Publicado em 14 de outubro de 2020 às 09:37
Imagens que têm sido compartilhadas nas redes sociais mostram um ex-funcionário de creche e hotel para animais em Vila Velha*, praticando maus-tratos a cães. O primeiro registro mostra o homem segurando um cachorro pequeno pelo pescoço e depois jogando ao chão, reclamando que o animal "late o dia inteiro". Já no segundo, o suspeito aparece em um vídeo afirmando que uma determinada cadela "o odeia" e então atira com força um brinquedo nela, mandando calar a boca, enquanto o animal foge assustado. >
* Erramos: essa matéria foi publicada informando que o caso ocorreu em Vitória. No entanto, a empresa conta com duas unidades, sendo uma em Vila Velha e outra na Capital. Os vídeos da reportagem foram registrados na filial de Vila Velha. A informação foi corrigida às 17h37 do dia 14 de outubro.>
Procurada pela reportagem de A Gazeta, uma das proprietárias do estabelecimento, a estudante de medicina veterinária Lorença Ferreira Barros, contou que o suspeito foi dispensado há pouco mais de duas semanas, no dia 26 de setembro. "Ele fez uma experiência com a gente, havia sido indicado por uma cliente e por um amigo próximo. Falaram que ele precisava muito do emprego para ajudar a mãe e demos a oportunidade. Mas ele apresentava problemas de indisciplina e o dispensamos. Ele ficou três semanas na unidade de Vitória e três semanas na de Vila Velha", relata.>
Lorença disse ainda que não sabia que o rapaz agredia os animais e que nunca havia suspeitado que ele chegaria a este ponto, até porque foi contratado por indicação de uma cliente. "Isso ele nunca tinha demonstrado, gostava de parecer um apaixonado pelos cachorros. Falsidade, né? Mas tinha problema de insubordinação e indisciplina, chegava muito atrasado e não se dava bem com a equipe. Descobri hoje que ele tem antecedente criminal", conta.>
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Para a empresária, fica a indignação. "Eu vou fazer o que for para ele pagar pelo que fez, nem que eu vá até o inferno atrás dele, caso a Justiça não faça o suficiente. A gente entende qualquer coisa quanto aos funcionários, como atrasos, por exemplo. Mas o mínimo é ter paciência e cuidar com amor dos animais. Todo mundo que trabalha com a gente ama os animais. Hoje quando recebi os vídeos eu já mandei mensagem nos grupos e falei que estamos tomando as medidas cabíveis. As pessoas nos apoiam porque nos conhecem. A gente ama os animais. É muito amor para depois chegar esse rapaz se passando por coitado e fazer o que fez", desabafa.>
A empresária pede ajuda: "As pessoas podem ligar para o 181 e denunciar, para fazer efeito. Não me isento de responsabilidades, vamos providenciar instalar câmeras que ficarão on-line para os clientes, não temos o que esconder", acrescentou.>
Acionada pela reportagem, A Polícia Civil informou que o caso foi registrado nesta terça-feira (13) na 2ª Delegacia Regional de Vila Velha, e será encaminhado para Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (DPMAPC) para apuração dos fatos. Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada.>
Procurado o suspeito, as ligações não foram atendidas até o momento.>
A secretária Andréa Passos, de 48 anos, costumava levar o cachorro da raça Spitz Alemão, de 2 anos, chamado Oreo, para a creche em Jardim da Penha. Segundo relato dela, no dia 23 de agosto, no entanto, ao ir buscá-lo no hotel, ouviu latidos de agonia e soube que o cão havia sido atacado por outro animal maior, não tendo resistido. "Meu cachorro sempre foi muito saudável. Coloquei na creche e nesse dia eu fui buscar. Eu estava na frente do estabelecimento. Quando o funcionário veio me entregar, apareceu um Bull Terrier e matou o Oreo na mesma hora", descreve. >
"Ouvi os gritos e escutei o funcionário batendo no cachorro para tentar largar o Oreo. Quando o funcionário saiu de dentro da creche, que eu consegui ver, veio arrastando a coleira do meu cachorro, morto, com rastro de sangue. Ele não morreu de susto, como ele alegou, foi atacado por outro cachorro", disse.>
Questionada sobre o incidente, a proprietária da creche afirma que foi uma fatalidade. "O cachorrinho, infelizmente, foi atingido por um cachorro maior, não tivemos nem como prestar socorro. Fizemos tudo o que poderíamos para a tutora, mas ela, com razão, está indignada até hoje, não questiono. Nós mantivemos todos os nossos clientes, prestamos nosso serviço com amor. Quem nos conhece se mobiliza em nos apoiar", concluiu.>
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