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PF investiga se tripulantes ajudaram a colocar 1,5 t de cocaína em navio

PF investiga se tripulantes ajudaram a colocar 1,5 t de cocaína em navio

Corporação vai recolher as impressões digitais dos 28 tripulantes da embarcação que foi alvo de operação no Porto de Vitória na tarde de domingo (5)

Publicado em 6 de novembro de 2023 às 13:20

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Operação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal do Brasil no Porto de Vitória
Operação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal do Brasil no Porto de Vitória . (Fernando Madeira )

Polícia Federal vai recolher as impressões digitais e investigar os 28 tripulantes do navio que foi alvo de uma operação no Porto de Vitória, na tarde de domingo (5). Durante a ação, em conjunto com a Receita Federal e a Marinha do Brasil, foram apreendidas mais de 1,5 tonelada de cocaína. Conforme apurado por A Gazeta, a ideia é apurar se algum dos embarcados colaborou para que a droga fosse colocada dentro da embarcação Grande Amburgo, que veio da Europa.

Até que a investigação termine, os investigados devem ficar no Espírito Santo e estão proibidos de sair do Brasil. A reportagem apurou que os tripulantes são, em sua maioria, filipinos. Não há informações se há algum brasileiro entre os alvos da Polícia Federal.

Segundo a Polícia Federal, a droga não foi colocada dentro do navio em território capixaba. Diferentemente de outras ocasiões, quando a droga costuma ser colocada no casco do navio, ou seja, no lado externo, parte coberta pela água, desta vez, a cocaína estava na parte interna da embarcação. A droga estava em dois pontos do navio: em um deles havia 34 pacotes, em outro, 18 pacotes.

1,5 tonelada
Foi a quantidade de cocaína apreendida dentro do navio no Espírito Santo

O superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, afirmou que a corporação está utilizando uma ferramenta tecnológica que permite comparas as digitais dos tripulantes com as impressões encontradas nos mais de 50 pacotes de droga encontrados.

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Pretendemos não liberar a saída dos tripulantes do Brasil até que a gente tenha o resultado das comparações de impressões digitais. Quem for identificado poderá ser preso. Isso é importante porque depois que essas pessoas saem do Brasil, não temos mais controle. Há uma suspeita muito grande que teve participação de algum tripulante para colocar a droga no navio

Eugênio Ricas
Superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo
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Em entrevista coletiva realizada no fim da manhã desta segunda-feira (6), a Polícia Federal deu mais detalhes da operação e informou sobre os procedimentos que devem ser adotados durante e após a investigação.

A apreensão realizada no domingo (5) foi a maior já registrada pela Polícia Federal no Espírito Santo. O navio Grande Amburgo, que tem bandeira da Itália, chegou ao Espírito Santo durante a tarde e iria desembarcar contêineres e mais de 800 unidades de automóveis. A volta para a Europa, porém, só poderá acontecer após autorização da Polícia Federal.

As investigações mostraram que o navio com a cocaína era utilizado em uma rota internacional de tráfico de drogas, que saía do Brasil com destino à Europa. Quando atracou em Hamburgo, na Alemanha, a polícia alemã encontrou 400 kg de cocaína na embarcação. O navio, então, voltou ao Brasil, onde a PF interceptou a embarcação.

O superintendente da Polícia Federal afirmou ainda que investigação vai buscar identificar quem receberia a droga na Europa. Na avaliação de Eugênio Ricas, a droga "certamente" pertencia a alguma organização criminosa.

"Foi uma operação de guerra que contou com atuação da Polícia Federal, Receita Federal e apoio da Marinha do Brasil que culminou na apreensão de mais de 1,5 tonelada de cocaína. Droga que certamente pertencia a grandes organizações criminosas e iria para a Europa. Nossas investigações vão buscar quem contribuiu para que a droga fosse colocada no navio e quem receberia a droga na Europa", afirmou.

Operação encontra 1,5 tonelada de cocaína em navio no Porto de Vitória(Polícia Federal)

Eugênio Ricas chamou atenção para a importância do uso da tecnologia durante a operação. Além da ferramenta que compara impressões digitais, o representante da PF detalhou que um drone subaquático também foi utilizado. O objetivo com o equipamento em contato com a água era verificar se havia algo colado ao casco do navio.

Mais de 50 agentes da Receita Federal e da Polícia Federal participaram da operação, além do apoio de 14 cães farejadores. A droga apreendida foi encaminhada para a Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo.

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