Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 17:33
Depois de vencer cinco Copas do Mundo, revelar tanto talentos e moldar a forma como o brasileiro vive, é normal que o Brasil tenha recebido o apelido de País do Futebol. Porém, durante um hiato de 24 anos sem conquistar um mundial no futebol, modalidades consideradas periféricas passam a ganhar força e novos heróis nascem para dar orgulho à nação. Exemplo disso é o medalhista de prata em Paris-2024 e ouro mundial na marcha atlética, Caio Bonfim, que enxerga essa revolução e a sua própria figura como um baluarte pela valorização do esporte olímpico brasileiro.>
Na noite de gala do esporte brasileiro, Caio foi mais uma vez um dos protagonista. Ele foi eleito pelo segunda ano consecutivo o Atleta do Ano no Prêmio Brasil Olímpico, cerimônia realizada na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, na noite desta quinta-feira (11). Ganhador em 2024, o atleta voltou a ser contemplado no evento graças às medalhas de ouro, nos 20km, e prata, nos 35km, no Campeonato Mundial de Atletismo, realizado em Tóquio, no Japão.>
"O esporte no Brasil é complexo. Somos campeões do mundo cinco vezes no futebol, então é óbvio que ele teria essa tradição, porque ele já conquistou esse espaço. E os outros esportes tiveram que vir quebrando esse espaço, né? Tivemos alguns feitos ali pontuais, com tênis, depois vem o vôlei, o basquete... Então, eu acho que todo esporte olímpico tem esse caminho para percorrer. E você poder, no seu esporte, na sua modalidade, na marcha atlética, conseguir ter essa representatividade, poder estar ali popularizando o teu esporte, é muito bacana. Então, eu fico muito feliz de poder fazer parte disso, e acho que toda essa construção mostra que estamos em outros tempos", reconheceu Caio.>
O marchador ainda ressaltou a importância do crescimento das redes sociais e do engajamento da torcida através da internet, ampliando a representatividade e reconhecimento não apenas dele, mas de tantos atletas olímpicos e suas respectivas modalidades. "E as mídias sociais têm dado mais oportunidade para os brasileiros nos conhecerem, e o povo tem abraçado isso. Poder assistir todos os brasileiros, em todas as provas, né? E aí torce, vibra, comenta, vai lá, segue o perfil do atleta... acho que isso tudo tem feito crescer o esporte olímpico brasileiro", completou Caio Bonfim.>
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Além das medalhas no Mundial, no cenário nacional o Caio também marchou rumo ao topo, sagrando-se campeão da Copa Brasil, do Troféu Brasil, e assumindo a liderança do ranking mundial nos 20 km. O atleta também ressaltou o ano mágico que viveu, justamente um após a sua grande conquista olímpica, e que o objetivo segue evoluindo cada vez mais e trazendo mais medalhas para o país.>
"A gente trabalha muito anualmente, e aí quando fazemos um ano espetacular, igual o de Paris, vamos tentar repetir e consertar alguns detalhes, mas isso não é certeza, né? O esporte não é matemática exata. Então, chegar ali no Japão com a medalha de prata, nos 35km, que tinha sido o melhor resultado da minha carreira em mundiais, e depois conseguimos nos recuperar para conseguir também esse ouro... então foi um ano muito, muito legal, muito especial mesmo", confessou.>
Para completar a noite com chave de ouro, a técnica e mãe do marchador, Gianetti Bonfim, também foi homenageada no evento, escolhida como a Treinadora do Ano. Ela, uma das principais referências do atletismo brasileiro, tendo começado na marcha atlética com 29 anos e competindo em alto rendimento até os 40 anos, agora se dedica a treinar o filho, que não escondeu a emoção ao ver sua mentora subindo ao palco e sendo laureada.>
"Quando você consegue trazer esses resultados, essas medalhas, sem tomar falta, você viu que o trabalho foi muito bem feito, então acho que é muito justo ela ser coroada. E ser a melhor treinador do país é muito fantástico, muito representativo. Então, eu tenho muito orgulho dela. E quando ela estava lá em cima eu estava mais emocionado e mais nervoso no discurso dela do que quando foi eu", completou Caio.>
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