Publicado em 26 de janeiro de 2023 às 11:50
Um boneco com a camisa de Vinícius Junior apareceu enforcado em uma ponte da cidade de Madri no início desta quinta-feira (26), horas antes do clássico entre Real Madrid e Atlético de Madrid, pelas quartas de final da Copa do Rei, às 17h (pelo horário de Brasília). Uma faixa com a frase "Madrid odeia o Real" foi estendida na ponte. Trata-se de um lema da Frente Atlético, uma das torcidas organizadas do time. O atacante brasileiro vem sendo alvo de ofensas racistas nos últimos meses no futebol espanhol. >
A ponte em questão fica próximo à Cidade Desportiva do Real Madrid, centro de treinamento do clube. A imagem rapidamente viralizou nas redes sociais, rendendo diversas críticas ao ato. A Frente Atlética nega que a provocação tenha sido uma ação do grupo. Em nota, a LaLiga, entidade responsável pela organização do Campeonato Espanhol, condenou o ataque e afirmou que vai investigar o caso.>
"Condenamos veementemente os atos de ódio contra Vinícius Junior Intolerância e violência não cabem no futebol. Como em ocasiões anteriores, a LaLiga vai instaurar a apuração dos fatos em busca da condenação dos responsáveis, requerendo as mais severas sanções penais", publicou.>
Esse é mais um episódio em que Vinicius Junior é perseguido por torcedores rivais. Em setembro, ele sofreu insultos racistas da torcida do Atlético de Madrid antes do clássico entre os rivais. À época, a diretoria do clube prometeu punição exemplar a todos os torcedores que forem identificados pelos insultos racistas. Três sócios foram suspensos e a promessa era que a punição rigorosa atingiria mais "criminosos.">
>
Por outro lado, o Ministério Público da Espanha arquivou o inquérito que havia aberto para investigar os insultos racistas feitos ao atacante. De acordo com o jornal espanhol Marca, o órgão considerou que as manifestações duraram alguns segundos e aconteceram no contexto de "máxima rivalidade" junto com outras expressões "depreciativas" ou "zombeteiras" no clássico entre Real e Atlético de Madrid.>
O comunicado divulgado pelo Ministério Público considerou que as ofensas não podem ser atribuídas a uma pessoa determinada. A decisão parte da análise feita pela polícia sobre as imagens obtidas pelas câmeras de segurança do estádio. O documento alega que não foi possível reconhecer nenhum dos autores dos insultos por se tratar de um número grande de torcedores reunidos.>
Também em setembro, Pedro Bravo, presidente da associação de empresários de jogadores da Espanha, disse em uma emissora de TV que o brasileiro tinha que parar de "fazer macaquice" em campo.>
No fim de dezembro, Vinícius Junior voltou a ser alvo de ofensas racistas na Espanha e fez uma publicação no Instagram para criticar a LaLiga, que organiza o Campeonato Espanhol, por não tomar providências diante de episódios do tipo. Ele criticou a liga por falta de iniciativa na busca pelos infratores e foi respondido pelo presidente da entidade, Javier Tebas, que pediu para o atleta "se informar melhor" sobre as ações de combate ao racismo.>
O atacante recebeu o apoio de jogadores e técnicos do Campeonato Espanhol, inclusive, de Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid. Após a pressão, a entidade apresentou duas denúncias de racismo, uma delas criminal, enviada aos Juizado de Instrução de Valladolid. A outra, por insultos racistas, foi levada até o Comité de Competições da Federação Espanhola de Futebol e para a Comissão Estatal contra a Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância no Esporte.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta