Uma técnica de enfermagem, de 31 anos, investigada por torturar um bebê de dois meses de vida, foi presa no dia 30 de julho, em um hospital de Cariacica. O nome dela não foi divulgado. A ação, cumprida pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), foi divulgada apenas nesta terça-feira (6).
A técnica, que, em alguns dias, trabalhava na UTI pediátrica do hospital, também não informado pela polícia, foi contratada por um casal de Vitória para trabalhar nos cuidados de um bebê, em dias intercalados, quando a criança tinha uma semana de nascimento.
A mãe, entretanto, passou a desconfiar de que poderia haver algo errado após ouvir choros do menino de madrugada e descobrir hematomas no corpo do bebê. Segundo a polícia, os atos de tortura foram constatados por meio de câmeras.
A adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Gabriela Enne, explicou que a técnica, que trabalhou na residência por um mês e meio, dava tapas e socos no bebê, levantava a criança pelo pescoço e chegou a tentar sufocar a criança em algumas ocasiões, inclusive usando fraldas.
Além disso, Gabriela explicou que o bebê tem intolerância alimentar, tomava medicamentos e a técnica chegou a ministrar esses remédios em doses excessivas, além do prescrito pelo pediatra.
“Diante disso, somado ao fato dela trabalhar em UTI pediátrica, representamos pela prisão preventiva. Efetuamos a prisão no hospital que trabalha. Em sede policial, ela não quis se manifestar”, disse a delegada.
Ainda segundo Enne, a suspeita sabia das câmeras e praticava os atos de costas para elas. Após o caso ser descoberto, ela foi demitida pela família. Desde então, o bebê passa por avaliações para descartar sequelas ou outras lesões, conforme explicou o delegado-geral da PCES, delegado José Darcy Arruda, que descreveu a situação como "um caso de psicopatia perversa".
"A prisão dela é muito importante porque, além de ela estar trabalhando em uma casa particular, também trabalhava em um grande hospital, onde ela também já poderia estar praticando esses comportamentos, então ela ter que ser retirada do corpo social e pagar pelos crimes que ela está praticando, porque a gente não sabe ainda das sequelas que podem ficar nessa criança", frisou Arruda.
A mulher foi autuada pelo crime de tortura e está presa desde então. Agora, a polícia também investiga se houve algum ato semelhante no hospital em que a atuava. A instituição teria aberto um processo administrativo contra a profissional.
Embora a polícia não tenha informado em qual hospital a técnica atuava e foi presa, a reportagem de A Gazeta apurou que a situação ocorreu no Hospital Meridional Cariacica. Em nota encaminhada pela assessoria, a instituição confirmou, que a técnica de enfermagem era contratada desde abril, e trabalhava na empresa há 4 meses.
"Informa que se solidariza com a família da criança e reafirma seu compromisso com a justiça, aguardando a conclusão das investigações pela polícia e a aplicação das devidas punições. Ressalta, ainda, que a ocorrência não aconteceu nas dependências do hospital".
O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) foi notificado. e informou, em nota, que está tomando todas as medidas necessárias.
“Se a denúncia for considerada admissível, a profissional será julgada pela conduta de seu exercício profissional, podendo receber censura, suspensão e/ou até a cassação do direito de exercer a profissão”.
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