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Publicado em 9 de outubro de 2025 às 11:59
O pintor Ozenal Honorato Santos foi assassinado no dia 26 de abril após ser brutalmente agredido em via pública no bairro Feu Rosa, na Serra. A violência, segundo a investigação da Polícia Civil,foi motivada por um episódio em que a vítima, após ingerir bebidas alcoólicas, urinou em um poste diante de crianças, o que revoltou traficantes da região. Ao todo, sete suspeitos foram presos. Veja a lista abaixo:>
Os seis primeiros foram capturados em 5 de agosto, durante uma operação em Feu Rosa, e o sétimo, em 15 de setembro, também no bairro. O corpo de Ozenal foi localizado apenas no dia 5 de maio, em uma área de mata na região, com apoio do Corpo de Bombeiros.>
De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, Ozenal havia trabalhado dias antes para Junio da Cruz, que ficou devendo pelo serviço. Na noite do crime, após ingerir bebidas alcoólicas, o pintor foi até o suspeito cobrar a dívida, o que gerou uma discussão.>
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“O Junio não gostou da forma como ele cobrou na frente de todo mundo. Ali se iniciou a discussão e depois ele (Ozenal) foi em um poste, cheio de traficantes no local, crianças, inclusive chefe do tráfico, urinou nesse poste e ao lado dele estava o filho de Junio, de 5 anos”, explicou o delegado. >
A investigação apontou que o crime ocorreu em três momentos distintos.>
Na primeira fase, logo após a vítima urinar no poste, Junio, Lucas, Klemer, Kennedy e Paulo Henrique começaram a agredi-lo com chutes, socos, pedaços de mangueira e pedras, por cerca de cinco minutos. Em seguida, o grupo levou Ozenal até o beco dos Eucaliptos, próximo à casa dele, e ordenou que saísse do local. Cerca de meia hora depois, o pintor retornou.>
Na segunda etapa, as agressões se intensificaram. Ozenal foi golpeado com enxada, pedaços de pau, mangueira, pedras, chutes e socos. As agressões duraram em torno de dez minutos. Ferido e inconsciente, ele foi deixado debaixo de uma árvore em um cruzamento, onde permaneceu por aproximadamente uma hora sem receber socorro.>
Quando Luiz Kaique verificou se o pintor estava morto, percebeu que ele ainda respirava. Ozenal, mesmo debilitado, tentou retornar ao beco onde morava, mas foi novamente atacado.>
Na terceira fase, Lucas, Kennedy, Paulo Henrique e Riquelves levaram o homem, ainda com vida, até uma área de mata. Enquanto isso, Junio, Klemer e Luiz Kaique ficaram responsáveis por vigiar a presença da polícia e limpar o sangue deixado no local.>
Com um objeto perfurante, ainda não identificado, Lucas desferiu os golpes fatais no tórax da vítima.>
“Logo após a execução, o Lucas, que atuava como chefe do tráfico no local, determinou que o Paulo Henrique, o Kennedy e o Riquelves enterrassem o corpo da vítima numa área de Manguezal, que era uma espécie de brejo, onde ali também funciona um esgoto”, acrescentou o delegado.>
De acordo com a investigação, o corpo de Ozenal foi inicialmente enterrado em um manguezal. Contudo, no dia 30 de abril, fortes chuvas fizeram o cadáver boiar. Diante disso, os criminosos removeram o corpo e o enterraram novamente, dessa vez em uma mata no mesmo bairro.>
A polícia destacou que nem todos os envolvidos estavam ligados diretamente ao tráfico. Junio não possuía envolvimento com o crime organizado e Luiz Kaique era dono de uma distribuidora utilizada como ponto de encontro de traficantes.>
Ozenal, por sua vez, não tinha histórico criminal. Era conhecido na comunidade como trabalhador e bem-quisto pelos moradores.>
Durante o período em que esteve desaparecido, familiares de Ozenal viajaram de outro estado ao Espírito Santo para ajudar nas buscas. Graças a denúncias, a polícia conseguiu localizar a área onde o corpo havia sido enterrado. Com o auxílio do Corpo de Bombeiros, os restos mortais foram encontrados no dia 5 de maio.>
Os sete suspeitos foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e ocultação de cadáver. Todos já respondem a processo criminal.>
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