Repórter / [email protected]
Publicado em 28 de janeiro de 2021 às 09:00
- Atualizado há 5 anos
Em de julho de 2010, o espanhol Andrés Iniesta estufou as redes da Holanda e deu para o seu país o primeiro título mundial da história. Mas aquela final de Copa do Mundo, disputada em Johanesburgo, na África do Sul, não foi notável apenas para os vencedores. O jogo marcou também a realização de um dos maiores sonhos de um colatinense. Consolidado com jornalista esportivo, Sandro Gama viveu ali o ápice da carreira. Depois de anos no Rio de Janeiro, o capixaba voltou à cidade natal para um desafio longe dos microfones. >
Vivendo essa nova fase na vida profissional, o jornalista recebeu a reportagem de A Gazeta, no seu novo local de trabalho, e lembrou os principais momentos e coberturas da sua carreira como repórter esportivo e apresentador. Habituado com o papel de entrevistador, Sandro brincou logo no começo da conversa: “Eu estou falando, é mais fácil entrevistar do que ser entrevistado”. Apesar disso, o comunicador parece bem adaptado à nova função, já que não está nada longe do esporte. No começo de janeiro, ele assumiu o cargo de secretário municipal de Esportes de Colatina e cumpre expediente no complexo do Estádio Justiniano de Mello e Silva. >
A volta ao principal palco do esporte de Colatina também é um reencontro com o passado de Sandro Gama e seu despertar para o sonho de trabalhar com o esporte. “Eu nasci no bairro Maria Ismênia e organizava até campeonato de futebol de botão por lá. Ainda jovem, eu vinha ao estádio e ao invés de ficar olhando o jogo eu observava o repórter de campo e as cabines, foi assim que decidi fazer jornalismo”, lembra.>
Além das transmissões de futebol em Colatina, o jovem também acompanhava com muita atenção as partidas dos times do Rio de Janeiro. Para isso, Sandro contava com as ondas do rádio e, com elas, o desejo de trabalhar na capital carioca. “Aqui em Colatina a gente conseguia ouvir algumas rádios do Rio de Janeiro. A minha preferida era a Rádio Globo, então eu tinha o sonho de trabalhar lá, por isso fui estudar no Rio de Janeiro”, contou. >
>
Determinado em trabalhar na rádio, Sandro Gama desenvolveu uma tática ousada para alcançar o objetivo. No Rio de Janeiro, trabalhava durante o dia, estudava no período noturno e às vezes tinha um terceiro turno. Ele se deslocava para a porta da Rádio Globo e abordava os comunicadores que escutava quando morava no Espírito Santo. Para eles, o pedido era uma oportunidade de fazer estágio na emissora, uma das maiores do país em cobertura esportiva. >
“Algumas vezes eu passei a madrugada inteira na porta da rádio para pegar o pessoal que chegava de manhã. Isso durou cerca de cinco meses, ganhei eles no cansaço e consegui o estágio na rádio”, lembra com orgulho da empreitada. >
A oportunidade de trabalhar em uma das principais emissoras de rádio do país foi agarrada por Sandro Gama. Na Rádio Globo ele se dedicou e foi efetivado para o quadro de repórteres da emissora. “Naquilo eu estava realizando um sonho. Até outro dia eu era só um ouvinte e rapidamente virei repórter. Era um sonho”, conta o jornalista. >
No rádio foram quase seis anos. O bom trabalho levou Sandro para a televisão. Ele recebeu um convite e foi trabalhar na sede carioca da TV Bandeirantes, emissora que tem forte ligação com as coberturas esportivas. >
Na Band, Sandro trabalhou por quase 20 anos e viveu bons momentos. Em 2015 passou a apresentar o programa "Os Donos da Bola Rio" e deixou sua marca com um estilo leve. “Vou ser muito sincero para você, foram anos de muita alegria e coberturas maravilhosas”, se orgulha o colatinense. >
Entre todas as coberturas que participou, Gama destaca as duas Copas do Mundo que trabalhou: 2010 e 2014. O mundial que mais marcou o jornalista foi o disputado na África do Sul. De lá, ele voltou com muitas histórias e reflexões. >
“Você tinha cobertura de coisas com muito dinheiro envolvido e, ao mesmo tempo, você ia até o bairro do Soweto (um dos mais pobres do país) fazer coberturas de cortar o coração. As famílias estavam empolgadas com a Copa do Mundo na terra delas, mas praticamente não tinham o que comer".>
Ainda na África do Sul, Sandro Gama participou de uma ação promocional em que pôde bater pênaltis contra dois dos maiores goleiros do mundo: o tcheco Petr Čech e o argentino Sergio Goycochea. >
O jornalista colatinense sempre foi marcado pela alegria e pela leveza nas matérias, mas em uma carreira em que habitualmente trabalha a alegria do esporte, Sandro lembra de dois momentos tristes da trajetória. O primeiro foi a cobertura do incêndio no alojamento do Flamengo, que matou 10 atletas e deixou 3 feridos, em fevereiro de 2019. >
O outro, foi a tragédia com o avião que transportava a delegação da Chapecoense, mas nesse caso o jornalista não conseguiu trabalhar. Além dos atletas e dirigentes da equipe catarinense, alguns jornalistas também morreram na queda da aeronave. Entre eles, estava Victorino Chermont, um dos grandes amigos de Sandro Gama na profissão. >
Em setembro de 2019, depois de uma trajetória de quase 20 anos, Sandro Gama deixou a TV Bandeirantes. O jornalista lembra que o desligamento da emissora veio no momento em que já pensava em deixar o Rio de Janeiro. “A violência da cidade já estava me preocupando, tinha problema até quando meus filhos estavam na escola”, afirma. >
Mas quando pensava na possibilidade de deixar a cidade, Sandro Gama recebeu um convite inesperado. Ele foi convidado para integrar a Vasco TV, canal oficial do clube carioca na internet. O jornalista recebeu a missão de narrar para torcida vascaína as partidas do time. >
Depois de deixar a comunicação do Vasco, Sandro Gama recebeu um outro convite, mas dessa vez fora do jornalismo. Em janeiro ele assumiu a função de Secretário de Esportes de Colatina. Nas primeiras semanas de trabalho ele afirma que já percorreu os quatro cantos da cidade do Noroeste do Estado. >
“Eu estou gostando muito disso aqui e tenho ideias para desenvolver o Esporte da cidade”, contou. Depois da pandemia, Gama destacou que pretende trazer para o município competições e atletas de renome nacional para o município como forma de fomentar e desenvolver a prática esportiva na "Princesa do Norte".>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta