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Por DNA, suspeito de cometer estupros na Serra é identificado e preso após quase 7 anos

Por DNA, suspeito de cometer estupros na Serra é identificado e preso após quase 7 anos

Josué André Bragança Nascimento, de 39 anos, foi preso na manhã da última quinta-feira (4), em Guarapari

Publicado em 9 de abril de 2024 às 18:56

Josué André Bagança Nascimento, de 39 anos
Josué André Bragança Nascimento, de 39 anos, foi preso em Guarapari; Ele é suspeito de cometer estupros na Serra Crédito: Divulgação | Polícia Civil

Foi por meio de material biológico que a Polícia Civil conseguiu chegar ao suspeito de cometer quatro estupros que ocorreram entre maio e setembro de 2017, no município da Serra. A Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES), por meio do Laboratório de DNA Forense, obteve resultados no Banco Estadual de Perfis Genéticos que auxiliaram a elucidar os crimes. 

O suspeito, identificado como Josué André Bragança Nascimento, de 39 anos, foi preso na manhã da última quinta-feira (4), em Guarapari, por equipes da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DIV-Deam), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT). Os estupros ocorreram nos bairros Feu Rosa, Cidade Continental, Serra Dourada I, Vila Nova de Colares.

A Polícia Civil esclareceu que a foto do preso (veja acima) foi divulgada mediante decisão judicial obtida pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Serra, para que possíveis outras vítimas do indivíduo possam reconhecê-lo.

De acordo com a titular da Deam de Serra, delegada Ana Karolina Marques, a polícia considera o suspeito um estuprador serial.

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“Em razão dele ter sequência de estupros e o modus operandi de todos os crimes são parecidos. Não há arrombamento, ele entra por uma janela ou porta aberta, geralmente subtrai algum objeto da vítima, pratica o estupro e vai embora. Não há agressão física. Ele tem um perfil padrão”, disse a delegada.

A titular da Deam Serra afirma que a investigação do caso foi complicada e, antes de chegar a Josué, a Polícia Civil havia feito todas as diligências possíveis, mas não havia sido possível a confecção do retrato falado e não havia imagens de videomonitoramento.

"Todas as entradas (nas casas) foram de madrugadas, ele usava uma lanterna de cabeça para baixo que dificultava até mesmo a identificação da cor da pele, das feições do rosto. É difícil conectar esses casos, inclusive numa gama de estupros que, infelizmente, a gente tem"

Delegada Ana Karolina Marques

Titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Serra

Como o DNA ajudou?

O chefe do Laboratório de DNA Forense da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES), perito oficial Criminal Caio Nucci Araújo, explicou que, após os estupros, as vítimas compareceram ao Departamento Médico Legal (DML), foram examinadas e os vestígios coletados e encaminhados ao laboratório de DNA, onde permaneceram custodiados sob condição adequada de preservação, aguardando o momento do exame que dependia do apontamento de um suspeito.

A coleta do material biológico de Josué André Bragança Nascimento foi realizada em cumprimento a lei de execução penal, que prevê que em crimes praticados com grave violência à pessoa e quaisquer crimes hediondos, os criminosos terão a sua identificação genética realizada. Uma vez coletado material biológico, o perfil genético obtido em laboratório de DNA é inserido no banco de perfis genéticos do Estado, que é integrada aos demais bancos do Brasil e o da Polícia Federal. 

O detido tem duas condenações, uma por roubo qualificado, em 2016 e outra por latrocínio tentado, em 2020. Por essa razão, ele havia dado entrada no sistema prisional e seu DNA foi coletado. Em 2020, conseguiu uma um alvará de soltura porque foi para o regime semiaberto.

“Em 2019, durante o projeto de coleta de material biológico de condenados, em cumprimento à lei de execução penal, nós coletamos o material deste indivíduo. Ainda em 2019, ele foi inserido no banco", explicou Caio Nucci Araújo. 

"O banco do perfil genético do Estado, ao consultar o perfil genético do suspeito, que estava lá desde 2019, com os crimes que estamos processando, indicou a coincidência entre eles. A partir daí realizamos as devidas verificações, confirmados os resultados, revisamos, relatamos em laudo"

Caio Nucci Araújo

chefe do Laboratório de DNA Forense da PCIES

A intenção é dar continuidade aos processamentos aos crimes cometidos no Espírito Santo. "Quanto mais o banco estiver alimentado, a probabilidade de encontrar resultados dessa importância é cada vez maior. Por isso a gente reforça que as vítimas procurem as unidades policiais, compareça ao DML para que os vestígios sejam coletados e encaminhados ao nosso laboratório", destacou perito oficial Criminal Caio Nucci Araújo. 

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