Publicado em 24 de novembro de 2025 às 11:09
- Atualizado há 14 dias
Um policial rodoviário federal foi preso, suspeito de usar uma arma para ameaçar funcionários de um hospital particular no bairro Divino Espírito Santo, em Vila Velha, no domingo (23). Segundo boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, profissionais da unidade relataram que Pablo Antuane Giovani Soares Pontini, de 47 anos, ficou alterado enquanto o pai dele estava sendo atendido.>
A PM informou no registro que a confusão aconteceu por volta das 19h30, no Vila Velha Hospital. Uma técnica em enfermagem relatou aos policiais que recebeu o pai de Pablo com princípio de infarto e o levou para a sala de emergência. A profissional contou que, enquanto ela realizava o procedimento de ressuscitação no paciente, o policial rodoviário federal entrou no local e apontou uma arma para a nuca dela, ordenando que ela se afastasse do pai dele. >
A técnica em enfermagem obedeceu e se afastou. A profissional contou que a esposa de Pablo explicou ao marido que ela estava tentando salvar o pai dele, momento em que novamente o policial apontou a arma para a cabeça dela novamente, mandando que prosseguisse com o procedimento. Um segurança que estava na porta do centro de emergência e outras cinco pessoas relataram terem sido ameaçadas pelo homem.>
Pablo deu outra versão aos policiais militares. Consta no boletim de ocorrência que ele afirmou ter usado a arma para se defender do segurança do hospital que teria o segurado pelos braços, impedindo-o de acessar a unidade de saúde. O repórter Caíque Verli, da TV Gazeta, apurou que o pai do policial rodoviário federal não resistiu ao infarto.>
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A técnica em enfermagem ameaçada pelo policial conversou com a TV Gazeta e detalhou os momentos de desespero. "Ele veio para cima da gente numa agressividade que achei que ele iria bater, mas ele fez bem pior. Ele sacou a arma e falou que ia matar todo mundo. A gente continuou fazendo o procedimento. Ele veio na minha direção, com a arma apontada na minha nuca, pedindo para que eu saísse de cima do pai dele. Infelizmente tive que parar a RCP (procedimento de ressuscitação), não tive outra opção", lembrou. Por segurança, ela não será identificada.>
X.
Técnica em enfermagem ameaçadaA profissional ressaltou que todos ficaram em pânico: "Todo mundo começou a gritar, uma médica se escondeu no banheiro, uma enfermeira entrou embaixo do leito. Ficamos ali naquele pavor, sem saber o que fazer. Ele apontando a arma na minha cabeça. Depois a mulher dele entrou na sala, ajoelhou implorando para ele não atirar. Ele voltou com a arma na minha cabeça e pediu para que eu voltasse a reanimar o pai dele. Em seguida chegaram outros médicos e pegaram a frente para intubar o paciente".>
Agora, depois do susto, a técnica em enfermagem ficará afastada do serviço por uns dias. "Foi um trauma muito grande, vai ficar para minha vida. Ele, como policial, com certeza sabia que eu estava tentando reanimar o pai dele, ele sabe o que são os primeiros socorros. A esposa dele falou que ele estava fazendo tratamento psiquiátrico, mas, para mim, se um policial está em tratamento psiquiátrico, ele não deveria estar com arma em mãos, porque ele está colocando a vida das pessoas em risco", ponderou.>
O caso foi registrado na Delegacia Regional de Vila Velha. Pablo foi autuado em flagrante por constrangimento ilegal e ameaça, e liberado após pagar fiança. Conforme apuração da TV Gazeta, o valor pago por ele foi de R$ 5 mil. >
Procurada pela reportagem, a PRF informou que instaurou uma investigação interna para apurar as circunstâncias do que aconteceu. "Todos os fatos serão analisados conforme as normas internas e a legislação vigente", destacou. >
O Hospital Vila Velha Hospital lamentou a morte da paciente, que repudia qualquer ato de violência ou intimidação contra os funcionários e que adotou medidas adicionais de reforço à segurança interna.>
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