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Vídeo: Pazolini e Capitã Estéfane disputam microfone e vice-prefeita chora

Vídeo: Pazolini e Capitã Estéfane disputam microfone e vice-prefeita chora

Imagens mostram o prefeito e a vice-prefeita de Vitória em evento onde, segundo ela, lhe foi retirado o direito de fala. Depois do ocorrido, Estéfane publicou um desabafo em suas redes sociais onde aparece chorando

Publicado em 9 de novembro de 2022 às 20:21

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Reinaldo Fonseca
Repórter / [email protected]

Queixando-se de ter sido impedida de falar pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), a vice-prefeita, Capitã Estéfane (Patriota), fez uma transmissão nas redes sociais acusando o prefeito de tentar silenciá-la politicamente, restringindo sua atuação no cargo. No vídeo, ela chega chorar indignada.

O episódio aconteceu nesta quarta-feira (9), quando ela aponta ter tido o microfone tomado das mãos durante um evento em Jardim Camburi. Na ocasião, a prefeitura apresentou um projeto para a construção de uma nova casa de convivência para a pessoa idosa no bairro.

O vídeo do momento do fato mostra uma disputa entre a capitã e o prefeito pelo microfone, em que o chefe do Executivo municipal leva a melhor. Depois do ocorrido, ela fez uma live no Instagram contando o episódio.

Ela afirmou que a atitude de Pazolini foi machista e preconceituosa, além de ter revelado nunca ter tido espaço de fala dentro da gestão. Nos segundos finais da gravação, é possível ver a vice-prefeita chorando.

Vídeo: Pazolini e Capitã Estéfane disputam microfone e vice-prefeita chora

A vice-prefeita também caracterizou a política do prefeito como sendo “de mordaça e silenciamento” das figuras femininas que também estão no poder e disse estar indignada. De acordo com sua fala, o prefeito, mais uma vez, deu espaço a todos os presentes, com exceção dela.

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As mulheres precisam ser respeitadas e as pessoas precisam ser respeitadas. Isso não está acontecendo na cidade de Vitória

Capitã Estéfane
Vice-prefeita de Vitória
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Na live, Estéfane também citou  a perda de três dos seus quatro assessores diretos. Na segunda-feira (31 de outubro) imediatamente após a eleição de segundo turno, a exoneração dos três servidores comissionados foi publicada no diário oficial do município.

Ela considerou o ato como desrespeitoso e disse não aceitar mais este tipo de tratamento. Em entrevista para A Gazeta, ela afirmou ainda ter sido pega de surpresa e não ter conseguido retorno da administração sobre o porquê das demissões.

“Se ele não me deixa falar no púlpito, vou falar nas redes sociais, vou falar com a imprensa e vou também correr atrás dos meus direitos, pois preciso ser respeitada como mandatária”, comentou a capitã da reserva no vídeo. 

Violência política de gênero

Em entrevista para A Gazeta, a vice-prefeita acredita que “com certeza” teria tratamento diferente na prefeitura caso fosse homem. Estéfane classifica como violência política de gênero as ações do chefe do Executivo municipal de tentar silenciá-la politicamente, restringindo sua atuação no cargo.

Por lei, é considerada violência política de gênero toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, criar obstáculos ou restringir os direitos políticos de mulheres eleitas ou que ocupam cargos públicos.

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Infelizmente é muito difícil de comprovar (que houve violência) porque as pessoas entendem isso como normal. Piorou muito a normalização da violência, descaso, do demérito, da descredibilização da atuação das mulheres

Capitã Estéfane
Vice-prefeita de Vitória
Aspas de citação

O que diz o prefeito

Em nota, o prefeito Lorenzo Pazolini afirmou "seu total respeito à vice-prefeita Capitã Estéfane". Ele apontou que a lei municipal descreve como funções do cargo de vice-prefeito a substituição do prefeito caso ele se ausente e a prestação de ajuda quando convocado.

Sobre o evento em Jardim Camburi, em que Estéfane diz ter tido o microfone tirado por Pazolini, ele afirma que ela chegou quando o evento já estava em andamento. "Era uma agenda com idosos e, buscando não prolongar a atividade e seguindo a Lei Orgânica Municipal, a fala foi conduzida pelo prefeito. "

Sobre o corte dos cargos, ele disse apenas que é premissa da prefeitura cortar 50% dos cargos comissionados e nomear profissionais priorizando o critério técnico. Veja a nota do prefeito na íntegra:

Nota do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini

O Prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, afirma seu total respeito à vice-prefeita Capitã Estéfane. O Artigo 104 da Lei Orgânica Municipal prevê que o (a) Vice-Prefeito (a) "substituirá o (a) Prefeito (a) Municipal, no caso de impedimento ou licença, e suceder-lhe-á no de vaga, o Vice-Prefeito (a)." O Artigo 104 ainda prevê que "o (a) Vice-Prefeito (a), além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, auxiliará o Prefeito (a) Municipal sempre que por ele convocado para missões especiais." Na ocasião citada, o Prefeito estava presente no local, e a Vice-Prefeita chegou com a agenda em andamento. No dia 09 de fevereiro de 2021, a Capitã foi nomeada Secretária Municipal da Cultura, conforme Decreto n⁰ 18.835/21, cargo este que preferiu não assumir.  Cabe acrescentar que a Vice-Prefeita foi designada para a coordenar a organização e entrega da principal política pública em Defesa da Mulher do município, a Casa Rosa, trabalho que incluiu outras secretarias da municipalidade. Politica pública instituída por meio do Decreto n⁰ 20.084/21. É importante destacar ainda que a Vice-Prefeita sempre teve e tem oportunidade de fala nos eventos oficiais e possui interlocução com todos os secretários e o prefeito, que estão integralmente à disposição para proposições, críticas e diálogo. Um exemplo disso, foi a agenda realizada no início da manhã da última  2a feira, quando a vice-prefeita falou aos presentes.  Na solenidade desta quarta-feira (09), a Vice-Prefeita chegou quando a solenidade já estava se aproximando do fim. Era uma agenda com idosos e, buscando não prolongar a atuvidade e seguindo a Lei Orgânica Municipal, a fala foi conduzida pelo prefeito.  Em relação aos cargos alegados pela Vice-Prefeita, é imperativo ratificar a premissa da administração de reduzir em 50% o número de cargos comissionados e de nomear profissionais priorizando o critério técnico e a gestão por resultados.

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