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Operação mira rede de agiotas do Rio com escritório de extorsão no ES

Operação mira rede de agiotas do Rio com escritório de extorsão no ES

De acordo com as investigações, a quadrilha carioca se espalhou pelo país e abriu escritórios de extorsão em outros Estados, entre eles, o Espírito Santo

Publicado em 16 de setembro de 2021 às 08:51- Atualizado há 3 anos

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Polícia cumpre mandado da Operação Ábaco em Camboinhas, Niterói
Polícia cumpre mandado da Operação Ábaco em Camboinhas, Niterói. (Reprodução/TV Globo)

Agiotas que atuam no Espírito Santo são alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira (16), foi deflagrada a Operação Ábaco, contra a maior rede de agiotas do Estado fluminense. De acordo com as investigações, a quadrilha do Rio se espalhou pelo país e abriu 70 escritórios de extorsão em pelo menos mais quatro Estados: Espírito Santo, CearáSanta Catarina e Minas Gerais, onde são cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão.

Até o início da tarde desta quinta (16), 35 pessoas haviam sido presas, de acordo com informações do site G1. Agentes da 76ª DP de Niterói e de delegacias especializadas saíram para cumprir, no total, 65 mandados de prisão e 63 de busca e apreensão.

AÇÃO NO ES

No Espírito Santo, seis policiais civis realizaram as diligências. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido no bairro Cocal, em Vila Velha. No imóvel, alvo da busca, os policiais apreenderam um computador, dois celulares, um pendrive e um cartão de crédito. O material foi levado para a sede do Deic, em Vitória, e será encaminhado para a PCERJ, responsável pelas investigações.

"Na mesma diligência, também havia um mandado de prisão para ser cumprido. No entanto, o suspeito não foi localizado no endereço. Por meio do seu advogado, nossa Delegacia foi comunicada que ele pretende se apresentar", informou o titular do Deic, delegado Gabriel Monteiro.

Deic cumpre mandado de busca e apreensão em Vila Velha, em apoio à Operação Ábaco
Material apreendido em Vila Velha, em apoio à Operação Ábaco. (Divulgação/Polícia Civil)

Segundo as investigações, a quadrilha extorquiu R$ 70 milhões das vítimas, nos últimos quatro anos, e não parou nem com a pandemia. Em muitos casos, os criminosos cobravam empréstimos que jamais tinham sido feitos ou continuavam exigindo mais dinheiro, mesmo depois que a dívida era supostamente paga. Os juros chegavam a 30% ao mês.

A ação mobilizou um efetivo operacional de mais de 200 agentes da Polícia Civil do Rio e com a participação das polícias civis dos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e Ceará, que dão apoio às equipes da Polícia Civil do Rio que viajaram para esses Estados.

AMEAÇAS 'TERCEIRIZADAS'

Com informações detalhadas obtidas em sites de consulta, o grupo criminoso, por telefone, ameaçava as vítimas sempre com muita agressividade. Parentes e vizinhos também recebiam ligações com chantagens. “Grandes escritórios de agiotagem do Rio terceirizaram o serviço, passando a parte da cobrança, da extorsão, para um grupo especializado”, afirmou o delegado Luiz Henrique Marques.

O chefe do esquema, de acordo com a polícia, é Guilherme Andrade Aguiar, o Macarrão. Ele já estava preso, mas, mesmo dentro da cadeia, continuava dando ordens aos comparsas, ainda de acordo com informações do G1.

TÁTICAS PARA DESPISTAR A POLÍCIA

Para dificultar a investigação, os criminosos substituíam celulares com frequência, a fim de evitar interceptações telefônicas. Eles também mudavam de escritório constantemente, utilizavam olheiros para observar as movimentações policiais e usavam nomes de pessoas jurídicas.

Os suspeitos vão responder por extorsão, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular.

Com informações do G1/RJ

Errata Atualização
16 de setembro de 2021 às 13:04

A Polícia Civil do ES informou que cumpriu um mandado de busca e apreensão no bairro Cocal, em Vila Velha, em apoio à Operação Ábaco. Na mesma diligência, havia um mandado de prisão para ser cumprido. No entanto, o suspeito não foi localizado. 

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