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Polícia indicia jovem e adolescentes de Linhares por falas racistas em vídeo

Polícia indicia jovem e adolescentes de Linhares por falas racistas em vídeo

A mulher de 19 anos foi indiciada pela prática de crime de racismo; as duas adolescentes, de 17 anos, foram indiciadas por ato infracional análogo ao crime de racismo

Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 15:50

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Mariana Lopes
Repórter / [email protected]

A Polícia Civil do Espírito Santo concluiu nesta terça-feira (9) o inquérito policial que investigava crime de racismo praticado, por meio da rede social, por uma jovem e duas adolescentes no município de Linhares, no Norte do Estado. 

Uma jovem de 19 anos, identificada como Cassiana Breda, e duas adolescentes, de 17 anos, passaram a ser investigadas por comentários racistas depois que gravaram um vídeo em que usavam pejorativamente a palavra "preto" durante uma "trend" (brincadeira tendência na internet).

Segundo a corporação, a jovem de 19 anos foi indiciada pela prática de crime de racismo, com pena de 2 a 5 anos de prisão. As duas adolescentes foram indiciadas por ato infracional análogo ao crime de racismo. O vídeo gravado por elas e todas as reportagens veiculadas na imprensa foram anexados à investigação da polícia. 

As jovens foram devidamente identificadas pela Polícia Civil e intimadas a comparecer na delegacia para serem interrogadas. Durante o interrogatório, elas foram orientadas pelos advogados a permanecerem em silêncio, segundo a corporação.

Polícia indicia jovem e adolescentes de Linhares por falas racistas em vídeo

Membros do Movimento Negro de Linhares e pessoas da comunidade também foram ouvidas pela PC e passaram as percepções sobre o caso.

Repercussão nacional

As três jovens passaram a ser investigadas por comentários racistas depois que gravaram um vídeo que foi postado e excluído pouco tempo depois, nas redes sociais. O vídeo gerou repercussão nacional e foi noticiado por muitos veículos de imprensa.

As meninas participam de uma brincadeira parecida com o "eu nunca?", mas 'atacando' umas as outras com histórias pessoais, que envolvem relacionamentos, amizades, entre outros temas. Quando era 'atacada', a pessoa precisaria se defender. E foi nesse contexto que as supostas ofensas surgiram.

Elas tecem comentários como: "Pelo menos eu não sou 'best' (termo para melhor amiga em inglês) de um desquerido que ainda é preto, e que na primeira oportunidade não me deu carona, para dar para uma feia"; "Pelo menos eu não tenho que dar satisfação para um menino preto"; Essa amizade com preto não vale nada, não".

O que diz a defesa das jovens

Procurado por A Gazeta, a defesa de uma das adolescentes e de Cassiana Breda manteve o posicionamento dado à reportagem na manhã desta terça-feira (9), informando que "os familiares, por meio da defesa, se manifestam dizendo que já se apresentaram à Polícia Civil e em momento oportuno todos os fatos serão esclarecidos”.

A reportagem também tentou contato com a família da outra adolescente, mas não houve retorno. A Gazeta ressalta que o espaço segue aberto para posicionamento das indiciadas. 

O que diz o MPES

Em nota enviada à reportagem nesta quarta-feira (10), o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Linhares, informou que aguarda o recebimento do Inquérito Policial do caso, para análise e adoção das medidas cabíveis.

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