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Tetraplégico alugava casa e pagava até advogado para traficantes no ES

Tetraplégico alugava casa e pagava até advogado para traficantes no ES

Ciro Batista de Oliveira foi preso na última semana suspeito de comandar o tráfico em Santa Maria de Jetibá. De dentro de casa, deitado na cama, ele dava instruções, encomendava drogas e pagava transporte e aluguel para traficantes

Publicado em 28 de outubro de 2019 às 18:17

Ciro Batista de Oliveira, conhecido como Siri, comandava o tráfico em Santa Maria de dentro de casa, deitado na cama. Ele é tetraplégico e usava o celular para dar ordens a traficantes Crédito: Divulgação Polícia Civil

Apontado pela polícia como o grande responsável pelo tráfico de drogas em Santa Maria de Jetibá, Ciro Batista de Oliveira, o Siri, alugava casas e até pagava advogados para defender traficantes presos na região. Ele foi preso na última semana, dentro de casa, em Cariacica, de onde fazia todo o gerenciamento.

O caso chamou atenção da polícia. Tetraplégico desde 2014, quando foi vítima de uma tentativa de homicídio, Siri conseguia coordenar todo o tráfico de Santa Maria de Jetibá por telefone, deitado na cama. Ele encomendava drogas, aliciava pessoas e pagava transporte para que elas saíssem da Grande Vitória até a região Serrana. Em época de festas, ele chegava a alugar casas para os traficantes.

"Nossa investigação indica que em julho, na festa do Colono, ele enviou quatro pessoas para Santa Maria e alugou uma casa para que elas passassem os cinco dias na cidade comercializando maconha, cocaína e crack. E tudo isso era feito por WhatsApp. Ficamos impressionados com a situação, nunca vi algo igual"

Fabrício Lucindo

Delegado 

Segundo Lucindo, Siri está ligado a prisão de pelo menos 35 pessoas em Santa Maria de Jetibá no último ano. Todas elas comercializavam drogas que teriam sido enviadas por ele para o município. Ainda, segundo a polícia, Siri pagava advogados para os suspeitos que eram presos. 

Ciro Batista de Oliveira, conhecido como Siri, comandava o tráfico em Santa Maria de dentro de casa, deitado na cama. Ele é tetraplégico e usava o celular para dar ordens a traficantes Crédito: Divulgação Polícia Civil

"Quando estas pessoas eram detidas com as drogas que ele mandava, ele entrava em contato com advogados e pagava para que eles defendessem esses suspeitos. Era do interesse dele que as pessoas de confiança fossem soltas para continuar realizando aquele trabalho", declarou. 

Ciro Batista de Oliveira está preso no Centro de Detenção Provisória de Viana 2 em uma cela comum e recebe cuidados especiais. De acordo com a Secretaria de Justiça (Sejus), presos que necessitam de cuidados especiais passam por uma avaliação da equipe de saúde prisional, e quando necessário, devem ficar sob assistência médica 24 horas, até que o Poder Judiciário decida sobre a permanência no presídio. 

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