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Publicado em 8 de novembro de 2022 às 20:00
Encerrado o segundo turno das eleições 2022, realizado no último dia 30, uma outra disputa já começa a movimentar os bastidores da política no Estado: a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), prevista para o dia 1º de fevereiro de 2023. Alguns nomes começam a surgir como cotados para o comando do Legislativo estadual, enquanto as articulações visando à construção da base de apoio do novo mandato do governador Renato Casagrande (PSB) também avançam.>
A nova Assembleia terá uma composição heterogênea, formada por 14 partidos que vão da esquerda à direita, do Psol ao PL, passando por diversos partidos de centro, centro-direita e centro-esquerda, como PP, Podemos, Republicanos, PDT, PSB e PT. Entre os cotados para concorrer ao comando da Ales estão nomes das mais diversas siglas, sendo que todos os parlamentares e futuros deputados ouvidos são unânimes em afirmar que o objetivo será formar uma chapa de consenso. >
Nomes como os dos deputados reeleitos Marcelos Santos (Podemos), Raquel Lessa (PP) e Capitão Assumção (PL) são citados como interessados na disputa. >
O nome da deputada, por sua vez, surgiu a partir de uma movimentação do PP, que está na base de apoio de Casagrande, compôs a aliança que o reelegeu e gostaria de ser compensado por tudo que abriu mão ao longo das eleições deste ano. >
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O partido tentou a vaga de vice, mas quem ficou com ela foi Ricardo Ferraço (PSDB). Também tentou lançar o deputado Da Vitória (PP) para a disputa ao Senado com apoio do governador, mas também desistiu para apoiar a senadora Rose de Freitas (MDB), que não obteve êxito. >
O PP era cotado nos meios políticos para eleger entre três e quatro deputados estaduais, mas ficou com apenas duas vagas, mesmo número de cadeiras que obteve na Câmara dos Deputados. >
A defesa do nome de Raquel, que vai iniciar o seu terceiro mandato em fevereiro e já comandou a Prefeitura de São Gabriel da Palha por duas vezes, seria uma forma de a legenda se fortalecer e também traz como componente de articulação a defesa de uma candidatura feminina para o comando da Ales, algo inédito no período recente do Legislativo estadual.>
Prestes a iniciar o sexto mandato consecutivo, Marcelo Santos participou ativamente da campanha de Casagrande e integra um dos partidos que saíram fortalecidos das urnas no Estado. Além dele, o Podemos elegeu dois deputados novatos na Casa (Lucas Scaramussa e Allan Ferreira) e dois deputados federais (Gilson Daniel e Dr. Victor Linhalis). >
A partir de 2023, o Podemos só vai perder em número de cadeiras na Assembleia para o PL e o Republicanos, com cinco e quatro parlamentares, respectivamente, e vai ter o mesmo número do PSB.>
O desejo de Marcelo Santos de comandar a Assembleia não é novidade para quem acompanha as movimentações do deputado veterano. Por isso mesmo, ele não tem se manifestado sobre o assunto. Tenta, nos bastidores, se cacifar para ser o nome de consenso mais adiante, já que a expectativa é de que as conversas se consolidem a partir de meados de janeiro do próximo ano.>
Também na lista de interessados, Capitão Assumção, por ser de oposição ao governador, viu suas chances de encabeçar uma chapa de consenso se desmancharem com a derrota do candidato a governador pelo seu partido e adversário de Casagrande no segundo turno, Carlos Manato. >
Também mencionado como um possível nome para a disputa, o ex-prefeito de Vitória e ex-deputado João Coser (PT) afirmou, em nota, que seu objetivo é "contribuir para a construção de um movimento amplo para discutir os desafios do desenvolvimento do Estado e debater políticas públicas que possam avançar para além do que já foi feito no governo Casagrande com envolvimento de todo o Poder Legislativo Estadual".>
O petista garante que o debate da composição da Mesa Diretora da Assembleia se dará nesse contexto e "em tempo oportuno". >
O discurso é bem similar ao de outros dois aliados do governador, o atual líder do governo, Dary Pagung (PSB), que vai iniciar seu quinto mandato no ano que vem, e o novato em mandatos Tyago Hoffmann (PSB), que já participou das articulações da eleição para presidente da Assembleia anteriormente, mas no cargo de chefe da Casa Civil. >
Para o líder do governo "é importante para a Assembleia e para a sociedade uma chapa de consenso" e assegura que a sua atuação vai ser nesse sentido.>
Já Hoffmann, que também foi citado como uma possibilidade para o comando do Legislativo estadual, ressalta que seu papel no momento é articular a formação da base de apoio do novo governo Casagrande. >
"Meu diálogo com os deputados será nessa linha, para que o governador possa contar com uma Assembleia harmônica com o Poder Executivo", assegura.>
Questionado se o fato de ser filiado ao PSB, mesmo partido do governador, poderia atrapalhar qualquer pretensão na disputa, Hoffmann afirma que "quem é candidato agora está fora do tempo". Ele também destaca que o debate sobre a eleição da Mesa Diretora não tem relação direta com partidos, pois mesmo quem disputou a eleição em legenda que não estava na aliança do governador poderá ter chances. >
"Acho que a questão de partido não influencia, mas acho que não é momento de definição de nomes. No momento, não sou candidato a nada. Estou dialogando com os deputados para construir uma base ampla de apoio ao governo", reitera o deputado estadual eleito.>
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