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Publicado em 3 de outubro de 2022 às 21:50
Um dia após a eleição em que perdeu a disputa por uma diferença de pouco mais de 74 mil votos, a senadora Rose de Freitas (MDB) avaliou nesta segunda-feira (3) que o resultado é reflexo do cenário nacional. Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do mesmo partido, Magno Malta saiu vitorioso e vai retornar ao Senado Federal em 2023 para um mandato de oito anos. A emedebista se coloca no lado oposto na corrida presidencial e, agora para o segundo turno, declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT). >
Rose de Freitas ainda reafirmou o seu apoio à reeleição de Renato Casagrande (PSB) para o governo do Espírito Santo e disse que pretende dedicar mais tempo no segundo turno para a campanha do socialista, cuja candidatura, conforme analisou a senadora, também foi atingida pelo "efeito Bolsonaro." "A eleição nacional está um pouco misturada com a regional", observou. >
Na ponta do lápis, Rose obteve 747.104 votos e Magno, a preferência de 821.189 eleitores. Com mais de 40 anos de vida pública, a emedebista disse que a derrota faz parte do processo, mas considerou que o momento atual da política brasileira tem impactos distintos de outras épocas. Ela lembrou que foi deputada federal e senadora, passando por presidentes de diferentes espectros políticos, e transitava bem no governo federal para buscar atender as demandas do Estado. >
Agora, disse a emedebista, há um movimento que tenta convencer o eleitor de que, se não houver alinhamento com o presidente, as demandas não vão ser atendidas, seja de um parlamentar, como ela, seja do Executivo. Rose de Freitas ressaltou, porém, que constitucionalmente não se pode negar recursos e apoio a um Estado por afinidade política. >
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"Tentam passar isso, por exemplo, com o Renato, falando que, se Bolsonaro ganhar, ele não será respeitado como governador. Dizem 'eu sou amigo do presidente, vou trazer isso para cá'. Isso não é questão de amizade, é uma questão constitucional. No meu mandato, trouxemos muita coisa para o Espírito Santo em matéria de educação, independentemente de quem estava na presidência", apontou. >
Questionada se tinha algum arrependimento pela maneira como conduziu a campanha, já que não conseguiu se reeleger, Rose assegurou que não. "Trabalhei muito dedicadamente, não deixei de dialogar e fazer entrega para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Agora quem, estando na aliança, foi capaz de fazer política diferente do que era a proposta do grupo que estava com Renato pode ter arrependimento. Acho que nem todo mundo que estava na chapa e na aliança foi leal à candidatura de Renato. E muitos sequer me apoiaram. Uns porque queriam a vaga, outros porque têm forma de fazer política em que não se sentem responsáveis pelas decisões", afirmou a senadora, mas sem relacionar nomes. >
Durante a conversa, em vários momentos Rose de Freitas fez a defesa da gestão de Casagrande, afirmando que se trata de um governo bem avaliado e que a população deve fazer uma reflexão sobre o segundo turno. "Uma coisa é certa: não se pode arriscar quando se trata de poder para construir políticas públicas. É preciso raciocinar.">
No âmbito nacional, a disputa também prossegue, com Lula e Bolsonaro. No primeiro turno, Rose apoiava Simone Tebet (MDB), do seu partido, mas agora disse que vai votar no petista. >
"Tem coisas que são prioridades, como prezar pela democracia. Tenho receio de alguém que possa colocar isso em dúvida. Nenhum dos dois candidatos seria o ideal, mas não tenho dúvidas também de que o Lula tem compromisso social mais intenso e isso pode ajudar muito as classes menos favorecidas e a reduzir os altos índices de mortalidade induzidos pela fome", argumentou. >
Sobre o futuro, a emedebista vai concluir o mandato e planeja retomar o curso de Direito, inconcluso há muitos anos devido ao tempo dedicado à política. "E não vou me afastar dos problemas do Estado. Tem muita coisa que a gente iniciou, projetos maiores, e pretendo estar por perto, contribuindo como prouver.">
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