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PM mata vizinho a tiro durante briga de condomínio em Jardim Camburi

PM mata vizinho a tiro durante briga de condomínio em Jardim Camburi

Quando os PMs chegaram ao local, o militar estava com a arma nas mãos e a vítima, identificada como Guilherme Rocha, de 37 anos, caída no chão

Publicado em 17 de abril de 2023 às 09:27

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Condomínio em Jardim Camburi onde PM matou vizinho
Condomínio em Jardim Camburi onde PM matou vizinho. (Caíque Verli)

Um soldado da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), identificado como Lucas Torrezani de Oliveira, de 28 anos, matou a tiro um vizinho durante uma briga, na madrugada desta segunda-feira (17) em um condomínio em Jardim Camburi, em Vitória.

O caso ocorreu por volta das 3 horas da madrugada, segundo o boletim da Polícia Militar, em um condomínio na avenida Augusto Emilio Estelita Lins. Ainda segundo o boletim, quando os PMs chegaram ao local, o militar estava com a arma nas mãos e a vítima, identificada como Guilherme Rocha, de 37 anos, caída no chão. 

O homem se apresentava como músico e percussionista nas redes sociais. Além disso, era bacharel em Direito e empresário.  

PM mata vizinho a tiro durante briga de condomínio em Jardim Camburi
Guilherme Rocha, de 37 anos, morto por vizinho PM
Guilherme Rocha, de 37 anos, morto por vizinho PM. (Reprodução/Redes Sociais)

Em sua versão, o PM contou aos policiais que estava bebendo com amigos perto da entrada do Bloco 1, onde a vítima morava, quando Guilherme teria o atacado e tentado desarmá-lo. Segundo informações de moradores à polícia, antes da discussão havia som alto no local.

O militar disse que reagiu e atirou uma vez com uma pistola .40 no vizinho. O tiro atingiu o ombro esquerdo da vítima, atravessou o peito do homem e ainda atingiu um carro que estava próximo. O próprio soldado teria ligado para a polícia e também para o Samu.

Mônica Bicalho, síndica do condomínio onde morava o músico e o soldado da PM, contou que, ao contrário do que disse o militar aos policiais que atenderam a ocorrência, a vítima não reagiu e nem tentou desarmar o militarAmigo de Guilherme, Yan Paiva disse quel ele nunca se envolveu em confusão e era querido por muitas pessoas. "Pessoa fantástica, tinha amizade com todo mundo, filho de médico, teve uma ótima educação, amigo de todo mundo. Nunca vi na minha vida, nem empurrão, nem nada, só resenha, gente fina, cara de bem com a vida."

Condomínio em Jardim Camburi onde PM matou vizinho
Local do condomínio em Jardim Camburi onde PM matou vizinho. (Caíque Verli)

O boletim da PM diz ainda que o copo do militar ainda estava com bebida alcoólica e ele apresenta "odor etílico ao falar". Segundo moradores, cinco ocorrências internas haviam sido registradas no condomínio em razão de desentendimentos recentes entre vítima e policial.

Moradores também contaram que antes do desentendimento havia som alto no local e que, geralmente, esse era o motivo das desavenças entre o policial e o vizinho.

A arma do militar foi recolhida pela Polícia Civil. O caso foi registrado como homicídio no Plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP) de Vitória. De acordo com informações do Portal da Transparência, o PM estava na corporação desde 2020.

PM foi liberado

Procurada para falar sobre o caso, a Polícia Militar informou que a arma do militar ficou sob a responsabilidade da Polícia Civil, sendo entregue na 1ª Delegacia Regional juntamente com três carregadores, local para onde foi levado o militar.

Lucas Torrezani de Oliveira é suspeito de matar o vizinho Guilherme Rocha, de 37 anos
Lucas Torrezani de Oliveira, PM suspeito de matar vizinho em Vitória. (Redes Sociais)

Após análise do Delegado de plantão, o militar foi liberado para responder o processo em liberdade. A Corregedoria está solicitando os autos produzidos na Polícia Civil para análise quanto aos procedimentos a serem adotados pela Corporação.

Segundo a Polícia Civil, o policial militar, de 28 anos, foi conduzido à Delegacia Regional de Vitória. Ele foi ouvido e liberado após a autoridade policial entender que não haviam elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante. A arma do policial ficou apreendida.

O caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória. Outras informações não serão divulgadas, no momento, para não atrapalhar as investigações.

O corpo foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.

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