuperação judicial dentro do que a empresa pode pagar", comentou Luciano Pavan, presidente nacional da Comissão Especial de Falências da OAB.>
Em 17º lugar na tabela do Brasileirão, com apenas 16 pontos conquistados depois de 19 rodadas disputadas, o Vasco vive o dilema entre reorganizar suas contas e seguir presente na elite do futebol brasileiro para 2026. Mas, se por um lado a SAF facilita o processo do clube estar em recuperação judicial, esse processo também limita as tentativas de contratação de jogadores.>
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"Inicialmente, a SAF em recuperação judicial perde seu crédito. Mas nada impede que negocie jogadores (vendendo ou comprando), porém, tudo tem que ser informado ao juiz contabilmente mês a mês", responde Luciano Pavan deixando claro que o clube pode ir ao mercado, mas tem sua força financeira longe do ideal para ser competitivo por reforços de peso. >
Com relação às premiações, Luciano Pavan explica se o dinheiro vai para os cofres da agremiação, ou se é obrigatoriamente direcionado ao pagamento de dívidas. "As premiações fazem parte dos bens de capital da empresa (no caso, os clubes) e devem ser usadas de maneira responsável na operação, isto é, reportada ao administrador judicial", informa Luciano Pavan.>
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