A Polícia Civil indiciou Guilherme Roberto Buge, de 25 anos, pelo assassinato de Mateus Henke Eggert. O crime aconteceu na tarde de 31 de dezembro de 2022, na localidade de Córrego Preto, zona rural de Vila Pavão, no Norte do Espírito Santo. Segundo os investigadores, uma pendência financeira de R$ 3 mil, referente à venda de um aparelho de som realizada pela vítima ao suspeito, teria sido a motivação do crime. A investigação apontou que Mateus morreu queimado dentro do próprio veículo. O caso chocou o município na época.
A delegada Geórgia Malcum, titular da Delegacia de Polícia de Vila Pavão, informou para A Gazeta que Guilherme Buge foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e por emprego de fogo. Ela disse que o laudo pericial concluiu que a causa da morte foi carbonização da vítima. A Polícia Civil continua investigando a suspeita de participação de outras pessoas no crime.
A reportagem questionou a delegada quais foram as circunstâncias da execução da vítima. "Uma testemunha informou que chegou a ouvir disparos em momento condizente com o horário dos fatos. Porém, nenhuma arma ou vestígio foram localizados. Em razão do estado de carbonização do corpo, não foi possível precisar se, antes da morte, a vítima chegou a ser alvejada. Porém, [a vítima] estava viva quando foi queimada, tendo sido essa a causa da morte", detalhou a delegada.
Segundo a delegada, o suspeito negou o crime. "Guilherme negou a prática do crime e afirmou que pagou o valor devido à vítima. No entanto, imagens de câmeras de segurança próximas ao local e que registraram o encontro entre os dois não mostram a entrega de qualquer envelope ou objeto que pudesse indicar a realização da transação", disse a delegada Geórgia.
Questionada sobre os elementos probatórios que levaram à identificação do autor da barbárie, a delegada detalhou inúmeras evidências: "Foram utilizadas, então, imagens de câmeras de videomonitoramento, além de contradições entre as declarações prestadas por Guilherme e sua então namorada, sobre a localização do suspeito na tarde do crime (o fato ocorreu por volta das 14h). Também foram utilizados, com a devida autorização judicial, elementos obtidos a partir da análise de conversas do investigado com amigos pelo WhatsApp, nas quais foi constatado que, momentos antes do encontro, ele não havia conseguido o valor suficiente para o pagamento", disse a titular da Delegacia de Polícia de Vila Pavão.
Segundo a delegada Geórgia Malcum, da reunião de provas de autoria e materialidade, foi constatado pela investigação que, após o crime, Guilherme Roberto Buge foi a um bar. "Foram também consideradas declarações de testemunhas, visto que Guilherme foi visto, logo após o fato, em um bar da cidade, sem camisa e aparentando estar suado", contou.
A delegada explicou que as imagens de videomonitoramento coletadas pela polícia não flagraram a execução do crime, mas o que a precedeu. "Somente para complementar, as imagens das câmeras não chegaram a flagrar o crime, mas mostram que os dois seguiram juntos (a vítima em seu veículo e o investigado em sua moto) na direção de onde Mateus foi, posteriormente, encontrado morto. E mostram também que Guilherme estava nas imediações no momento do crime", disse a delegada Geórgia Malcum.
A Gazeta apurou que o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Nova Venécia e Vila Pavão, apresentou denúncia contra Guilherme Roberto Buge. A denúncia já foi aceita pela Justiça e, com isso, o acusado virou réu no processo pela morte de Mateus Henke Eggert.
A reportagem de A Gazeta tenta localizar a defesa de Guilherme Roberto Buge. Este espaço segue aberto para posicionamento.
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