Publicado em 16 de março de 2020 às 19:02
Empréstimos, dispensas de jogadores, desarranjos financeiros. Esses são apenas alguns dos problemas que os times capixabas podem encarar se o Campeonato Capixaba 2020 for suspenso, por conta do novo coronavírus. Se a Federação de Futebol do Espírito Santo (FES), que convocou uma reunião para esta quarta-feira (18), decidir ao lado dos clubes adiar a competição por tempo indeterminado, várias agremiações terão problemas para honrar os seus compromissos. >
A reportagem já apurou com o presidente da FES, Gustavo Vieira, que, até o momento, a competição está mantida e apenas na quarta-feira haverá uma deliberação nesse sentido, para seguir ou não com o certame. Confira a abaixo como cada time vai trabalhar caso o Capixabão seja suspenso.>
"A Desportiva mantém o trabalho e a questão dos salários. O nosso planejamento também já é visando a Copa Espírito Santo, então não muda muita coisa não. O que pode acontecer é lá na frente que vamos ter que prorrogar contrato de jogador que não estava previsto ser aproveitado durante a Copa ES. Temos em torno de seis atletas com contratos mais longos, até o fim do ano e início do ano que vem, uma espinha dorsal para formar a equipe", explicou o CEO da Desportiva, Luiz Arantes.>
"Nosso campeonato é diferente de 90% dos campeonatos de outros estados, por diversos motivos. Poucas praças jogam com mais de mil pessoas no estádio, e a maioria não tem condições de arcar com os custos de eventual paralisação e com portões fechados, é triste, mas é a realidade. Paralisação ou portões fechados, neste momento, não é medida razoável. Qualquer shopping, escola, igreja, supermercado ou rodoviária do ES aglomera mais pessoas do que nossos estádios, portanto essa medida, ao meu ver, não traz mais benefícios à coletividade do que prejuízo aos clubes e ao campeonato. Teríamos que ir buscar uma nova receita ou buscar um empréstimo", disse Carlos Madella, diretor-executivo do Estrela do Norte.>
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"Independente da decisão, não muda a vida do Real Noroeste. Aqui no clube temos o planejamento para o ano todo e desde 2019 o time começou a preparação para jogar a atual temporada", afirmou Franciele Rocha, diretora-executiva do Real Noroeste.>
"Não trabalhamos com essa possibilidade. Claro que se adiar, vamos conversar com os jogadores, com fornecedores e patrocinadores. Mas queremos o título, então estaremos no campeonato até o fim", disse Luciano Mendonça, presidente do Rio Branco.>
"Se o Capixabão for paralisado, o Rio Branco não terá caixa para pagar as despesas. Teremos duas soluções: dispensar todos os jogadores e comissão técnica ou fazer um empréstimo bancário. Somos um clube de uma Cidade de 25 mil habitantes, que com a ajuda de empresários locais e dos torcedores, através da bilheteria, conseguimos fazer um orçamento modesto para disputarmos o Capixabão num período de quatro meses. E, se houver uma paralisação, que prolongará esse período, nosso caixa não irá fechar", disse Erivelton Uliana, presidente do Rio Branco VN.>
"Sabemos que não é a Federação de Futebol, o Governo do Estado, o São Mateus, o município... O problema todo é esse vírus e em primeiro lugar vem a saúde das pessoas que participam do evento e dos torcedores. Estamos com os pagamentos em dia e temos o planejamento que vai até o fim da competição. Se acontecer a paralisação da competição, seremos obrigados a liberar os jogadores porque não temos como arcar com os salários, alimentação, hospedagem, remédios... é muita coisa. Não podemos amarrar uma corda no pescoço e arcar com todos esses custos adicionais. Eu vejo que uma possível paralisação não só vai prejudicar o São Mateus como também 80% dos clubes do Estado", afirmou Pedro Artur, diretor-executivo do São Mateus.>
Se manter seria difícil, com certeza. Manter mais um mês, 60 dias é bem difícil. Pra mim, se o campeonato acabasse hoje estava bom. Porque não vamos ter dinheiro para pagar os jogadores. O contrato com os jogadores é de três meses, mas estamos com quase um milhão e meio de dívidas trabalhistas, isso que está matando os clubes", afirmou Ervínio Ferreira, presidente do Serra. >
A reportagem tentou entrar em contato com a diretoria do Vitória, que até o fechamento desta matéria não atendeu às ligações e está em uma reunião. A resposta dos mandatários alvianis será incluída na matéria quando a mesma for dada.>
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