Publicado em 15 de junho de 2023 às 18:06
A Polícia Federal pediu a prisão de Marcos do Val (Podemos-ES) durante a operação desta quinta-feira (15), mas o pedido foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes autorizou somente a realização de buscas e apreensão em endereços ligados ao senador no Espírito Santo e em Brasília. >
A informação foi divulgada com exclusividade pelo jornalista César Tralli, da TV Globo e da Globonews. No dia do aniversário do parlamentar, agentes da PF vasculharam o gabinete de Do Val no Senado, o apartamento funcional na Capital Federal e outro apartamento em Vitória. Também foi determinado o bloqueio das redes sociais do senador. >
O senador é investigado pelos crimes de divulgação de documento confidencial, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.>
Marcos do Val, senador da República
Procurada, a assessoria do senador disse que ele não vai se pronunciar neste momento. E acrescentou que Do Val encontra-se em Vitória, onde comemora o aniversário de 52 anos, completados nesta quinta (15).>
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Em fevereiro, o parlamentar alegou ter sofrido coação do ex-presidente Jair Bolsonaro para se aliar a ele em um golpe de Estado, mas deu versões diferentes sobre o caso. Em razão das divergências, Alexandre de Moraes mandou abrir inquérito para verificar se o senador mentiu no depoimento à PF sobre o tal do plano golpista.>
O ministro definiu a suposta tentativa de golpe como um episódio 'ridículo', tentativa de 'operação Tabajara'.>
Em um primeiro momento, Marcos do Val afirmou que teria sido recebido por Bolsonaro numa reunião no Palácio da Alvorada e o então chefe do Executivo teria sugerido que o parlamentar gravasse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. Segundo essa versão, Bolsonaro chamou Do Val à residência presidencial para dar a ele essa missão.>
Depois de receber ligações do clã Bolsonaro, Do Val mudou o relato. Disse que a ideia não partiu de Bolsonaro, mas do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).>
"O que ficou claro para mim foi o Daniel achando uma forma de não ser preso de novo, porque toda hora ele descumpria as ordens do ministro (Moraes). Ficou muito claro que ele estava num movimento de manipular e ter o presidente (Bolsonaro) comprando a ideia dele", afirmou em entrevista coletiva em seu gabinete no Senado.>
À Polícia Federal, Do Val afirmou que Silveira teria proposto uma 'missão importantíssima' que 'entraria para a história': que ele fizesse uma gravação clandestina do ministro Alexandre de Moraes e 'conduzisse a conversa' na tentativa de induzi-lo a falar 'algo no sentido de ultrapassar as quatro linhas da Constituição'. O objetivo seria anular o resultado da eleição e prender o presidente do TSE.>
Do Val chegou a alegar que alertou sobre a ilegalidade do grampo e que Daniel Silveira teria respondido que 'daria um jeito para tornar a gravação legal', sem especificar como. De acordo com o senador, Bolsonaro ficou calado durante toda a conversa, mas em nenhum momento 'negou o plano ou mostrou contrariedade'. "A sensação era que o ex-presidente não sabia do assunto e que Daniel Silveira buscava obter o consentimento", narrou.>
Após a citação, em março, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a abertura de inquérito para investigar suposto envolvimento de Silveira com os atos golpistas de 8 de janeiro.>
Com informações da Agência Estado>
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